Coberturas

A posse do novo acadêmico da AML, Carlos Bracher, considerada um acontecimento histórico no universo literário, ocorreu no dia 06 de maio, no Auditório Vivaldi Moreira, onde foi saudado pelo acadêmico e Secretário de Estado da Cultura, Ângelo Oswaldo de Araújo Santos e pela futura presidente da entidade, a escritora Elizabeth Rennó, sendo ovacionado por uma plêiade, que prestigiou o agora imortal.

O artista ocupará a cadeira de nº 32, como sucessor do imortal Almir de Oliveira e a cerimônia de posse foi conduzida por Olavo Romano, presidente da instituição. Após o evento foi lançado o filme "Ouro Preto - Olhar Poético", dirigido pela jornalista Blima Bracher, baseado no livro homônimo do novo membro da Academia, seguido de coquetel onde os presentes celebraram a data.

Bracher, artista plástico ou simplesmente "pintor", como gosta de ser denominado, desenvolve obras literárias desde a sua juventude e lançou dois livros: "Bracher - Brasília", 2007, Editora Rona; e "Ouro Preto - Olhar Poético", 2010, Editora Le Graphar, ambos com textos e ilustrações de sua autoria.

Desenvolveu também o texto sobre Minas Gerais no livro "Brasil. Gente e lugares, palavras e imagens", editado pela Confederação Nacional das Indústrias, 2011; e prefaciou o livro "História, arte e sonho na formação de Minas", de Mauro Werkema, 2009.

Aclamado pela crítica nacional e internacional, o mineiro de Juiz de Fora é o artista brasileiro que mais expôs no exterior, realizando exposições individuais em galerias e museus de Paris, Roma, Milão, Moscou, Japão, China, Londres, Rotterdam, Haia, Madri, Lisboa, Montevidéu, Santiago do Chile, Bogotá e Kingston. Sobre seu trabalho foram publicados sete livros e realizados dezenas de filmes e documentários. Casado com a pintora Fani Bracher tem duas filhas, Blima e Larissa, e o neto Valentim.

O filme "Ouro Preto − Olhar Poético" é um documentário de média metragem (30 min), que convida o espectador a conhecer as belezas e mistérios de Ouro Preto sob a ótica artística de Bracher, com roteiro e direção da jornalista Blima Bracher. O filme foi realizado via Lei Rouanet, com patrocínio da Vale, Alupar e Taesa. A realização é de Sirius Cultura, via Lei Nacional de Incentivo à Cultura.

Segundo Ângelo Oswaldo a presença de Carlos Bracher engrandece a AML, visto que ele é um artista nascido em Juiz de Fora, como a academia, fundada nesta cidade em 1909 e posteriormente transferida para Belo Horizonte. Considerado um artista completo, consagrado como um grande pintor fascinado ao mesmo tempo pelo texto literário, seu ingresso na casa dará uma nova dimensão à entidade. “Carlos Bracher é identificado por suas pinturas que retratam as cidades históricas de Minas Gerais, as montanhas, os céus, as torres das igrejas, casarios e por isso mesmo acho que ele está muito bem situado na AML”, concluiu Ângelo Oswaldo.

Olavo Romano comentou: “Esta é uma noite na AML para ficar na história, não somente porque estamos recebendo um artista múltiplo, forte, vigoroso, poderoso, mas que possui uma força poética expressada tanto na palavra quanto na pintura, assim como no filme lançado hoje. Ele chega à academia fazendo parte da diretoria, o que é algo inédito, trazendo sua força da natureza. É sempre um motivo de celebração quando um novo membro toma posse, mas no caso de Bracher, com relação à sua pessoa e pela contribuição que oferecerá, estamos muito mais felizes ainda”.

Bracher teceu considerações a respeito de sua posse: “É uma honra muitíssimo grande estar aqui hoje, pois é um dos eventos mais importantes da minha vida, devido ao alto valor desta casa cujos integrantes fazem parte de um grupo seleto de intelectuais, pensadores, escritores, poetas. Considero o momento como algo extraordinário, permeado por sentimentos emocionantes. Agradeço à academia, casa de Afonso de Guimarães, de ter me proporcionado a honra e grande alegria de estar aqui e conviver com estes pares tão elevados”.

Fotos: Ton Nettos