Coberturas

Periférico Samba agita tarde de sábado no bairro São Bernardo

Capim

Centro Cultural do São Bernardo, 23/11/2013
Por Elmo Gomes

Na busca pelo incentivo da descentralização cultural, da valorização de novos talentos, formação de novo público e o resgate das raízes do samba mineiro, o Centro Cultural do São Bernardo realizou o primeiro “Periférico Samba”, no dia 23 de novembro, de 2013, a partir das 13 horas.

 

O evento teve início com a exibição do documentário em homenagem ao sambista Mestre Conga. De nome “Mestre Conga, O Inconfidente do Samba”, o filme traça um paralelo entre a vida do sambista, que em 1950 fundou a Escola de Samba Inconfidência Mineira, e o carnaval de Belo Horizonte. E ainda na arte cinematográfica o evento apresentou uma mostra de filmes que abordam o tema do Samba da Programadora Brasil.

 

O show que abriu a tarde de músicas ao vivo foi o do grupo Capim Seco, que é formado por Gabriel Goulart, violão de 7, Luiz Lobo, bateria, Tiago Ramos, sax, Fábio Martins, percussão, Alberto Magno, baixo, Juventino Dias, trompete e Michelle Andreazzi, voz.

 

O Capim Seco revela uma sonoridade fértil concebida com arranjos sofisticados.  O samba é o eixo condutor do grupo, em torno do qual giram o baião, a ciranda, a poesia, o congado mineiro, o jazz e até certa atitude rock and roll. Toda essa sofisticação pode ser conferida no seu álbum de estréia “Semba”. A vocalista Michelle Andreazzi explica o significado da palavra que dá nome ao álbum: “Semba é uma palavra de origem bantu, ramo lingüístico africano trazido para o Brasil com a escravidão, é a dança de umbigada, o batuque de roda do encontro. Esse título simboliza para nós a antropofagia cultural brasileira, o desejo da troca, a confluência dos gêneros que nos influenciam”.

“Semba também é uma célula rítmica presente em muitos estilos musicais, como o samba, o baião, e grande parte dos ritmos de origem africana” revela Gabriel Goulart, diretor musical do CD e violonista do grupo.

 

Em seguida o palco foi ocupado pelo Projeto Saravá, que tem em sua formação Leo Assunção, voz e violão de 7 cordas, Luana Aires, voz e escaleta, Henrique Edwin, baterista e percusionista, Paulo PG Rocha, voz e percussão, Renato Muringa, voz, bandolim e cavaquinho. O Saravá fez um show muito animado mesclando músicas de autoria própria, que estão no disco “Geraizêro do Arraiá”, com releituras de clássicos do samba como Pixinguinha, Waldir Azevedo, Jackson do Pandeiro, Tom Zé, João do Vale, Moraes Moreira, Baden Powel, Cartola, Noel Rosa, dentre outros. 

 

O publico presente agradou do show, cantou e dançou e o músico Renato Muringa, voz, cavaquinho e bandolim, referenciou o momento: “O que mais gosto é tocar e poder tocar onde a cultura se manifesta é mais prazeroso. Vamos juntos poder fortalecer a cena e a música das Minas Gerais.” A cantora Luana Aires enalteceu o evento e dissertou sobre a importância da descentralização da cultura: “Tarde bastante agradável entre músicos e bons amigos. É importante deslocar a cena cultural para além do centro de BH alcançando outros públicos dos bairros mais periféricos.”

 

Com toda sua simpatia e acompanhada por uma excelente banda, a cantora Cida Reis apresentou seu espetáculo “A Mulher e a Música no Séc. XX”. O espetáculo que mostra letras de músicas da MPB que envolvem a mulher, em especial a mulher negra na construção histórica do gênero por meio do cancioneiro popular, agitou os bambas presentes e abriu alas para a Velha Guarda do Samba. A cantora Cida Reis satisfeita com sua apresentação falou dessa oportunidade: “Cantar em espaços públicos abertos á comunidade, como nos centros culturais, é sempre uma deliciosa surpresa. Ao concluir a série de quatro shows do cena música no Centro Cultural do São Bernardo, voltei no tempo. Tempo em que este espaço funcionava em uma pequena casa, e também quando do lançamento deste novo espaço assisti comovida o lançamento do CD do Mestre Conga.” E terminou sua fala emocionada: “Foi rememorando estas histórias que pisei no palco deste centro cultural. Encerrar o conjunto de shows aqui foi mais que prazeroso, foi uma honra. Muito obrigado a todos.”

Um momento histórico, não só para o Centro Cultural, mas também para o bairro São Bernardo, aconteceu com a apresentação da Velha Guarda do Samba de BH, que com toda sua irreverência e experiência em anos de samba e folia, entoou forte o canto que melhor representa a nação afro-descendente de BH e mostrou o quão poderoso é este estilo de música aqui em nossa cidade.

O que se viu foi um desfile de vozes poderosas no palco enquanto o povo se sacudia e se emocionava a cada nota cantada por um bamba que carrega contigo a maestria do samba por muitas datas.

A tarde de samba foi maravilhosa e com certeza quem esteve presente foi embora em êxtase pela magia que dominou o cenário do Centro Cultural. O diretor de Bibliotecas e Centros Culturais de Belo Horizonte, Júlio Jader, relatou bem o momento: “A alma do brasileiro é o samba. Correndo o risco de ser etnocêntrico, ouso dizer: no Brasil, quem não é afetado pelo samba, não tem alma. Viva a alma do brasileiro, viva o samba!”

Por Elmo Gomes

Fotos: Elmo Gomes
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