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Lançamento da exposição “Afetos”, de Edgar Rocha

Praça da Liberdade, 640, esq. Gonçalves Dias - BH

Memorial Minas Gerais Vale

Entrada Franca

9 de junho a 29 de julho


O Memorial Minas Gerais Vale – no Circuito Liberdade, traz às galerias de exposição o trabalho do paulistano de nascença e maranhense de coração, Edgar Rocha. A partir deste sábado, 9, a mostra “Afetos” fica disponível para apreciação do público com fotos que registram o patrimônio cultural, os mestres em seus ofícios, e sobretudo os navegadores e carpinteiros navais da terra que o acolheu. No trabalho, o artista recupera imagens históricas e dialoga com as paisagens e imensidões deste norte brasileiro. A exposição tem curadoria de Paula Porta, que é também diretora do Centro Cultural vale Maranhão. “Afetos” fica em cartaz até 29 de julho, com entrada gratuita.

Filho de pai português e mãe húngara, Edgard Rocha aportou ao Maranhão em 1971 como assistente de um filme. Três anos depois, mudou-se definitivamente para a terra, que nunca mais deixou. A curadora Paula Porta, descreve que o trabalho de Edgar mostra duas características marcantes: a luz âmbar, morna, que nos aproxima da imagem capturada; e um fascínio pelos saberes, pelas tradições e pelo jeito de ser dos negros do Maranhão, que registra de maneira intimista e “verdadeiramente amorosa”.

A exposição Afetos foi exibida no Centro Cultural Vale Maranhão, entre dezembro de 2017 e fevereiro de 2018, e chega ao Memorial Vale, em Belo Horizonte, como parte do Programa de Itinerância Cultural – iniciativa da Fundação Vale, com patrocínio da Vale. O programa tem amplitude nacional e, por meio de ação integrada, prevê a troca de conteúdo artístico e cultural entre os quatro espaços culturais patrocinados pela Vale, localizados em três das cinco regiões brasileiras, além de ações de valorização da identidade cultural em munícipios pelo interior do país.

SOBRE EDGAR ROCHA – Trechos da curadora Paula Porta

A primeira câmera de Edgar foi aquela esquecida por um fotógrafo japonês no táxi de seu pai, despertando a curiosidade do menino. Sua formação estética passeou pela escola de Belas Artes, pelo cinema e pelas artes gráficas, que estudou no Liceu de Artes e Ofícios e na Galeria Ca’Pesaro, em Veneza, onde chegou por intermédio dos gráficos italianos com quem trabalhava em São Paulo. Na arte ou na fotografia, seu interesse sempre esteve na incidência da luz.

Por seu estúdio passam muitos forasteiros, que chegam com sede de conhecer esse pedaço de Brasil ainda tão misterioso. Edgar é um grande e generoso anfitrião, nos leva a seus lugares diletos e nos contagia com seu olhar perspicaz.

Há muita conversa por trás de cada imagem. Seu ato fotográfico se nutre das histórias que ouve, sobretudo aquelas que denotam a sabedoria trazida pela vivência, mas também as que revelam uma visão onírica do mundo ao redor:

... a cidade que não tem anjos pois venta muito...

... o barco que deve ser feito torto, para ficar direito na água...

... o menino cego que via o vento, mas queria ver letra...

... o céu que é irmão do mar... se navega olhando para o céu mais do que tudo...

... a profundidade das águas percebida pela zoada no casco da embarcação...

... a criança que chora cedinho, em agosto de vento, avisa aos navegantes que não se deve sair para o mar...

... o mar é de todos, a terra tem dono...

Mais de quarenta anos passados e essa terra ainda lhe instiga e encanta.

O Maranhão de Edgar é puro afeto.

Foto: Edgar Rocha


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