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EXPOSIÇÃO O DESERTO NÃO DEIXA PEGADAS

Av. Afonso Pena, 737 – Centro

PQNA Galeria – Palácio das Artes

Entrada Franca

13 de setembro a 12 de novembro - terça-feira a sábado, das 9h30 às 21h; domingos, das 16h às 21h


Esculturas em metal são o destaque da exposição O deserto não deixa pegadas, do mineiro Leandro Gabriel, que ocupa a PQNA Galeria do Palácio das Artes a partir de 13 de setembro. Nesse recorte, que reúne quatro obras inéditas, o artista molda e une pequenas placas de metal, com cores ferruginosas, trabalhando com a origem e o destino do ciclo da terra, da vida e da morte. Após 20 anos, Leandro Gabriel retorna ao Palácio das Artes para uma exposição individual. A curadoria é de Luiz Sérgio de Oliveira.

Nessa exposição, Leandro aproveita o espaço intimista da galeria para expandir o próprio trabalho, propondo uma ilusão com as dimensões da PQNA Galeria, ao criar desdobramentos das obras no Jardim Interno do Palácio das Artes. As esculturas vão ocupar o espaço expositivo da PQNA e também estarão suspensas na marquise do local, fazendo com o que o visitante tenha a sensação de ver a mesma obra transpassando a galeria.

Habituado a criar esculturas para grandes espaços, o artista aceitou o desafio de esculpir uma obra para a PQNA Galeria. “Expor na PQNA Galeria, que tem uma configuração diferente, me tirou da zona de conforto. E isso fez com que eu repensasse a questão de ocupação do espaço. O fato de ter que repensar o meu trabalho já é algo para não ficar estagnado, me movimenta enquanto artista”, finaliza Leandro Gabriel.

Natural de Belo Horizonte, Leandro Gabriel produz suas esculturas na região do Barreiro. Suas obras são compostas a partir dos rejeitos metálicos que são descartados das linhas de produção de indústrias. O artista busca criar a partir de uma costura de retalhos metálicos, atados à nova condição de arte pelo fogo que solda e pela sensibilidade da criação.

O que antes era descartado, abandonado pela inutilidade, é recuperado e transmutado em obras que transmitem e completam a paisagem ferruginosa tão comum em Minas Gerais. “Todo o trabalho é sustentado em ferro e solda. É uma oportunidade de transformar um material tão bruto, tão agressivo, em algo belo, que se renova e que inspira”, comenta o artista.

Em O deserto não deixa pegadas, Leandro Gabriel reúne uma série de obras inéditas, que foram inspiradas em um momento conturbado da vida do artista. Em 2016, Leandro lutava na justiça pelo direito de rever sua filha. Após um longo processo, a guarda compartilhada foi concedida. Quando recebeu o convite da Fundação Clóvis Salgado, o artista não teve dúvidas sobre o nome de sua individual.

O “deserto” de Leandro representa o momento em que se viu sem poder estar ao lado da filha; as pegadas simbolizam a trajetória árdua que o artista percorreu no período. “Esse ‘deserto’ pelo qual passei não tem mais as pegadas da luta. Então, a ausência de pegadas no deserto significa não olhar mais para trás e entender que a vivência é daqui em diante”, explica Leandro Gabriel.

Foto: Daniel Moreira


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