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Dhrupad é a forma sobrevivente mais antiga da música clássica indiana, tendo sido originada no canto de hinos védicos e mantras. Além de ser uma arte clássica altamente desenvolvida com uma complexa e elaborada gramática e estética, é também uma forma de veneração na qual oferendas são feitas ao divino através do som.

O Dhrupad pode ser visto tanto como uma arte performativa retratando um vasto universo de emoções humanas, assim como uma forma de yoga baseada no conhecimento dos nadis e chakras. Este canto era originalmente entoado nos templos e mais tarde (ao redor do séc.XV) prosperou sob o patronato dos reis das cortes mogóis adquirindo o formato que se mantém até hoje.

> PROGRAMA

O concerto se divide em duas partes: na primeira o cantor apresenta uma estrutura melódica de forma gradual e improvisada, convidando o público a se imergir no universo sonoro da Raga; na segunda parte é apresentada a composição com uma poesia em devoção às divindades da tradição hinduísta acompanhada do tambor tradicional, o Pakhawaj.

> Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=F9h_HawhGII

Ricardo Passos (Canto)

Ricardo Passos nasceu no Porto, Portugal. Há catorze anos viaja pelo mundo guiado pelo interesse na música e cultura de diferentes lugares da Ásia, África, América e Europa. Quando chegou em Benares (Índia) se conectou com a forma mais antiga da música clássica do norte do país: o canto Dhrupad. Recebeu aulas do Dr. Rajesh Sendh. O Pandit SriKant Mishra foi seu mestre do tambor que acompanha este canto: o pakhawaj. Viajou até Bhopal para aprender com os mestres desta tradição, os Gundecha Brothers. No Sul da Índia aprendeu o sistema rítmico indiano - Solkattu - con V. Suresh e canto Carnático com Anuradha Krishnamurthi. Aprendeu canto Qawali com Ibrahim Khan em Ajmer e nagara com o mestre Nattu em Pushkar. Atualmente reside em Belo Horizonte e estuda na Universidade do Estado de Minas Gerais Licenciatura em Música com Habilitação em Educação Musical.

Edson Fernando (Pakhawaj)

Edson Fernando é bacharel em percussão (UFMG, 2006). Atuante como baterista e percussionista na cena musical mineira o músico já integrou importantes grupos, tais como Quebrapedra e Prucututrá além de acompanhar diversos artistas da música popular, contemporânea e instrumental.  A partir de 2012 iniciou os estudos do Pakhawaj, tambor ancestral indiano que acompanha o canto Dhrupad, tendo estudado com o mestre Pt Manik Munde em duas temporadas na Índia.  Ainda em 2014 e 2015 teve aulas de Konnakol e Kanjira com o mestre Suresh Vaidyanathan, importante percussionista da música carnática do sul da Índia.

Víctor G. Cruz (Canto)

Víctor G. Cruz é praticante e professor de mantra yoga e nāda yoga (yoga do som), assim como músico focado no canto clássico indiano Dhrupad, o qual estuda intensamente desde 2013 numa relação direta de Guru-Shishya (mestre-discípulo) com seus mestres na Índia, os Gundecha Brothers.

A Fundação de Educação Artística – FEA

A Fundação de Educação Artística - FEA - é uma entidade sem fins lucrativos, de forte cunho social, com penetração em todas as classes sociais, que tem como objetivo contribuir - onde o Estado não atua suficientemente - para a democratização, o aprimoramento e a atualização do ensino das artes e, em particular, da música. Criada, em maio de 1963, por um grupo de artistas e intelectuais mineiros, apresentou-se, desde sempre, como um centro de experimentação, renovação e difusão artística de base cultural ampla.

No âmbito educacional, merece destaque o papel desempenhado pela FEA no processo de atualização do ensino musical, não só em Belo Horizonte, como também em diversos centros de formação do País. Por valorizar o intercâmbio entre as artes, a Fundação de Educação Artística mantém-se sempre aberta a novas ideias, experimentações, pesquisas e é, essencialmente, uma defensora contumaz da música de nosso tempo.