Eventos

Espetáculo "Festa no Interior"

Rua Pintangui, 3.613, Horto

Galpão Cine Horto

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Sexta-feira (9) e sábado (10), às 19h30; domingo (11), às 17h30


 

A casa quando cai. As reflexões de uma mulher frente à ruína. A destruição, física e simbólica, como aprendizado para o renascimento. Esses são alguns dos enunciados cênicos de "Festa no Interior", monólogo da atriz Bárbara Buzatti, que tem direção de Paulo Maffei e texto de Natália Goulart. A peça, cuja estreia aconteceu nos dias 19 e 20 de outubro, em Belo Horizonte, ganha nova temporada neste fim de semana, com apresentações sexta-feira (9), sábado (10) e domingo (11), no Galpão Cine Horto. Em cena, Bárbara Buzatti vive uma mulher que, diante dos escombros, se questiona sobre o desafio agoniante, porém potente e necessário, da transformação. "A mulher que fala é mais um estado de espírito que propriamente uma personagem. Ela reflete não só o comportamento como as formas de subjetivação do humano. Diante disso, não nos preocupa a representação, tampouco ter uma história para revelar e contar", afirma a atriz. "Incutida nos tempos atuais, a festa no interior é sobre tornar a vida mais vivível diante das perdas. É sobre nós", completa, ressaltando que o título faz alusão a uma letra de Caetano Veloso.No espetáculo, que tem cenografia de Pedro Decot e figurino de Thálita Mota, vivências pessoais se entrecruzam com reflexões universais e coletivas. "Nos interessa a fricção do autobiográfico com a ficção, pois assim não falamos apenas de nós mesmos, mas ampliamos o enunciado cênico, travando uma relação possível com o público", explica Paulo Maffei. "Os sentidos produzidos pelo espetáculo são um complexo de materialidades que se inter-relacionam: texto, cenário, luz e figurinos. Os diálogos entre direção, atuação e dramaturga foram fundamentais para a dar consistência ao espetáculo, bem como a cenografia, que possibilitou um traço sinestésico para esse desabamento.", completa.

Buzatti conta que o texto diz, de forma fragmentada e não linear, dos momentos em que é necessário a destruição, entendendo-a em suas mais variadas maneiras. "É a aceitação dos escombros para seguir adiante. Com uma 'esperança terrível e uma alegria de outra espécie'. Aqui, a festa no interior é a única saída possível diante da destruição", sublinha. "Essa mulher é vítima da queda da casa? Ela tem parte com isso? Por fim, chegamos à conclusão de que é uma escolha. Destruir para reinventar, deixar nascer o novo", reflete, lembrando que a produção do espetáculo é de Ricelli Piva.
Segundo Maffei, o texto Natália Goulart "foi na alma dessa mulher, expondo de forma literária suas incertezas e emoções". "O texto, bem como encenação, não busca uma explicação racional nem chega a conclusões, mas evidencia a incerteza, a impossibilidade de explicação da existência e o quanto isso pode ser trágico e transformador", diz o diretor. "Podemos considerar o texto como um espelho estilhaçado: ele não reflete nada de maneira homogênea, mas em estilhaços de vida. Isso se relaciona muito com processos das subjetividades contemporâneas. Outro ponto que nos parece dialogar com atualidade, embora não tenha relação direta com essa temática, é a situação política do Brasil. Como se refazer diante de tantas injustiças e de uma democracia ameaçada? Como enxergar potência de vida diante das ameaças as vidas historicamente minorizadas?".

Foto: Eduardo Santos.


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