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14ª Mostra de Cinema de Tiradentes - Solidão & Fé

Documentário Solidão & Fé, de Tatiana Lohmann, será exibido em Tiradentes. O filme traz o olhar feminino e autoral sobre o universo dos rodeios. A exibição de Solidão & Fé, de Tatiana Lohmann, será domingo, dia 23 de janeiro, às 21h, no Cine Praça, dentro da programação da Mostra Vertentes. O filme estreou, em setembro de 2010, no Festival Internacional de Cinema do Rio de Janeiro e, ainda, neste primeiro semestre entra em cartaz em circuito comercial. Sinopse: Viajando com sua câmera pelo universo do rodeio, uma mulher se depara com cavaleiros andantes, heróis, gladiadores, sertanejos, boiadeiros...o homem comum. Tentando decifrar o masculino, encontra doçura e violência. Tem aspectos num homem que uma mulher não entende, só contempla. O filme: Solidão & Fé é um diário de viagem, narrado em primeira pessoa pela diretora Tatiana Lohmann. Exibido no Festival do Rio, percorre três dos mais importantes rodeios do campeonato brasileiro: Rio Verde, Novo Horizonte e o colossal Barretos, um dos maiores do mundo, lançador instantâneo das celebridades do esporte. Cada rodeio tem seus personagens, cada um deles uma faceta do homem comum brasileiro, aqui sempre um viajante, nômade, seduzido pela arena catártica, tensa e perigosa. É a imagem de um Brasil rural pautado por um código de ética à moda antiga, em que a ideia de honra não é relativizada e onde um conflito ainda é resolvido por leis particulares. O filme, com trilha do Duofel, tem duração de 89 minutos, finalização em 35mm e lançamento nacional previsto para o primeiro semestre de 2011. O Rodeio/Abordagem do filme: O Rodeio é um esporte tipicamente masculino, violento, perigoso, onde o valor do campeão passa por uma demonstração de virilidade e sangue frio. Foi nesse universo que a cineasta Tatiana Lohmann mergulhou de câmera na mão para realizar o documentário Solidão & Fé, seu primeiro longa metragem, que teve sua esteria no Festival do Rio. Narrado em primeira pessoa, o filme leva ao espectador uma visão feminina desse universo maciçamente masculino, no qual os papéis destinados às mulheres são poucos. “Quando pisei pela primeira vez num rodeio senti que entrava num mundo à parte. No começo eu era uma estrangeira, olhando tudo de fora, mas no final eu já fazia parte daquele universo... a experiência foi tão forte que decidi narrar o filme”, afirma Tatiana. No rodeio, tudo é extremo. São milhares de festas pelo Brasil inteiro, atraindo 30.000.000 pessoas. Nas arenas lotadas o locutor rege o espetáculo, gritando e gesticulando frenético para a platéia, sucessos sertanejos são tocados no volume máximo e nos momentos mais esperados os peões irrompem pela porteira montando touros de 1 tonelada que se contorcem e saltam violentamente. É uma catarse coletiva, calcada na batalha arquetípica entre razão e instinto, tanto simbólica quanto concreta, em última instância de vida ou morte. Acidentes são comuns e especialmente nas montarias em touro podem ser fatais. O peão só precisa parar em cima do bicho por 8 segundos, mas isto pode significar uma eternidade: os touros e cavalos de rodeio são escolhidos a dedo entre centenas, têm índole indomável e valem pequenas fortunas. A prática de se apertar os testículos para que eles pulem mais já virou lenda e tudo passa por acirrada fiscalização das associações de rodeio que não querem problemas com as sociedades protetoras de animais. Os peões são homens solitários: mesmo que casados e com filhos, vivem na estrada. É uma vida cigana, cada semana numa cidade, montando por paixão, dinheiro e glória. Levam consigo uma única referência: a mãe, tanto a terrena quanto a celeste. Cada peão fala de sua mãe como sendo a figura mais sagrada que existe, mais santa que mulher. Não é à toa que Nossa Senhora Aparecida é a padroeira dos rodeios. Todo peão leva uma imagem dela dentro do chapéu, à exceção da minoria evangélica. Pode-se dizer que o rodeio é um esporte de cunho católico, o único no mundo que começa com uma oração: a Ave Maria. A devoção é condição primordial: num esporte que arrisca a vida é preciso garantir proteção divina. É parte do ritual da montaria rezar antes de subir no animal e agradecer a proteção com o sinal da cruz antes de sair da arena. Se a coragem é atributo essencial do peão, a fé também é. Ninguém ali acredita que ganha sozinho, mas amparado pelo divino. Assim, a aceitação da derrota também passa pelo reconhecimento de que a cada um é dado o que merece. Essa é a premissa básica do código de ética próprio deste mundo masculino - um código de cavalheiros, de certo modo, pois o respeito pelo outro fundamenta as relações – legitimando, em última instância, a justiça feita com as próprias mãos. Mas esta é uma história que o próprio filme vai contar. A diretora: Formada em Cinema pela FAAP, Tatiana Lohmann trabalha desde 1989 na área. Especializou-se em montagem, fotografia e direção, realizando documentários, videoclipes, programas de televisão e videoarte, tanto como freelancer como à frente da própria produtora, a Miração Filmes, onde é sócia do cineasta Sergio Roizenblit. Como montadora trabalhou com Carlos Nader, Luiz Duva , Carla Gallo e Miriam Schnaiderman; como fotógrafa, com Marcelo Masagão e Rita Buzzar. Em 1997 ganhou o LINC para realizar o documentário A Vida Entre 4 Paredes, exibido pela GNT. Em 2000, dirigiu junto com Tata Amaral o clipe Olhos nos Olhos e em 2003 dirigiu e montou Respeito é Pra Quem Tem, com o rapper Sabotage, clipe finalista do VMB daquele ano. Dirigiu, fotografou e montou uma das temporadas da série 20 e Poucos Anos para a MTV e de 2004 a 2006 realizou 8 documentários sobre o interior do estado de São Paulo dentro do projeto Terra Paulista, de onde nasceu o filme Solidão & Fé. A série foi exibida nas TVs Cultura e Futura. Acostumada a trabalhar sozinha ou com equipe reduzida, chegou ao extremo de realizar todas as funções e interpretar todas as personagens no curta experimental Medo, premiado na 17a. Mostra de Santo André. Seu primeiro longa-metragem não foge a essa marca: em Solidão & Fé acumula as funções de roteirista, diretora de fotografia, cinegrafista, diretora, montadora e narradora, tornando-se incidentalmente a personagem principal. Ficha técnica Direção: Tatiana Lohmann Fotografia: Tatiana Lohmann e Humberto Bassanelli Roteiro e montagem: Tatiana Lohmann Produção executiva: Marilia Alvarez Produção: Claudia Alcântara Trilha sonora original: Duofel Empresa produtora: Miração Filmes

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