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24a Mostra Tiradentes - Longa em pré-estreia mundial e curtas dirigidos por estudantes estão em destaque nesta quinta

Ainda dá tempo de assistir, em qualquer tela e qualquer hora, no site www.mostratiradentes.com.br a programação gratuita da 24ª Mostra de Cinema de Tiradentes. Até o dia 30 de janeiro, serão exibidos 114 filmes (entre longas e curtas-metragens), de 19 estados brasileiros, reunindo o que há de mais recente na cinematografia brasileira contemporânea. Nesta quinta-feira, dia 28 de janeiro, os destaques da seleção fílmica da equipe curatorial trazem pré-estreia mundial, filmes produzidos por estudantes e universitários, documentários, ficções, entre outras produções.

Longas-metragens

No campo da criação ficcional, dois longas trazem um forte investimento na dramaturgia, na construção de seus personagens e dos diálogos. São filmes que intensificam, no seu trabalho artístico, um senso de isolamento.

Mostra Aurora – Um deles, em pré-estreia mundial, é “O Cerco”, de Aurélio Aragão, Gustavo Bragança e Rafael Spínola. A personagem principal é Ana. Dentro de uma casa que parece abrigar fantasmas, ela se vê espremida entre uma opressiva dinâmica da cidade do Rio de Janeiro – policiais e homens em fuga – e a presença de jovens vizinhos que a aterrorizam. As tensões da cidade e as tensões da história vão invadindo a sua casa, tensionamento que também se estende para o seu corpo. Entre conversas sussurradas, dramas sugeridos, tudo parece estar a meio caminho. O que se instaura, porém, na construção espacial e temporal do filme é uma tensão perene, o cerco como um estado de sítio não declarado pela cidade do Rio de Janeiro, uma mulher que parece desprotegida.

Mostra Praça – Outro destaque apontado pela curadoria é o longa “Mirador”, dirigido por Bruno Costa. Maycon é um boxeador que treina para retornar aos ringues enquanto divide seu tempo com dois subempregos. Pai de Malu, fruto de uma relação casual que teve com Michele, ele tem sua vida revirada quando se vê na situação de ter que cuidar da filha sozinho. Entre a rotina exaustiva de treinos e bicos para sobreviver, a maior luta de Maycon ainda está por ser vencida: Tornar-se pai.

Mostra Olhos Livres – Filmes de práticas, processos criativos distintos e perspectivas contrastantes, esse é o recorte da Mostra Olhos Livres de 2021, que nesta quinta-feira chama atenção para a ficção gaúcha “Irmã”, primeiro longa-metragem da dupla Luciana Mazeto e Vinícius Lopes. A produção acompanha as irmãs Ana e Júlia. Enquanto um asteroide está em vias de colidir com a Terra, as duas partem à procura do pai, no interior do Rio Grande do Sul. Com o fim do mundo iminente, Ana e Júlia começam a confundir a realidade externa com as suas realidades internas e, no caminho, encontram fantasias, superpoderes, fantasmas e dinossauros.

Curtas-metragens

Nesta quinta-feira, está em relevo a primeira série de curtas-metragens da Mostra Formação, que é dedicada inteiramente aos filmes realizados em escolas e faculdades, evidenciando a potência e a efervescência criativa da juventude brasileira. A Mostra conta também com um bate-papo com os realizadores dos filmes, disponível no site www.mostratiradentes.com.br. A mediação é da curadora Tatiana Carvalho Costa.

Vindo da escola Vila das Artes, no Ceará, o documentário “Pátria”, de Lívia Costa e Sunny Maia é uma colagem experimental que analisa as problemáticas do nacionalismo, opondo a paixão pelo futebol com as questões políticas brasileiras. Da Universidade Federal de Sergipe (UFS), vem “Caminhos na noite”, de Douglas Oliveira, uma ficção que acompanha as desventuras e tensões de dois jovens que perambulam pela madrugada da cidade, depois de perder o último ônibus. Dirigido por Filipe Rodrigues, a soturna ficção “O filho do homem”, realizada na Universidade Federal do Pará (UFPA), em Belém, acompanha a estranha, porém afetuosa relação entre um jovem e um idoso que se desenrola nas sombras de uma antiga casa. Realizado na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte, o curta “Ela viu aranhas”, de Larissa Muniz, oferece os pontos de vistas de várias mulheres que ocupam o mesmo apartamento. Elas falam sobre vida, paixões, dificuldades, e celebram sua existência.

Mostra Temática Vertentes da criação – Os curtas selecionados modulam tensões contemporâneas que desafiam o fazer e o pensar no cinema brasileiro. Dirigido por Grace Passô, “República” é realizado em casa, no início da quarentena de 2020, no centro da cidade de São Paulo, no bairro República. Numa noite, uma brasileira desperta num país exausto de atos violentos. Em “Uma noite sem lua”, a cineasta Castiel Vitorino, empreende uma figuração ensaística de si a partir de seu “corpo-mandinga” em uma prática artística de transmutação. Já em “Um filme de domingo”, do diretor Lincoln Péricles, o público vai conferir a dureza da dualidade entremundos – adultos/crianças; quem sai/quem permanece; quem morre/quem vive – que é diluída na poesia das modulações de um dia de convívio, de sonho e de partilha.

Mostra Panorama – A dica da equipe curatorial de curtas, nesta quinta sessão da Mostra Foco, é acompanhar as exibições de documentários e ficções de diferentes estados do país. O curta carioca “Milton Freire, um grito além da história”, de Victor Abreu, é um perfil do poeta que dá título ao filme. Diagnosticado com esquizofrenia e com histórico longo de internações, o escritor integrou o movimento antimanicomial no Brasil e lutou pela aprovação da Lei de Reforma Psiquiátrica, aprovada em 2001. A ficção paranaense “Você já tentou olhar nos meus olhos?”, de Tiago Felipe, monta com imagens fotográficas um ensaio sobre o corpo de um jovem negro. A produção paraibana “A pontualidade dos tubarões”, da diretora Raysa Prado, parte de uma alusão à literatura de Gabriel Garcia Márquez para fabular sobre um jovem que sobrevive de pequenos bicos e aguarda ligações telefônicas em seu apartamento. A ficção científica paulista “Babelon”, de Leon Barbero, apresenta um homem comum – interpretado por Caetano Gotardo – que está imerso por aparatos tecnológicos e precisa lidar com o excesso de comunicação mediado por uma voz. Já “Enterrado no quintal”, de Diego Bauer, do Amazonas, narra a história de uma mulher que busca se vingar do padrasto que agredia sua mãe.

Todas as produções podem ser vistas até o dia 30 de janeiro, data de encerramento da Mostra, pelo site do evento www.mostratiradentes.com.br.

SOBRE A 24a MOSTRA DE CINEMA DE TIRADENTES

PLATAFORMA DE LANÇAMENTO DO CINEMA BRASILEIRO

Maior evento dedicado ao cinema brasileiro contemporâneo em formação, reflexão, exibição e difusão realizado no país. Apresenta, exibe e debate, em edições anuais, o que há de mais inovador e promissor na produção audiovisual brasileira, em pré-estreias mundiais e nacionais – uma trajetória rica e abrangente que ocupa lugar de destaque no centro da história do audiovisual e no circuito de festivais realizados no Brasil.

Trata-se de um programa audiovisual que reúne as manifestações da arte numa programação cultural abrangente, oferecida gratuitamente ao público, que prevê a exibição de mais de 100 filmes brasileiros, promove homenagem, oficinas, debates, mostrinha de cinema, exposições, shows musicais, performance audiovisual, encontros e diálogos audiovisuais e atrações artísticas.

Foto: Divulgação

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