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Ccbb Bh recebe a palestra "Antônio Poteiro: arte popular e história pública”

O ENONTRO VAI DISCUTIR AS NUNACES QUE ENVOLVEM AS OBRAS DO ARTISTA AUTODIDATA, ANTÔNIO POTEIRO

O curador da exposição que abriga obras do artista português Antônio Poteiro, Leno Veras, desembarca em Belo Horizonte para apresentar a palestra "Antônio Poteiro: arte popular e história pública”. O encontro acontece no dia 7 de março, às 18h, no CCBB, com entrada gratuita e vagas limitadas.

A palestra tem como objetivo colocar em discussão temas que perpassam pela obra do artista português. Termos como "primitivo", "ingênuo" ou "naïf" são associados à produção realizada por autores autodidatas, como Poteiro, descrevendo seus modos expressivos como originários de uma cultura visual alheia ao sistema operativo das artes.

Na conferência, Leno Veras coloca os conceitos em discussão. “O termo ‘popular’ é adequado às reconfigurações da cultura contemporânea? É possível ultrapassar a dicotomia com o termo ‘erudito’?”, são alguns dos questionamentos levantados pelo pesquisador. A palestra provoca um diálogo entre o crítico e o artista ao jogar luz sobre as questões levantadas pelo artista.

A exposição está em cartaz no CCBB BH até o dia 30 de março. A mostra inédita traz para Belo Horizonte 29 obras do artista, além das peças que perpassam a vasta produção do autor. O público tem acesso, pela primeira vez, a fotografias do arquivo pessoal do artista junto a personalidades da cena cultural brasileira, como Burle Marx e Jorge Amado.

Sobre o artista

Nascido em Braga, Portugal, e radicado na capital de Goiás, Antônio Poteiro fazia cerâmica utilitária antes de conhecer o pintor Siron Franco, que o incentivou a dedicar parte de seu tempo à pintura. Franciscano - sempre descalço e com longa barba - foi inicialmente classificado como naïf, sendo logo reconhecido pelos críticos como um pintor de rara inteligência visual. Dedicado às investigações sobre lendas e mitos originários, esteve por temporadas em comunidades indígenas. De origem humilde, conseguiu, devido sua perenidade e experimentação, reconhecimento de sua produção já na maturidade.

Poteiro iniciou seu trabalho com o barro, fazendo potes e vendendo-os para terceiros, e chegou a realizar diversas exposições nacionais e internacionais. Participou duas vezes da Bienal Internacional de São Paulo (1981 e 1991), da Biennalle Internazionale "NAIF", Cittá di Como, Itália (1976) e da V Bienalle Internazionale "NAIFS", entre Fiera e Lombardia, Itália (1980), da III Bienal de Havana, Cuba (1989), da III Bienal de Artes de Goiás (1993) e da Bienal Brasileira de Arte "NAIF", SESC Piracicaba (1994). Recebendo, em 1985, o prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) na categoria escultura. Em 1987 recebeu a comenda Ofiacialato da Ordem do Mérito, do governo português. Em 2010, faleceu em Goiânia, onde residia desde 1955.

Sobre o curador

Leno Veras é comunicólogo, pesquisador e professor, dedicado à difusão da cultura e divulgação da ciência na esfera pública por meio de práticas curatoriais, projetos editoriais e programas educacionais, com foco em teorias dos meios, escritas de história e sistemas de memória. Atualmente, desenvolve sua tese de doutoramento na Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e, como pesquisador visitante, no Instituto Warburg na Escola de Estudos Avançados da Universidade de Londres.

Foto:Ricardo Amado

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