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Para Gostar de Teatro 2021 - Festival ocupa internet e realiza edição on-line gratuita, unindo grandes nomes da dramaturgia mineira e nacional.

Artistas como Lirinha, Larissa Bracher, Rita Clemente e Marina Bastos fazem parte de evento que conta ainda com oficinas e mesas de debate.

Entre os dias 18 e 25 de março, o Grupo Residência Teatro e Audiovisual e a Estandarte Cia. de Teatro, ambos da cidade de Ouro Preto, localizada na região dos Inconfidentes, em Minas Gerais, realizam a 6ª edição do Festival Para Gostar de Teatro - PGT. Com espetáculos, oficinas e debates, o evento chega a sua primeira edição on-line, reunindo nomes importantes da dramaturgia mineira e nacional, em uma programação gratuita. O evento é produzido com recursos da Lei Aldir Blanc, do Governo Federal, através da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais e será transmitido pelo canal Para Gostar de Teatro no YouTube.

Criado na cidade Patrimônio Cultural da Humanidade com o objetivo de fazer e pensar o teatro como processo, dispositivo artístico polissêmico resultante da junção de microuniversos que precedem ou fazem parte de um espetáculo - como a construção poética de uma peça, ensaios, o exercício da produção, o olhar do espectador e o contexto de uma apresentação - o festival orgulha-se de ter promovido em edições anteriores uma série de trocas e diálogos presenciais entre grupos brasileiros e o público, destacando-se a participação de grupos como o Barracão Teatro, de Campinas, Teatro que Roda, de Goiânia, artistas como Márcio Libar e Helder Vasconcelos, além de companhias de Ouro Preto e Mariana.

Para Gostar de Teatro - PGT Edição Virtual

Em 2021, com a pandemia que assola o país, o PGT (como passou a ser carinhosamente chamado) se viu diante de um grande desafio: manter fidelidade às bases conceituais que deram origem ao festival, e, paralelamente, transpor o evento para o universo virtual o que, de certa forma, desestabilizaria a performance cênica e a fruição dos espetáculos.

Posto o desafio e a despeito de todas as adversidades que dizem respeito ao significado de se fazer teatro no Brasil de hoje, Julliano Mendes, do Grupo Residência, e Marcelino Xibil Ramos, da Estandarte Cia. de Teatro, idealizaram a versão on-line do PGT, conservando sua identidade, ao apostar no diálogo entre diferentes linguagens cênicas e na formação de novos espectadores, especialmente aqueles que, cada vez mais, vêm consumindo conteúdo audiovisual pela internet.

Tendo esse cenário em vista, a edição virtual do PGT preparou uma programação com 09 espetáculos, 04 oficinas de formação/qualificação e 02 debates, com nomes importantes da dramaturgia nacional como o músico e escritor Lirinha que apresenta o espetáculo “Recital Poético”, declamando poemas autorais e de poetas e cantadores que influenciaram a carreira do idealizador do grupo Cordel do Fogo Encantado; a atriz Larissa Bracher que analisa e promove uma reflexão teórico-prática sobre os desdobramentos do isolamento social para o segmento das artes cênicas na performance teatral “O Balão”; a pesquisadora, diretora e atriz Rita Clemente que interpreta Amanda, uma mulher de meia idade que perde, progressivamente seus sentidos, em espetáculo homônimo dirigido por Diogo Liberano; e a contadora de histórias Marina Bastos, sucesso no instagram, que ministra a oficina “Como Contar Histórias: primeiros passos”. Ao lado deles, grupos e peças que vêm conquistando espaço no cenário regional e estadual, a exemplo do espetáculo “Literatura para Dançar” do Grupo Residência, “Causos de Brasêro”, com Marcelino Xibil Ramos, “Romeu e Julieta ou Queijo com Goiabada”, da Cia 2x2. Vala destacar ainda a participação de François Bamba, ator e contador de histórias africano em “Contos e Lendas do Burkina Faso” e do Instituto Cultural Tambor de Raiz, de Conceição da Barra, norte do Espírito Santo, com o espetáculo “Caburé”.

Julliano Mendes, coordenador do PGT, lembra o filósofo e dramaturgo francês Alan Badiou que lançou um questionamento sobre qual seria a melhor forma de se dirigir às pessoas para que elas pensassem suas vidas de maneiras distintas daquelas que elas estão acostumadas. “Badiou afirma que o teatro é a melhor linguagem artística para responder essa pergunta e oferecer às pessoas novos modos de ser e estar no mundo. O Para Gostar de Teatro não só acredita nesta máxima, mas enxerga no digital possibilidades para se pensar o futuro do teatro a partir da experiência de isolamento que estamos vivendo, inclusive em suas dimensões sociais e políticas”, comenta o ator, escritor e roteirista que participa do festival com dois espetáculos.

Os espetáculos, as oficinas e os debates estarão disponíveis no canal do YouTube do Para Gostar de Teatro durante um mês, após a exibição das peças.

Ações Educativas e Reflexões

Além de espetáculos, o PGT, tradicionalmente, reserva espaço na programação para workshops e mesas de debate que têm a função de ora fomentar a prática teatral, ora promover reflexões sobre o universo cênico. Ao todo são quatro oficinas: “Manipulação e Interpretação” com Catin Nardi da companhia de teatro de bonecos Navegante, “Os Caminhos do Palhaço: primeiros passos”, com Rodrigo Robleño, clown com passagens pelo Cirque du Soleil, “Elaboração de Projetos Culturais”, com o gestor cultural Flaviano Souza e Silva e “Como Contar Histórias”, com Marina Bastos. As oficinas são destinadas a atores, produtores culturais e profissionais da rede municipal de ensino de Ouro Preto, Mariana e região.

Já os debates procuram responder questões sobre o fazer teatral. O primeiro deles, com a temática “A escola de teatro e a comunidade”, procura refletir sobre as contribuições que as instituições dedicadas ao ensino e à pesquisa das artes cênicas podem contribuir com a comunidade. A mesa “Produção contemporânea”, por sua vez, promove um debate sobre a importância do trabalho realizado nos bastidores da cena, que contribuem para a viabilização da produção continuada de grupos e artistas de teatro.

“Claro que as ações formativas e críticas do PGT no universo on-line não substituem o diálogo e as experiências arte-pedagógicas presenciais. Mas é importante que, ao propormos um evento totalmente virtual, possamos manter os fundamentos educacionais e reflexivos que fazem parte da identidade do festival, utilizando todo o potencial de acesso das ferramentas digitais”, afirma Marcelino Xibil Ramos, idealizador do PGT.

Os debates e as oficinas são gratuitas. Assim como os espetáculos, elas podem ser acessadas no canal do YouTube do Para Gostar de Teatro, no dia referente à sua apresentação. A programação completa do evento, assim como mais informações, pode ser acessada no site: www.paragostardeteatro.com.br.

Foto: Bianca-Aun-Amanda

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