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Atualmente, é difícil encontrar alguém que não busque saber sobre sua origem familiar. E essa curiosidade pode despertar e reavivar diversos dramas, que explicam alguns acontecimentos do presente. Além disso, obter essas informações pode ainda ajudar pessoas e famílias a se conhecerem mais e melhor. E tudo isso pode ser proporcionado pela psicogenealogia.

Segundo a escritora e psicóloga Monica Justino, especialista no assunto, quando são resgatados fatos vividos no passado por nossos familiares e compreendemos o sentimento deles, o impacto que isso provocou na época, temos a oportunidade de fazer diferente, podemos escolher de forma consciente nosso caminho, sem precisar repetir. “Conhecer nossas origens nos ajuda a ter consciência das histórias familiares e nos permite escolher livremente nosso caminho”.

E um dos objetivos da psicogenealogia é justamente, evitar as repetições de acontecimentos passados. Monica conta que as situações familiares se repetem por serem inconscientes, como uma forma de lealdade familiar. “Essa lealdade ocorre por idades, acontecimentos, datas, como por exemplo: várias gerações de mulheres na mesma família que têm o primeiro filho na mesma idade, muitas vezes têm o mesmo número de filhos”.

Origem e sua importância

A técnica é uma abordagem terapêutica originada na França, a partir do trabalho da psicóloga e professora emérita da Universidade de Nice, na França, Anne Ancelin Schützenberger, no fim da década de 70. A especialista explica que essa abordagem une a psicologia e genealogia, trabalhando com o resgate da memória familiar por meio da construção da árvore genealógica (genossociograma). “Ela tem grande importância no processo de terapia, pois ela ajuda o paciente a compreender a origem da sua problemática ou queixa. “Ao elaborar seu genossociograma em conjunto com o terapeuta, o paciente se dá conta das influências das situações vividas (ou não vividas/desejos) por seus antepassados que interferem na sua vida hoje”.  

Além disso, a psicogenealogia proporciona diversos benefícios, como:

Autoconhecimento;

Pertencimento: pessoa sente mais suas origens, fortalece o vínculo familiar;

Olha para seus pais como seres humanos (com uma história, uma bagagem) e não apenas como pais;

Conhecimento e compreensão da história familiar - conscientização;

Evitar repetir as programações familiares;

Ter confiança em si mesmo.

Lançamento do livro

Após ter concluído sua tese de doutorado sobre Criatividade, em 2006, Monica teve a oportunidade de retornar à França para passar um ano em busca de algo novo para a área clínica e ouviu falar da Psicogenealogia, como uma proposta inovadora. A curiosidade em compreender os efeitos da abordagem e como a construção da árvore genealógica poderia ser útil no processo terapêutico, motivou a psicóloga a estudar esse tema e a fazer o curso de formação em Psicogenealogia, em Lyon.

Após pesquisar e não encontrar ninguém no Brasil que trabalhasse com a abordagem, logo surgiu o interesse em trazer esse conhecimento para cá. Foi à partir desse momento que surgiu a ideia do livro Psicogenealogia - Um novo olhar na transmissão do olhar familiar. “O objetivo dele é informar sobre essa abordagem, levar esse novo olhar da transmissão da memória familiar para todas as pessoas, para que o leitor possa compreender como a vivência dos seus antepassados pode influenciar sua vida. Além disso, o livro pode ser um estímulo para que o leitor possa resgatar suas raízes”, garantiu Monica.

Foto: Divulgação