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O nosso criativo Camilo recebe o Mult Robert, para muita música, arte e bate papo em uma live bem esperada

Robert Frank – Quartos Infinitos
Pelo jornalista  Thiago Pereira

Robert Frank é multiartista de Belo Horizonte, do Aglomerado da Serra, co fundador e articulador de movimentos como Faverock e OutroRock e desde 1999 canta na banda Pelos, anteriormente Pelos de Cachorro. Iniciou recentemente sua trajetória como artista solo, paralelo aos trabalhos com Pelos e Diplomattas. Tem atuação também como artista visual e ator, tendo realizado diversas exposições em Belo Horizonte, tendo trabalhos distribuídos em países como Canadá, Dinamarca, Estados Unidos, Argentina, Uruguay, Alemanha, Irlanda e Portugal e atuado e atuado em filmes como "No Coração do Mundo",  "Temporada" e na série de tv "Hit Parade", que estreia em 2021 no Canal Brasil.

De certa forma, as obras visuais de Robert Frank são transcrições do que ele faz na música, cantando e tocando guitarra à frente do grupo Pelos. Em ambos os casos, capturamos angústias, impossibilidades, vazios: o suporte dessa sensibilidade é que, de alguma forma, alivia os olhos (as cores e imagens pop) e os ouvidos (as belas melodias tecidas pelo grupo).


Curioso é descobrir que esse lado artista visual foi deixado de lado pela música durante um tempo. “Eu sempre fui ligado à imagem, principalmente o desenho. Desde que me entendo por gente o faço”, rememora. “Quando comecei a tocar e ter banda, na adolescência, deixei um bocado de lado essa coisa de desenhar. Há uns dez anos, ganhei uma bolsa para fazer um curso de histórias em quadrinhos, que envolvia roteiro, desenho realista, cartoon e aulas de aquarela. Eu já me encontrava há cinco anos sem desenhar nada, tinha perdido quase todo o interesse e o curso me fez retomar essa paixão. Depois disso, desenhava nos poucos momentos livres, até que em 2008 retomei o desenho de forma compulsiva”.


Resultado dessa compulsão, “Quartos Infinitos” coleta diversas obras de Frank, em variados formatos e suportes, resultado mais da criatividade que do formalismo. “Por não dominar muitas técnicas, muitas vezes uso de bastante improviso ou experimentação. Posso pintar um quadro com marcadores, nanquim, acrílica e spray com estêncil, tudo junto. É o que me vem no momento ou o que tenho às mãos”. Acidentes etílico-domésticos pintam na tela também. “Em um dos últimos trabalhos, deixei cair um copo de uísque sem querer enquanto pintava, e isso acabou sendo mantido na arte. Quase não apareceu depois que secou, mas ele está lá”, ri.


Realidade e impossibilidades são dois temas frequentemente postos em conflito em suas obras. “Me interessa muito imaginar outras realidades mais fantásticas. Eu meio que “entro” nas cenas enquanto as estou desenhando. Fico imaginando como seria aquele universo, aquele personagem, pra onde iria depois daquela ação, quem são seus amigos e tal. O fato é: me divirto muito enquanto estou criando. É como poder voltar a brincar feito criança”, diz


A questão é que essa dicotomia é posta de forma lúdica, pop até, em suas obras, o que as tornam irresistivelmente atraentes. “Eu sempre fui muito fã de cartoons. Quando criança lia muitas revistas “MAD”, “Chiclete com Banana” e muitos quadrinhos de heróis que um irmão mais velho colecionava”, assume. E se os desenhos iniciais vinham com uma “válvula de escape, meio pessimistas como uma fuga da realidade”, ele agora está em outra fase. “Ainda costumo desabafar com desenhos, mas no lugar do pessimismo entrou a ironia”, ri.

Foto: Divulgação

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