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Os efeitos da Covid-19 na pele

Dermatologista explica a relação da doença com o surgimento de lesões cutâneas e alerta sobre a importância de buscar atendimento nos primeiros sintomas.

Desde quando começamos o enfrentamento da pandemia da COVID-19, cerca de cinquenta sinais de sintomas já foram associados à doença. E entre eles, as lesões na pele, que podem servir tanto como um sinal de alerta, sendo o primeiro sinal da doença, como ser o único sintoma clínico ao longo de todo o período de infecção.

A dermatologista, Marcela Loschi, explica que a COVID-19 é uma doença sistêmica, que afeta não só os pulmões, como vários órgãos e sistemas do corpo humano. “A pele é o nosso maior órgão e infelizmente não ficou de fora da lista dos afetados pela doença”.

Um estudo recente publicado na revista britânica King's College London mostrou as principais formas de lesões na pele. Entre elas, as erupções cutâneas vesico-papulares (41,2%), que são pequenas bolinhas ou bolhas avermelhadas; urticária (30,0%), com coceira intensa, além de lesões acrais (23,1%), nos pés e nas mãos.  

Segundo a especialista, os sinais cutâneos da Covid-19 podem aparecer de várias formas e em diferentes estágios da doença. “De acordo com os relatos, eles podem preceder os sintomas respiratórios, ou podem surgir até 3 meses após a confirmação da doença”, destacou a médica. 

Se o paciente observar alterações na pele acompanhadas, ou não, de febre e sintomas respiratórios, deve procurar atendimento médico, para que possa ser feito o diagnóstico correto. “A avaliação médica é fundamental para descartar diagnósticos diferentes, como farmacodermias e interações medicamentosas, principalmente pelo uso indiscriminado do tratamento precoce, como o “kit Covid”, além de doenças de pele preexistentes”, alerta Marcela.

Tratamento 

Para tratar as lesões na pele, podem ser usados alguns remédios indicados pelo médico no momento da consulta. “Elas podem durar por até 14 dias e o tratamento deve ser orientado pelo médico especialista. Entre as prescrições incluem o uso de corticosteróides e anti-histamínicos. Lembrando sempre dos riscos da automedicação”, elucida Loschi.

De acordo ainda com a dermatologista, nos casos mais graves, as alterações vasculares da Covid-19 podem se manifestar na pele, podendo deixar sequelas. “As lesões podem ser causadas por uma inflamação vascular, que causa uma oclusão dos vasos sanguíneos periféricos, principalmente das mãos e dos pés. Estas lesões vaso-oclusivas, podem deixar a pele mais arroxeada e causar isquemia nas pontas dos dedos. Se não forem tratadas a tempo podem levar a necrose, e em último caso, até a amputação dos dedos”.

Ela ainda ressalta que a presença de lesões vasculares está relacionada aos quadros mais graves de COVID-19, com comprometimento pulmonar severo, podendo acometer principalmente idosos.

Fonte: Marcela Loschi, clínica médica e dermatologista, especialista no tratamento de cicatriz de acne, além de procedimentos estéticos. Atua no Hospital MaterDei e em consultório médico particular, em Belo Horizonte (@dra.marcelaloschi). 

Foto: Divulgação

 

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