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Circuito Municipal de Cultura realiza mostra on-line dedicada à cultura cigana

“Mostra Cigana” traz bate-papo e pílulas audiovisuais sobre cultura, história e desafios dos povos ciganos no Brasil e em Minas Gerais

O Brasil conta com uma enorme população cigana, dividida em diferentes etnias e rica em cultura e saberes. Ainda assim, pouca gente no país conhece a história desses povos, presentes também no estado de Minas Gerais. Com o objetivo de resgatar memórias e jogar luz sobre a potência da cultura cigana, o Circuito Municipal de Cultura realiza a Mostra Cigana entre esta terça-feira, 6 de abril, e sábado (10). Totalmente gratuita e on-line, a programação contará com exibições inéditas de um bate-papo e de duas pílulas audiovisuais sobre o tema. O Circuito Municipal de Cultura é realizado pela Secretaria Municipal de Cultura (SMC) e pela Fundação Municipal de Cultura (FMC), em parceria com o Centro de Intercâmbio e Referência Cultural (CIRC).

A Mostra Cigana terá início com o bate-papo “Conversa de Barraca: História e Cultura dos Povos Ciganos no Brasil e Minas Gerais”, que será exibido nesta terça-feira, dia 6, às 19h, no YouTube da Fundação Municipal de Cultura, no Facebook e no site do Circuito. Trata-se de uma conversa entre a liderança cigana Valdinalva Caldas (Nalva Cigana) e a historiadora Alenice Baeta, mediado pela antropóloga Juliana Campos, que irá abordar a história da chegada dos povos ciganos no Brasil e as singularidades que constituem o modo de vida.

A Região Metropolitana de Belo Horizonte, por exemplo, possui inúmeros acampamentos ciganos permanentes, sendo três deles regularizados como territórios tradicionais de comunidades Calon - etnia de Nalva Cigana, que é vice-presidente da Associação Estadual Cultural de Direitos e Defesa dos Povos Ciganos.

Mestre e doutora em antropologia pela UFMG, Juliana Campos trabalha há oito anos com povos ciganos da etnia Calon em Minas Gerais, pesquisando temas como territorialidade, parentesco e ativismo feminino. A pesquisadora ressalta o quão intensa é a presença da comunidade cigana em BH e na Região Metropolitana.

“É muito importante que as pessoas tenham mais conhecimento sobre os ciganos. Muita gente nem sabe sobre a presença desses povos na cidade, que ainda sofrem muito preconceito por conta de estereótipos”, afirma Campos, ressaltando que a cultura cigana também tem acompanhado as transformações da sociedade. "Hoje, por exemplo, a cena musical Calon é sobretudo movimentada pelos meios virtuais, principalmente pelo Whatsapp. Músicos de outros estados fazem canções e ‘parentes’ de vários acampamentos as distribuem pela rede".

A programação da Mostra segue com duas pílulas audiovisuais assinadas pelo diretor de cinema e roteirista mineiro João Borges, que serão exibidas nos dias 8 e 10, sempre às 18h, no YouTube da Fundação Municipal de Cultura, no Facebook e no site do Circuito. Os vídeos abordam diferentes aspectos da cultura cigana: o primeiro, “Tradições”, enfoca a memória, o futuro e a relação com a morte, e o segundo, “Festa de Casamento”, trata o ritual sagrado da cultura cigana.

“Venho pesquisando as comunidades ciganas da etnia Calon há mais de cinco anos. Nesse período, fiz várias imersões nos acampamentos, registrando o cotidiano, as festas, as lutas e fazendo entrevistas”, afirma o cineasta. As imagens foram gravadas no período anterior à pandemia, entre 2017 e fevereiro de 2020.

Para João Borges, os ciganos vêm passando por uma grande transformação cultural nos últimos 20 anos, deixando a itinerância e tornando-se sedentários. “Os ciganos são parte fundamental do caldeirão cultural que compõe a sociedade brasileira. Temos uma visão romântica desta cultura, além de uma série de preconceitos e mitos que habitam o imaginário coletivo da sociedade brasileira. Portanto, a iniciativa do Circuito Municipal de Cultura é fundamental para dar visibilidade aos povos ciganos e na luta contra a ciganofobia”.

“O Circuito Municipal de Cultura é um projeto que valoriza e promove a programação cultural na cidade de Belo Horizonte, pautado na política de acesso, democratização e diversidade cultural do município. Sendo assim, apresentar aspectos da cultura cigana é fundamental para o reconhecimento do direito e da dimensão simbólica da cultura, garantindo o acesso a todos”, ressalta Aline Vila Real, diretora de promoção das artes da Fundação Municipal de Cultura.

Sobre o Circuito Municipal de Cultura

Projeto estratégico da Prefeitura de Belo Horizonte, foi lançado em dezembro de 2019, com grande show de Jorge Ben Jor na Praça da Estação. Em maio de 2020, foi lançado o Circuito em Casa, como parte do Circuito Municipal de Cultura, criado para ampliar as opções culturais para a população que está em casa durante a pandemia da Covid-19. Suas ações integram a Política de Promoção das Artes do município.

Até o momento, já foram mais de 298 apresentações realizadas, alcançando um público de mais de 450 mil pessoas. Desde o início do projeto, o Circuito Municipal de Cultura já contou com a participação de mais de 1.000 trabalhadores da cultura, entre artistas, mestres da cultura popular, produtores e técnicos, reforçando seu importante papel de fomento ao setor em Belo Horizonte. Toda a programação do Circuito Municipal de Cultura é gratuita, contemplando as diversas linguagens artísticas e faixas etárias.

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Foto: João Bordes

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