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ARS NOVA CORAL DA UFMG EM APRESENTAÇÃO ÚNICA NA CASA THOMAS JEFFERSON

Neste concerto em Brasília, o Ars Nova – Coral da UFMG apresenta algumas obras inéditas ​em seu repertório. O foco do grupo neste ano é a música composta no século XX​, além de divulgar não só os compositores brasileiro​s, mas também novos repertórios de compositores internacionais, com ênfase em obras ainda consideradas inéditas em território brasileiro. Esta é uma maneira de incentivar a produção de novas obras para coral, além de garantir que cantores e público pratiquem e escutem a música de nosso tempo, com suas idiossincrasias, seus contrastes e suas coerências e incoerências. O repertório está dividido em 3 blocos. No primeiro bloco o Ars Nova explora o aspecto camerístico do canto coral e abre o concerto com Ave, Generosa, ​do compositor norueguês ​Ola Gjeilo (1978) e com texto de Hildegard von Bingen (1098-1179), considerada uma das primeiras mulheres compositoras da História da Música. Este moteto, escrito em 2016 para vozes femininas a cappella, se caracteriza por sua delicadeza melódica sem abrir mão da linguagem contemporânea que explora contundentes dissonâncias. Em seguida, o Ars Nova interpreta De Profundis ​do compositor estoniano Arvo Pärt (1935) com texto do Salmo 130. Esta é uma obra para coro masculino a quatro vozes e órgão e que propõe o estilo pessoal do compositor, o tintinnabuli, no qual as vozes soam como sinos. A próxima obra é a única do repertório que não foi escrita no século XX: Crucifixus​, do compositor italiano Antonio Caldara (1670-1736), é um moteto finamente forjado em dezesseis vozes, na verdade, dezessete, se considerarmos a voz independente do baixo contínuo. É uma obra de grande expressividade e as vozes são escritas e entrelaçadas com grande habilidade. No segundo bloco, o Ars Nova explora um repertório mais complexo, com grande grau de dificuldade. Three Madrigals​, da compositora norte americana Emma Lou Diemer (1927), para coro e piano traz 3 poemas de William Shakespeare, cada um deles explorado de maneira diferente: harmonias transparentes em "O Mistress Mine, Where Are You Roaming?​", harmonias pesadas em "Take, O Take Those Lips Away​" e rápidas provocações ao piano em "Sigh No More Ladies, Sigh No More!​". Timor et tremor ​e Tristis est anima mea, ​do francês Francis Poulenc (1899-1963) são, respectivamente, o primeiro e o último dos quatro motetos do ciclo Quatre Motets pour un Temps de Pénitence​. O compositor explora dissonâncias dolorosas, estresses cromáticos, pinta quadros com gestos rítmicos e melódicos, numa grande e envolvente alegoria. O moteto estrófico Corpus Christi Carol do norueguês Trond Kverno (1945) possui como texto um hino medieval inglês. O significado do texto está relacionado ao Santo Graal, lenda Arturiana que fala sobre o cálice usado por Jesus Cristo, na última ceia. Encerrando este bloco, o Ars Nova apresenta My Flight for Heaven​, do compositor americano Blake R. Henson (1983), com texto do poeta inglês Robert Herrick (1591-1674). Esta obra a cappella, do compositor texano, professor na Texas Wesleyan University, é profundamente comovente que fala sobre a busca de conforto no abraço da morte como saída para uma nova vida sem dor, sofrimento, guerra ou fome. No terceiro e último bloco deste programa o Ars Nova faz uma homenagem a 2 compositores brasileiros. Cancioneiro de Lampião, ​3 Corais Brasileiros para coro misto a cappella, opus 52, do pernambucano Marlos Nobre (1939) é uma trilogia escrita em 1980, com canções baseadas no folclore nordestino, com alusões ao famoso cangaceiro Virgulino Ferreira, o Lampião (1898-1938). Com esta obra, nós celebramos os 120 de nascimento e 80 anos de morte de Lampião​. Em 1964, o maestro mineiro Carlos Alberto Pinto Fonseca fundou o Ars Nova – Coral da UFMG, que foi considerado, pelo compositor e crítico de arte José Antônio Resende de Almeida Prado, como o “maior conjunto vocal do Brasil”. O maestro Carlos Alberto o regeu por 41 anos! Já o compositor compôs um vasto acervo de peças para coro e inúmeros arranjos de peças do folclore popular brasileiro. Sua obra prima, a Missa Afro-Brasileira de Batuque e Acalanto​, foi composta em 1971. Dela extraímos o belíssimo Dona nobis Pacem​, para encerrar o concerto desta noite, desejar paz ao mundo e celebrar os 85 anos do Fundador.

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