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Pedrosa Camilo – Artista visual – educadora e performática

A Sessão “ALÉM”, da colunista Ana Gomes, apresenta hoje a arte de Pedrosa Camilo Uma artista que faz da sua arte uma forma criativa de pensar o mundo.

Pedrosa Camilo é mineira, nascida em Ribeirão das Neves – (2000), cidade da Região Metropolitana de Belo Horizonte, capital mineira,atualmente vive e trabalha em Contagem – Minas Gerais.

Integrou-se à primeira turma do curso Técnico em Artes Visuais pela instituição CICALT (2018-2020), trabalhando o ser e fazer artístico desde então.

Artista Visual e educadora, Pedrosa atua na educação através de experiências profissionais em museu e idealizações próprias, mergulhando em processos criativos para Arte-Educação.

Em 2020, Pedrosa mediou e curou remotamente duas temporadas de Grupo de Estudos sobre Colagem. A proposta foi unir pessoas interessadas em produzir através de trocas referênciais e sentimentais, por meio de falas e compartilhamentos de produções artísticas, levando em conta a contextualização politica do Covid-19.

A troca de ideias e vivências no grupo resultaram em duas exposições – disponíveis no perfil de instagram @Colagistas – denominadas “Exposição do fim do mundo” e “Objetos da Memória”.

https://www.instagram.com/pedrosacamilo/

 

Quando você descobriu a arte na sua vida?

Não conheci arte através da disciplina que era dada na escola regular, apesar de fazer desenhos lá. Academicamente falando, o ensino oferecido de artes nas escolas que estudei eram bastantes superficiais e como o risco de reprovar/repetir de ano caso tirasse notas ruins não existiam nesta matéria, acabava me afastando da mesma.

Foi através da rememoração das mulheres que constituem minha família que tive bastante influência pela arte de fazer e criar. Cresci ouvindo histórias de minha avó Dalva, que fazia e vendia bonecas de pano no centro da cidade para sustentar a família. Outra inspiração vrio através de minha avó Elza, que via fazer colchas de fuxico, toucas, luvas e roupas de tricô. Também tive a influência da minha tia Ivonilda na técnica do corte, costura e modelagem e, por último e não menos importante, de minha irmã, Thais, que customizava suas roupas e desenhava muito bem, aos meus olhos.

Por ter tanta referência de costura e criação de roupas, em 2017 havia decidido ser Designer de Moda. Quando me matriculei no curso Livre de Artes Visuais no Plug Minas (atual CICALT) no ano de 2018, tive o prazer de me descobrir Artista.

O que o CICALT representa pra você?

Acredito que representa o começo. Lá aprendi a me expressar através do corpo, das minhas mãos, pude nascer de novo e me permitir a sensibilidade. A sensação que tenho foi de que as Artes Visuais me fizeram enxergar um mundo que não via antes, um mundo com diversas camadas e possibilidades de criação das quais nunca havia ousado pensar.

Sei que sua arte é múltipla. Além de Arte-educadora, trabalha com as linguagens de pintura, colagem e performance. Como esses momentos acontecem na sua vida?

O meu desenvolvimento dentro destas linguagens acontece de maneira fluida, mas também do desejo de se conhecer mais e experimentar, virar tudo do avesso para compreender melhor. Quando pintei minha primeira tela na aula de pintura livre lembro de ouvir da professora “que incrível esta pintura, você fez um surrealismo” e minha reação foi “o queee? Eu sei pintar? O que é um surrealismo?”. Comecei a pesquisar sobre o surrealismo e fiquei encantada com as técnicas do realismo e a possibilidade de criar imagens que desafiam o real, sendo assim surreal. Por um longo período desenhei várias imagens, onde o corpo subvertia a lógica humana.

Quando, no final de 2018, inicio o curso técnico em Artes Visuais, tenho um outro encontro transformador, mas agora na linguagem da performance. De certa forma os desenhos que fazia investigando as possibilidades com o corpo no bidimensional se estendeu ao tridimensional com a performance e muita coisa ganhou mais sentido pra mim.

Acho sua arte visceral. Você percebe o limite entre razão e emoção no seu fazer artístico? As memórias fazem parte desse universo?

Não consigo te dizer se a razão faz parte do meu fazer artístico, penso que a razão está geralmente em quem consome meu trabalho de alguma maneira, nesta tentativa por querer compreender de forma objetiva o que quis/quero dizer com o que faço. Acredito bem mais que a racionalização do meu processo criativo vem após vê-lo “finalizado”, quando consigo dizer para mim “eu fiz isso, mas por que?”, neste momento sinto o exercício da razão.

A emoção está presente em todo o processo, desde a ideia desenhada na cabeça até… acho que não existe um até. A emoção perdura para sempre numa obra, inclusive quando ela não está mais sob posse de seu criador. Com toda certeza a memória faz parte deste processo, tanto para quem idealiza um projeto e o executa quanto para quem observa o substrato. Penso que é a memória que fará a ponte sensível entre o espectador e a obra. Ela tem este poder de atravessar as coisas, aquilo que não me atravessa, que não me faz sentido, geralmente é por que não existe uma memória afetiva que me permitirá ou permitirá o outro de ser afetado pelo trabalho.

Você tem artistas, como referência? Se sim, quais?

Me sinto bastante inspirada por colegas artistas que estudaram comigo e também pelos que conheci vivendo a arte pela cidade. Hoje minhas inspirações e referências são Nereu Moreau e Gilmara Oliveira, dois professores bastante queridos que fortaleceram muito minha inserção no mundo das artes e alguns artistas como; Massuelen Cristina,  Pedro Neves, KaduXukuru, Jota Mombaça, Julia Panadés, Viviane Ferreira, Prisca Paes e Gilson Camilo, meu pai, que não exercia alguma profissão artística, mas que por meio da metalurgia construía maquinários enormes e fazia desenhos técnicos sem técnica.

É muito difícil não querer escrever uma lista de artistas incríveis que me fazem querer pulsar arte a todo momento, então me contive nestes 10 nomes.

Quais as dificuldades você sente em trabalhar com arte?

A minha maior dificuldade para além do mercado profissional, vendas e contexto político tem sido encontrar forças dentro de mim para não deixar de acreditar na minha potência artística.

Quais seus planos para o futuro?

Hoje tenho plantado muitas sementes de calma e persistência para que futuramente eu possa continuar alimentando meus sonhos mais criativos e tornando-os palpáveis ao longo do tempo. Desejo estar trabalhando como arte-educadora contribuindo com a valorização da aprendizagem através da arte e na criação de experiências. 

Para conhecer mais sobre os trabalhos de Pedrosa Camilo, convido-os a acessar o link abaixo, onde você também terá disponível os contatos e redes sociais de nossa artista.

https://www.pedrosacamilo.com.br

Por Ana Gomes

Para acessar outras matérias da colunista Ana Gomes, acessa o link abaixo:

https://libertasnews.com.br/category/alem/

Foto: Divulgação

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