Notícias

Orquestra Sesiminas Musicoop apresenta “Centenário Piazzolla”, concerto de abertura da programação de 2021

Um dos mais longevos e versáteis grupos de câmara do país dá início à programação comemorativa de seus 35 anos com apresentação de repertório latino, que vai de Piazzolla a Wagner Tiso.

Do chão de fábrica às praças e teatros de todo país. A Orquestra Sesiminas Musicoop completa 35 anos em 2021, e no dia 26 de maio, quarta, abre a tradicional série “Sempre às Quartas” com “Centenário Piazzolla”, concerto em homenagem a um século de nascimento do compositor argentino. A apresentação começa às 20h, no palco do Teatro Sesiminas (sem a presença do público), e terá transmissão, ao vivo, pelo canal do Youtube da Orquestra Sesiminas Musicoop (https://www.youtube.com/channel/UChhZ4V4jRQVf9zg0Oa-o5fQ). O concerto conta com a participação do pianista Robério Molinari e traz composições de Astor Piazzolla, Alberto Ginastera (Buenos Aires), Wagner Tiso e Villa-Lobos. A regência e direção artística são de Felipe Magalhães. Classificação indicativa: livre.

“Nossa orquestra vai onde o povo está. Pátios de indústria, escolas, comunidades, creches, hospitais e asilos. Fora a inserção na cena artística mineira e nacional, com participação em eventos de envergadura e festivais internacionais. Tudo feito com qualidade, por um corpo estável e experiente de instrumentistas, de alto nível técnico”, se orgulha Marco Antônio Maia Drumond, maestro aposentado da orquestra, responsável por sua fundação, em 1986.

Felipe Magalhães, atual regente e diretor artístico da Sesiminas Musicoop, acrescenta que “uma orquestra que se propõe a fazer, desde a sua criação, a aproximação com públicos diversos, não pode se limitar a um tipo de repertório ou outro. Nesse sentido, abrir o ano homenageando Piazzolla, tem tudo a ver com a história da nossa orquestra. O artista argentino sintetiza o erudito e o popular de forma original. Na minha opinião, um dos compositores mais importantes da música latina no século XX”, afirma.

Nascido em Mar del Plata, Astor Piazzolla (1921-1992) foi ainda criança para Nova Iorque, onde estudou música clássica com o pianista e maestro russo Sergei Rachmaninoff. Desde então, Piazzolla passa a praticar Bach no Acordeão. Quando volta para casa, o tango de Carlos Gardel explodia na Argentina. Recém-chegado, o artista decide se aventurar também no gênero, à sua maneira. “Ele transforma a música cantada e dançada, em algo mais profundo, simplesmente para ser ouvida”, comenta Felipe Magalhães. Na época, o compositor foi criticado em seu país pelos puristas do tango, mas acabou por ganhar reconhecimento internacional. “A bossa nova consagrou a música brasileira porque trouxe para o samba uma roupagem clássica. Piazzolla faz o mesmo com o tango. Ele está para a Argentina assim como Tom Jobim para o Brasil”, afirma.

O programa do concerto abre com “As quatro estações portenhas”, conjunto de tangos argentinos compostos por Astor Piazzolla. “É como ele imagina as estações do ano vividas pelos habitantes de Buenos Aires”. A segunda peça é “La danza de la moza donosa” (A Moça Bela), composta por Alberto Ginastera - professor de Piazzolla e outra grande referência da vertente musical erudita, na argentina. Originalmente composta, em 1937, para piano solo, a obra de Ginastera traz um conjunto de danças nacionais. “É uma peça dançada, um sentimento de valsado. Ela tem graça, melodia expressiva e uma parte central mais sentida e vibrante”, diz Felipe Magalhães.

O concerto encerra com “Mandu-çarará”, recriação de Wagner Tiso a partir da obra de Villa Lobos. O músico mineiro passeia pelo tema da ‘Fantasia’ do compositor erudito, construindo uma versão bem brasileira, que mescla clássico e popular. “A peça representa a liberdade que a música tem na sua expressão, podendo romper fronteiras, entre o tradicional e o moderno, o erudito e o popular. O que faz dela também próxima à maneira de compor de Piazzolla”, afirma o maestro.

35 ANOS DE HISTÓRIA

Ao contrário da maioria das orquestras, para o gerente Jussan Fernandes, um dos motivos que faz a Sesiminas Musicoop resistir e atravessar gerações “é que os próprios instrumentistas estão à frente de sua gestão, algo raro em grupos desse porte”. A Musicoop – cooperativa de trabalho dos músicos profissionais de Minas Gerais - foi criada em 1995 para administrar os recursos do grupo. “Na época, o cooperativismo estava começando. Essa forma coletiva de se organizar, com os artistas responsáveis pelas decisões, unida à sensibilidade do Sesi de investir numa orquestra, contribuíram para a continuidade artística”, afirma.

Diante dos novos tempos e do avanço das tecnologias, Jussan reconhece que os desafios são outros. “A revolução digital, acentuada sobretudo em contexto de pandemia, nos fez aprofundar o contato com o espectador em suas casas, pelas plataformas digitais. Entendemos o momento como uma oportunidade de nos reinventar e seguir com nosso propósito inicial de formar e renovar o público da música de concerto”, conclui.

PROGRAMA

Cuatro Estaciones Porteñas (25’)

I.Primaver II.Verano III.Otoño IV.Invierno

Composição de Astor Piazzolla (1921 – 1992)

Com o pianista convidado Robério Molinari

La Danza de la Moza Donosa (5’)

Compoição de Alberto Ginastera (1916 – 1983)

Com Orquestração de Gláucia Nardi

Mandu-Çarará (4’)

Recriação De Wagner Tiso,a partir da obra de Villa-Lobos

Com Robério Molinari, piano

Foto: Rafael Motta

Selecionamos os melhores fornecedores de BH e região metropolitana para você realizar o seu evento.