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Governo Federal indica áreas suscetíveis a inundações e deslizamentos em Mariana (MG)

Pesquisadores estiveram na cidade mineira e, após estudos, classificaram as áreas de acordo com o grau de possiblidade de ocorrer eventos

A cidade de Mariana, em Minas Gerais, tem áreas com possibilidade de ocorrência de movimentos de massa, a exemplo de deslizamentos e as quedas de barreiras. É isto que aponta o estudo do Governo Federal publicados neste mês após a avaliação feita na cidade mineira. Os levantamentos que resultaram na classificação das áreas suscetíveis foram realizados por pesquisadores em geociências do Serviço Geológico do Brasil (SGB/CPRM), uma empresa pública vinculada ao Ministério de Minas e Energia (MME) responsável pela elaboração das Cartas de Suscetibilidade do país. Além dos deslizamentos, o estudo também aponta as áreas suscetíveis a inundações, sendo uma importante ferramenta de prevenção de desastres e para o planejamento territorial.
 

Os movimentos de massa são os movimentos gravitacionais responsáveis pela mobilização de solo, sedimentos, vegetação ou rocha pela encosta abaixo, geralmente potencializados pela ação da água. A Carta de Suscetibilidade de Mariana considera as áreas urbanizadas e não urbanizadas, sendo classificadas com percentuais de alto, média ou baixa suscetibilidade a deslizamentos e inundações. De acordo com o estudo, a área não urbanizada do município - cerca de 812 km² - teve a suscetibilidade classificada entre alta (36,4%), média (31,54) e baixa (31,96), considerando a possibilidade de ocorrer deslizamentos, erosões, corrida de massa e rastejo. Em relação à área urbanizada - cerca de 8,62 km² - os percentuais de suscetibilidade correspondente aos locais analisados foram considerados como alto (9,62%), médio (29,79%) e baixo (60,59%).

Os pesquisadores avaliaram também as áreas suscetíveis a inundações, que têm percentuais inferiores em comparação aos movimentos de massa. Na área não urbanizada - que tem uma extensão de aproximadamente 182 km² - apenas 6,31% de alta suscetibilidade, 2,68% média suscetibilidade e 6,24% baixa. A área urbanizada foi classificada com alta (26,36%), média (7,11%) e baixa (4,52%) suscetibilidade. A análise dos pesquisadores considera a possiblidade de ocorrência de inundação, alagamento e assoreamento.
 

O geólogo Tiago Antonelli, que é o coordenador nacional do projeto das Cartas de Suscetibilidade do SGB-CPRM, explica que o estudo realizado em Mariana aconteceu em dezembro do ano passado. Em campo, os pesquisadores puderam geraram informações sobre a elevação dos terrenos analisados, precipitações médias anuais e mensais da chuva, declividade, padrões de relevo, além de descrever os tipos de rochas da região. Antonelli esclarece que o levantamento consiste numa modelagem matemática feita em escritório, que posteriormente é validada em trabalho de campo pela equipe de pesquisadores que percorre toda a extensão dos municípios, com posterior conclusão em escritório.
 

O trabalho tem o objetivo de preservar vidas por meio da geração de informações que devem ser utilizadas pelo poder público de forma preventiva, priorizando o planejamento territorial para evitar a formação de áreas de risco geológico devido à ocupação inadequada. "A partir desta análise validada em campo, é possível nortear o crescimento urbano de forma adequada e segura, evitando vítimas, perdas e danos nos setores sociais, econômicos e de infraestrutura, como habitação, energia, saneamento, comércio, agricultura e serviços", explica o geólogo.
 

Além de Mariana, outras 48 cidades foram mapeadas pelo SGB/CPRM e têm as suas Cartas de Suscetibilidade publicadas. Ao todo, no Brasil, os pesquisadores já mapearam 526 municípios, onde foram contempladas mais de 88,8 milhões de pessoas. Todas as informações são públicas e foram entregues aos gestores das cidades mapeadas conforme a publicação no portal do SGB/CPRM. Os dados completos estão disponíveis no link https://www.cprm.gov.br/publique/Gestao-Territorial/Prevencao-de-Desastres/Produtos-por-Estado---Cartas-de-Suscetibilidade-a-Movimentos-Gravitacionais-de-Massa-e-Inundacoes-5384.html

Foto: Divulgação

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