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Márcia Leão – Poeta Apaixonada – Intensa – Livre – Repleta – Completa!

A Coluna “Sarau”, produzida por Elmo Gomes, apresenta nesta edição a estória de "Márcia Leão - Poeta Apaixonada - Intensa - Livre - Repleta - Completa"!

Assistente social, mineira de Belo Horizonte.

Apaixonada pela música brasileira, pelos livros, e todas as expressões de arte. Como boa mineira, para ela, felicidade é uma roda de amigos e um violão.

Os domingos são um deleite rodeada dos filhos e netos.

Iniciou o processo de escrita na pré adolescência. Márcia era muito tímida e não falava muito de si para os amigos e as amigas. A poeta encontrou no papel o amigo perfeito para as suas confidências. Ela afirma: “Claro que tudo muito bem escondido em minhas gavetas. Ao descobrir que estavam sendo lidos, passei a rasgá-los”.

Poema triste

Pobre poema triste

Aquele guardado na gaveta

Poema que não pôde voar

Não encontrou seu destino

Sufocado na memória

Preso na garganta

Que poema sempre é do mundo

E se guardado adoece

Poema e poeta.

Vencendo toda a timidez Márcia Leão retomou há pouco tempo a rotina da escrita, e nos conta que: “Frequentando o Espaço Suricato, fui tomada pela magia do lugar e começaram a surgir textos, poemas…” Márcia relatou: “O mais incrível foi que um belo dia, criei coragem e li um poema que tinha acabado de escrever”:

Espaço Suricato

Vôos

Minhas asas ninguém pode cortar. Só eu posso vê-las .

Só eu as alcanço. Aos outros resta sentir o vento que provoco ao passar.

Mulher alada, feita de sonhos realizados ou não.

Minha vida eu construo do meu jeito. As vezes mesmo sem os pés no chão.

No ninho onde habito existe amor, fé e gratidão. Um punhado de bons amigos, filhos, netos e emoção.

Assim vou voando.

Livre, repleta, completa…

Nada vai calar-me.

Não vou acordar nem isolar-me.

Sou assim. Feita de tudo que me foi dado vivenciar.

Vôo.

A poeta existente, escondida e reprimida dentro de Márcia foi ganhando vigor: “Depois de muito tempo sozinha, senti que era hora de deixar o amor chegar novamente e a poesia brotou com força total”.

Enamorar

Depois de um tempo sem viver o amor paixão, me apaixonei pela ideia de me apaixonar de novo.

Uma ideia sem nome e sem rosto , a questão não é quem.

O que quero é cultivar o enamorar.

Saudade de mimar alguém, de trocar .

Há muito entendi que meu homem ideal virou sapo.

Ninguém entende a cabeça dessa princesa cuja regra é não ter regra.

Vou curtir o enamorar. Quero fazer poesia, pagar mico, me sentir bonita, curtir quem sou…

Sei que assusto as pessoas. Sou direta, sei o que quero, sei respeitar o outro e principalmente aprendi a me respeitar.

Não me venham com pouco. Quero tudo.

Se tiver medo fuja, porque eu quero é me atirar.

Não mexe comigo. Não acende esse fogo se não estiver disposto a correr o risco de se queimar.

E entendo, é difícil me amar mas garanto, é fascinante me desfrutar.

Com tanta voracidade poética o resultado não poderia ser outro, nasceu o primeiro livro poético de Márcia Leão: “Apneia”.

A poeta explica como foi o processo de criação da obra:

“As palavras surgiam do desejo de amar e ser amada. Brotavam a qualquer hora, como se contassem a história a ser vivida. Encontrei na pessoa de alguém querido um grande incentivo, mas tive muito medo”.

Para Márcia publicar aqueles poemas, era sem dúvida, como se despir em público. Ela temia a reação sobretudo de sua família. Mas, muito pelo contrário que ela pensava, seus filhos, genro e nora deram a maior força.

Os filhos um pouco assustados de conhecer aquela mulher que se apresentava, aos 60 anos, adolescentemente a procura de uma paixão, falando de seus sonhos e desejos…

“Apneia é isso! É um relato das vezes que fiquei sem ar. Por encanto e por desencanto”.

Como foi despertar novamente para a poesia de forma tão intensa?

“Entre encontros e desencontros, a mulher que estava adormecida ressurgiu e, em minha explicitidade,  transformei tudo em poesia.

Comecei a participar do sarau do Asa de Papel e foi lá que conheci Rômulo Garcias, que ilustrou tão bem a capa desse que espero ser meu primeiro trabalho publicado.

Foi o Rômulo também quem cuidou do design gráfico e diagramação. O livro ficou lindo!

O que a poesia representa para você nessa nova fase?

“A poesia para mim é isso. Meu grito. Minha intensidade exposta. Minha expressão enquanto mulher, mãe, avó…

Sou muito grata a todos que me inspiraram e inspiram todos os dias.

É uma poesia coloquial, sem pretensão alguma além de falar o que penso e sinto.

Mas não vou negar que tem sido muito bom ouvir pessoas diferentes dizendo de sua identificação com minhas idéias.

Assim, desejo que a poesia possa ser esse caminho para que percamos o medo de falar de amor. Vivido ou sonhado.

Porque penso que por mais que exista no amor o desejo de ser correspondido, só o fato de poder senti-lo já vale a pena.

E eu, quero viver em estado de paixão”.

Por Elmo Gomes

Confira a história de outros poetas. Acesse o link abaixo:

https://libertasnews.com.br/category/sarau/

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