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Seminário discute as linguagens cênicas à luz da contemporaneidade

O “Laboratório: Textualidades Cênicas Contemporâneas” chega à sua segunda edição com um novo formato, ampliando sua ação teórica e aprimorando as linhas de ação. Inserido nas atividades do “Arte Expandida”, plano de ação conjunta dos teatros municipais, o “Laboratório” é constituído por seminários, oferecidos gratuitamente ao público, que acontecem de 13 a 16 de agosto, das 19h às 22h, no Teatro Francisco Nunes, e oficinas, também gratuitas, para os 05 núcleos de criação selecionados pelo projeto, realizadas no período de agosto a novembro. Com curadoria de Fernando Mencarelli, professor da UFMG e diretor teatral, e de Nina Caetano, professora da UFOP, diretora e dramaturga, o projeto propõe a discussão dos espaços públicos, do espaço teatral, da ocupação e ação dos teatros municipais. A iniciativa é da Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Fundação Municipal de Cultura e do Teatro Francisco Nunes. Este ano, o projeto é aberto por um seminário composto por três minicursos, oferecidos por Christine Greiner, Luiz Fernando Ramos e Fernando Villar, com enfoques sobre o teatro, performance e dança, além de uma mesa-redonda integrada por Ione de Medeiros, Inês Link, Tarcísio Ramos Homem e Gabriela Christófaro, criadores da cena contemporânea belo-horizontina. Os encontros com os pensadores/fazedores levam subsídios para a criação de uma cena expandida, conectada com o pulso da contemporaneidade. Segundo Luiz Carlos Garrocho, diretor dos Teatros Municipais da FMC, o projeto possibilita que os artistas trabalhem a criação diante do público, além de propor uma nova ocupação e mapeamento perceptivo dos espaços do Teatro Francisco Nunes, proporcionando um contato diferente entre platéia e palco. Outro ponto destacado por Garrocho, são os cursos oferecidos pelo Projeto. Acompanhados por diretores pós-dramáticos e dramaturgos da cena, os artistas, principalmente os emergentes, desenvolvem a autonomia criativa e trabalham sem a dependência de um texto prévio. Ao longo dos meses de setembro e outubro, o Laboratório seleciona cinco núcleos de criação que participam dos workshops com Antônio Araújo, diretor dos premiados dos espetáculos “O livro de Jó” e Apocalipse 1:11”, do Teatro da Vertigem e Fernanda Lippi, coreógrafa do Zikzira Physical Theater. Programação do seminário Segunda-feira - 13/08 Mimese, estética e cena contemporânea Examina o conceito de mimese numa perspectiva histórica, percorrendo desde sua aparição na filosofia grega pré-socrática até sua retomada na reflexão teórica contemporânea sobre o teatro e a arte em geral. Investiga ainda o conceito da estética que surge no século 18, se cristaliza na crítica do juízo de Kant e desdobra no romantismo alemão, além de procurar articular o conceito de mimese aos conceitos de teatralidade e de performance, bem como examinar a influência destes últimos nas artes plásticas e nas mídias contemporâneas. Dessa forma, será discutido o conceito de mimese, praticamente enterrado pelo modernismo, e que ainda mostra vitalidade e pode colaborar na operação conceitual da cena contemporânea. Palestrante: Luiz Fernando Ramos Encenador, dramaturgo, crítico de teatro e documentarista. Coordena o Grupo de Investigação Espetacular da USP (GIDE) e é coordenador de pós-Graduação em Artes Cênicas da ECA. Autor do livro “O parto de Godot e outra encenações imaginárias: a rubrica como poética da cena (Huciete,1999)”. É atualmente co-editar da revista “Sala Preta”. Terça-feira – 14/08 Dramaturgias Híbridas Diversas variações dos paradigmas aristotélicos, stanislavskianos e brechtianos criaram dificuldades para a crítica acadêmica acompanhar as constantes transformações das artes cênicas no século XX. Interdisciplinaridade, interlinguagens e/ou hibridismos artísticos ainda aumentaram a defasagem, que vem sendo atacada desde o final da década de 1960, infância do chamado pós-modernismo. Esta palestra aborda uma história mal contada do teatro do século XX, para contemplar poéticas contemporâneas que exigem outras abordagens teóricas e críticas para acompanhar conceitos e práticas em permanente transformação. Palestrante: Fernando Villar Autor, diretor, encenador e ator. Já trabalhou em diversos grupos e companhias do Brasil e do exterior. Graduado em Artes Plásticas no Departamento de Desenho da Universidade de Brasília (1983). Pós-graduado em direção no Drama Studio London (1990/91). Professor do Departamento de Artes Cênicas do Instituto de Artes da UnB desde 1993. Ph.D em teatro e performance na University of London (1996/00), com tese ‘Artistic Interdisciplinarity and La Fura dels Baus (1979-1989)’. Desde 2001, é Coordenador do Grupo de Trabalho Territórios e Fronteiras da Associação Brasileira de Pesquisa e Pós-Graduação em Artes Cênicas (ABRACE), cuja atual diretoria também integra desde 2003. Quarta-feira – 15/08 A reivenção do corpo no Japão do pós-guerra Após a 2ª Grande Guerra, artistas radicais deram início a processos artísticos que acabaram modificando o entendimento das artes e da identidade no Japão. Tudo começou com a descoberta do corpo do imperador, que decide abdicar da sua posição de Sol, e passa a ser reconhecido como homem de carne e osso. É também a fase de grandes sucessos na indústria cultural, como o filme Godzila (1954) e a novela radiofônica “Kimi no nawa” que inspirou anos depois o filme americano “Tarde demais pra esquecer” cujo cenário foi o famoso Empire State Building. A palestra aborda, a partir de muitas imagens, algumas das experiências mais radicais: o butô de Tatsumi Hijikata, o teatro de Shuji Terayma, as performances de Yoko Ono, entre outras. Palestrante: Christine Greiner Professora doutora do Departamento de Linguagens do Corpo da PUC-SP. Autora dos livros “O Corpo, pistas para estudos indisciplinares” (2005), “Teatro e o Ocidente” (2000), entre outras publicações no Brasil e no exterior. Dirige a coleção de livros Leituras do Corpo da editora Annablume, desde 2003. Como professora convidada, participou de palestras no Brasil e no exterior (Paris 8, Centro Nichibunken de Kyoto e Universidade de Tóquio). Quinta-feira – 16/08 Mesa-redonda criadores da cena contemporânea belo-horizontina Discussões sobre a cena contemporânea de Belo Horizonte, evidenciando trajetórias, possibilidades e rumos para a ampliação dos processos criativos nas diversas linguagens artísticas e nas suas fusões e interfaces, além de debater a ocupação de novos espaços. Debatedores: Inês Linke, artista plástica e criadora cênica de Belo Horizonte, Ione de Medeiros, diretora do Grupo Oficcina Multimédia, Tarcísio Ramos Homem e Gabriela Christófaro, bailarinos e criadores do Porque tão solo?. Mediação: Fernando Mencarelli e Nina Caetano Resultado das oficinas Entre os dias 12 e 18 de novembro, o público poderá assistir e compartilhar os resultados das Oficinas de Criação da Edição 2007 do Laboratório: Textualidades Cênicas Contemporâneas, por meio de apresentações dos trabalhos elaborados pelos Núcleos de Criação. Mais informações: 3277-4203 (Alysson – Chico Nunes) – [email protected] 9952-2994 (Fernando Mencarelli) e 9153-8899 (Nina Caetano) - Curadores

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