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Grupo Ponto de Partida apresenta Vou Voltar, peça sobre refugiados

O Teatro Bradesco do Centro Cultural Minas Tênis Clube recebe a mais recente montagem da trupe de Barbacena, o Grupo Ponto de Partida. A peça “Vou Voltar” tem como mote o tema que, por agora, toma boa parte dos jornais, os refugiados. Suas angústias, medos e esperanças estarão no palco com livre inspiração na história do grupo de teatro uruguaio “El Galpón”. Nos dias 18 e 19 de agosto, sexta e sábado, às 20h. Ingressos no valor de R$40 (inteira) e classificação: 18 anos.

 

Partindo do pressuposto que a arte é o território em que os povos se encontram sem a barreira do preconceito, o Grupo Ponto de Partida apresenta um espetáculo que apresenta uma encenação sobre os refugiados, tema atual e doído para o mundo contemporâneo. Eles estão em grande número e as portas para estas pessoas estão sendo fechadas em grandes países. Políticas contra imigração estão se ampliando e os “sem-pátria” estão ficando sem lugar, sem espaço e sem identidade.

 

“Vou Voltar”, título da peça, fala das tantas fronteiras que catalogam e impedem de transitar.  O espetáculo fala dos sentimentos dessas pessoas, do medo, da perda da identidade, do acolhimento, da rejeição, da coragem, da violência, das opções políticas e econômicas que impelem milhares e milhares de seres humanos a deixar suas casas e buscar refúgio, onde “ser possível viver” ainda seja um território alcançável.

 

A pesquisa do Ponto de Partida os levou à história do grupo de teatro uruguaio El Galpón. A mais antigo trupe da América Latina, está às vésperas de completar 70 anos de atividades ininterruptas e tem uma história inspiradora. Durante a Ditatura Militar, no Uruguai e em grande parte da América Latina, o grupo foi decretado ilegal. Seu teatro e todos os seus bens foram confiscados, seus principais atores proibidos de atuar, seus diretores presos e torturados. Soltos por pressão internacional, parte do grupo pediu asilo na embaixada mexicana e se refugiou no México, onde permaneceu por nove anos. Mesmo exilados, eles se mantiveram em atividade como grupo de teatro. Cortaram o México de ponta a ponta fazendo espetáculos e apresentaram-se em 17 países. Depois de cada apresentação, denunciavam a situação política do Uruguai e da América Latina e construíram uma rede de solidariedade.

 

Mesmo tendo no título a frase chave da canção Sabiá, de Tom Jobim e Chico Buarque, que fala do exílio, “Vou Voltar” não se estrutura como um musical, mas a presença da música pontuando a peça é constante. Canções nacionais e latinas estão na peça, algumas compostas para o espetáculo por Pitágoras Silveira e Pablo Bertola, que também assina a direção musical.

 

No palco, apenas grandes baús como elementos que desenham a cena, materializando o contínuo movimento dos deslocamentos humanos, a perda das raízes e o permanente desejo de voltar.

Foto: Divulgação

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