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Pesquisa da UFMG avalia efeitos do programa de capacitação para o desempenho ocupacional em crianças autistas

Dissertação foi a primeira defendida na Pós-Graduação em Estudos da Ocupação da UFMG, que formou a primeira mestra do Brasil nessa área

Com o tema Efeitos do programa de capacitação para o desempenho ocupacional (OPC) com crianças brasileiras com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e suas famílias: estudo de viabilidade, a pesquisa desenvolvida pela agora mestra Mariana Salgado, sob a orientação da professora Ana Amélia Cardoso,  foi a primeira dissertação defendida no Curso de Pós-Graduação em Estudos da Ocupação (CPGEO), da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO) da UFMG. 

A professora Ana Amélia Cardoso destaca o caráter inaugural da defesa, que é um marco no percurso recente no contexto nacional da pós-graduação ligada à Terapia Ocupacional.

“Quando solicitei ao CPGEO o agendamento da defesa da Mariana, não sabia que seria a primeira defesa do programa. Isso foi motivo de muita alegria para mim, mas também de grande ansiedade. Foram algumas noites de insônia durante a semana da defesa, aquele ‘frio na barriga’ que costuma acontecer antes de grandes estreias. A responsabilidade era muito grande. No final da defesa, um misto de alegria, alívio por ter dado tudo certo, e honra pelo título da primeira mestra em Estudos da Ocupação do Brasil”, ressaltou.

O trabalho buscou avaliar resultados da aplicação do Programa Occupational Performance Coaching (OPC), traduzido para o português brasileiro como Capacitação para o Desempenho Ocupacional, no desenvolvimento das habilidades/comportamentos de crianças portadoras do TEA, assim como os impactos positivos dessa implementação percebidos na rotina dos familiares e cuidadores dessas crianças.

Participaram da pesquisa, quatro famílias de crianças com o TEA, cujos pais têm entre 25 e 41 anos de idade e seus filhos apresentam diferentes níveis de desenvolvimento. A pesquisadora realizou um acompanhamento da rotina das famílias em períodos pré, durante e após a intervenção do OPC.

“É um programa que visa capacitar os pais para conseguirem solucionar problemas e questões cotidianos, relacionados ao desempenho nas atividades e à participação. O diferencial desse programa é que ele não funciona como uma orientação para os pais, é uma intervenção em conjunto, em que os pais e terapeuta constroem e avançam juntos, criando soluções, de acordo com a realidade de cada família”, explica a pesquisadora Mariana Salgado. 

De acordo com a pesquisa, a intervenção do OPC promove melhorias de relevância clínica tanto no desempenho, quanto na satisfação das metas funcionais traçadas para as crianças portadoras do TEA.

“É um estudo muito importante não só para a área infantil, mas para todo contexto de reabilitação. É uma intervenção que abrange a tríade principal de intervenção da Terapia Ocupacional pessoa-ocupação-contexto. Ela abrange para além do próprio sujeito que recebe a intervenção. É uma intervenção de baixo custo e possibilita vários formatos de aplicação, podendo ser presencial ou on-line, individual ou em grupo. Com isso, é possível utilizá-la em diferentes tipos de serviços”, reforça a mestra.

O Mestrado em Estudos da Ocupação (CPGEO-UFMG) teve as atividades iniciadas no segundo semestre de 2019. O programa apresenta proposta pautada na articulação de diferentes áreas do conhecimento que contribuem para o avanço do saber interdisciplinar sobre a ocupação e tem caráter inovador ao propor, desde o início do programa, um modo de produção científica mais colaborativo. O curso conta com uma área de concentração, denominada Ocupação, Participação e Inclusão, e duas linhas de pesquisa: Ocupação, Cuidado e Funcionalidade e Ocupação, Políticas Públicas e Inclusão Social.

 

Foto: karelinlestrange por Pixabay 

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