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Filarmônica de minas gerais recebe pela primeira vez O violinista sérvio Robert Lakatos

Orquestra apresenta obras de Sibelius e Franck e homenageia Debussy com Rondes de Printemps e La mer

Em homenagem a Debussy no centenário de sua morte, a Filarmônica de Minas Gerais estreia em seu palco Rondes de Printemps, terceira parte das Imagens para a Orquestra escritas pelo compositor. Para lembrar a importância desse artista francês na renovação da música, será interpretada ainda La mer, uma das obras sinfônicas mais marcantes do século XX. O Concerto para violino de Sibeliusrecebe nova leitura do violinista Robert Lakatos. Ainda no programa, a obra O caçador amaldiçoado, de Franck. As duas apresentações serão realizadas nos dias 20 e 21 de setembro, na Sala Minas Gerais, às 20h30. A regência é do maestro Fabio Mechetti.

Na série de palestras sobre obras e compositores, promovidas pela Filarmônica antes das apresentações, entre 19h30 e 20h, o convidado das duas noites será o percussionista da Filarmônica de Minas Gerais e curador dos Concertos Comentados, Werner Silveira. As palestras são gravadas em áudio e ficam disponíveis no site da Orquestra.

Estes concertos são apresentados pelo Ministério da Cultura e Itaú por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.

Repertório

Sobre Rondes de Printemps

Claude Debussy (Saint-Germain-en-Laye, França, 1862 – Paris, França, 1918) e Imagens para orquestra nº 3: Rondes de Printemps (1905/1909)

"Vive le Mai, bien venu soit le Mai / Avec son gonfalon sauvage (La Maggiata)” [Vida longa ao Maio. Bem-vindo Maio, com sua bandeira silvestre.]. A saudação ao maio selvagem é a epígrafe da partitura de Rondes de Printemps, de Claude Debussy. A inscrição, extraída de um texto do século XV do poeta florentino Angelo Poliziano, alude à celebração da primavera, na qual irrompem o amor e a vida. A nota de programa, redigida por Charles Malherbe por ocasião da estreia da obra, em 1910, ressalta a riqueza da paleta orquestral e coloca em relevo as correspondências entre impressões visuais e sonoras, como se o público pudesse visualizar o que ouvia e, nas mãos do compositor, a escrita se transformasse em pintura. O próprio Debussy estimulava essas correspondências: o “som do mar, a curva do horizonte, o vento nas folhas (...) causam impressões múltiplas que emergem de nós e se expressam em linguagem musical”. Rondes de Printemps é a peça que encerra Images, tríptico do qual também fazem parte Gigues e Ibéria. Após um início algo nostálgico em Gigues, e da evocação de uma Espanha imaginária e misteriosa em Ibéria, Rondes de Printemps [Algo como “Voltas da Primavera”] é uma espécie de convite à dança – irresistível, com sua orquestração luminosa, suas texturas cheias de detalhes em perspectiva, sua vivacidade e inquietação rítmica. Convite ao movimento, à transformação, à celebração do amor e da vida.

Sobre o Concerto para violino de Sibelius

Jean Sibelius (Hämeenlinna, Finlândia, 1865 – Järvenpää, Finlândia, 1957) e Concerto para violino em ré menor, op. 47 (1903/1904, revisão 1905)

Jean Sibelius viveu boa parte da vida em Järvenpää, uma calma e solitária região florestal da Finlândia, a alguns quilômetros ao norte de Helsinque. O Concerto para violino foi composto em 1903, justamente quando o compositor se instalou na cidadezinha. É uma peça que exige do solista técnica impecável e um virtuosismo que só se torna convincente quando aliado a uma sobriedade expressiva devidamente calculada. Desde sua estreia, em 1905, com o violinista Karl Halir sob regência de Richard Strauss, o Concerto incorporou-se definitivamente ao repertório violinístico. A partir daí, a popularidade de Sibelius cresceu com o passar dos anos, e ele foi rapidamente reconhecido como o mais importante e influente músico do nacionalismo finlandês. Sua obra adquiriu o status de símbolo patriótico, ainda que seja fruto, sobretudo, de uma necessidade muito pessoal, íntima, de busca de crescimento espiritual. Espontaneamente, entretanto, Sibelius soube expressar a essência de sua terra e o reconhecimento internacional de sua obra tornou-a motivo de orgulho nacional.

Foto: Emir Memedovski

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