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Espetáculo “O Atormentador” volta aos palcos de BH para segunda temporada

Sessões seguidas de debates para troca de saberes e experiências

Após o sucesso da primeira temporada, com duas semanas de plateia cheia e aclamação do público, Glauce Guima e Diego Roberto voltam à cena para segunda temporada do espetáculo “O Atormentador”, com direção e dramaturgia de Eid Ribeiro. A peça fica em cartaz de 25 a 30 de setembro, terça a sábado, às 20h, domingo, às 19h, no teatro João Ceschiatti, Palácio das Artes, com meia entrada extensiva à classe artística. Todas as sessões teatrais serão seguidas de debates com a presença dos atores, diretor e um convidado(a), profissional, ligado a área de história, comunicação, literatura ou teatro. No dia da estreia, haverá um ensaio aberto, às 16h, para alunos do Centro de Formação Artística e Tecnológica - Cefart. Informações: 3236-7375.

Poético e encantador, "O Atormentador" é representado por uma dupla de comediantes vestida como nos velhos filmes de cinema mudo, que divertem, encantam e emocionam o público com narrativas atuais acerca da sociedade. Livremente inspirada em textos de Eduardo Galeano e Gonçalo M. Tavares, a trama mescla lendas, fábulas, histórias, de autores variados, utopias e distopias numa delicada dramaturgia em que soam as palavras, os movimentos dos corpos e a sutileza dos gestos.

A peça também marca presença no ambiente universitário com apresentações, dia 24 de setembro, no evento “Jornada das Utopias”, organizado pelos colegiados dos cursos de Cinema e Audiovisual, Jornalismo, Publicidade e Propaganda da PUC Minas. E, no projeto “Baixo Centro En[Cena], do Centro Cultural UFMG, dia 28 do mesmo mês.

Segundo o diretor, Eid Ribeiro, o espetáculo tem atraído um público jovem por causa das reflexões que o texto levanta. “Esta não é uma peça guiada pela relação entre os personagens, mas pelas ideias que são passadas. As ideias são as palavras em suma do atormentador Eduardo Galeano que, sensível e inquieto, muitas vezes colocou sua vida em risco para apoiar o lado dos mais fracos, usando as palavras como arma, tanto para denunciar torturas, mortes e desaparecimentos, quanto para ouvir na clandestinidade líderes dos movimentos de libertação”, explica.

Inspirado essencialmente no “Livro dos Abraços”, de Galeano, “O Atormentador” traz à cena vozes da alma e das ruas da América Latina, em um momento em que nossa história implora por ser lembrada e repensada, a partir de uma troca real de experiências. A dramaturgia costura, também, micro textos de “O Senhor Brecht”, de Gonçalo M. Tavares, em que o escritor trata, por exemplo, da opressão masculina, ou da relação de um trabalhador com seu emprego e a própria vida.

Escritores

Eduardo Galeano

Jornalista e escritor, Galeano nasceu em 1940, em Montevidéu, no Uruguai. Autor de mais de quarenta livros traduzidos em diversos idiomas, suas obras transcendem gêneros ortodoxos, combinando ficção, jornalismo, análise política e história.

Eduardo Galeano foi um testemunho dos tempos da Guerra Fria, retratando como ninguém uma América Latina em transe guerrilheiro na luta contra a opressão sangrenta das ditaduras apoiadas pelos Estados Unidos. Sensível e inquieto, muitas vezes, colocou sua vida em risco para apoiar o lado dos mais fracos, usando as palavras como arma, tanto para denunciar torturas, mortes e desaparecimentos, quanto para ouvir na clandestinidade líderes dos movimentos de libertação.

Muito mais que um repórter em tempos de guerra, o escritor aproveitava sua peregrinação pela América Latina deflagrada para ouvir histórias, lendas e fábulas dos povos, deixando seu espírito livre flutuar diante do universo mágico das raízes indígenas e africanas.

Gonçalo M. Tavares

Gonçalo Manuel de Albuquerque Tavares, escritor português, nasceu em Luanda 1970 e é mais conhecido na forma Gonçalo M. Tavares. Premiado e elogiado pela crítica, estreou em 2001 com “Livro da dança”, e vem se firmando como uma das maiores vozes do romance português contemporâneo. De sua autoria, já foram publicados diversos livros no Brasil.

Estão em curso cerca de 370 traduções em trinta e seis línguas, com edição em 51 países.

Em Portugal recebeu vários prémios entre os quais o Prémio José Saramago 2005 e o Prémio LER/Millennium BCP 2004, com o romance - "Jerusalém" (Caminho); o Grande Prémio de Conto da Associação Portuguesa de Escritores "Camilo Castelo Branco" com "Água, Cão, Cavalo, Cabeça" 2007 (Caminho). Prémio Branquinho da Fonseca/Fundação Calouste Gulbenkain com "O Senhor Valéry", Prémio Revelação APE com "Investigações. Novalis"

Os seus livros deram origem, em diferentes países, a peças de teatro, peças radiofónicas, curtas metragens e objetos de artes plásticas, vídeos de arte, ópera, performances, projetos de arquitetura, teses acadêmicas, etc. O romance "Jerusalém" foi incluído na edição europeia de "1001 livros para ler antes de morrer – um guia cronológico dos mais importantes romances de todos os tempos".

Foto: Guto Muniz

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