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Espaço pioneiro em Belo Horizonte, com proposta sustentável, agrega, entre outras atividades, um armário compartilhado com acervo diversificado, uma vitrine que comercializa produtos locais conscientes e um café com alimentos orgânicos da agricultura familiar; o evento de inauguração, “A Festa da Primavera”, traz uma noite com canções latinas, um desfile-performance com participação do público, flash tattoo e abertura de exposição.

A entrada é gratuita.

No dia 25 de setembro (terça-feira), Belo Horizonte ganha um novo espaço com proposta sustentável e de consumo consciente. A Casa Juta, localizada em Santa Tereza, abre suas portas a partir das 15h com funcionamento do Café Juta, que traz cardápio variado, com alimentos da agricultura familiar. E a partir das 19h começa a “A Festa da Primavera” com programação especial e aberta ao público. A entrada é gratuita com distribuição de senhas meia hora antes do evento. Classificação indicativa: livre.

Conhecido por sua tradição boêmia, Santa Tereza, e a zona leste de uma maneira geral, têm abrigado, nos últimos anos, iniciativas ligadas ao bem-estar e a práticas de consumo consciente, a exemplo de brechós e da venda de produtos orgânicos, seja em feirinhas, cooperativas ou através de produtores locais. Esse movimento tem atraído novos públicos ao bairro e também estimulado a formação de hábitos associados a uma vida mais diurna e saudável.

A Casa Juta vem responder a essa demanda, explica a gestora e idealizadora do espaço Luísa Junqueira. “Nosso espaço vem reforçar um movimento local crescente de consciência em relação àquilo que se veste, que se come, que se pensa. O diferencial da casa é que ela reúne essas novos hábitos e vivências em um único espaço”, diz.

Há 8 anos Luísa Junqueira trabalhava como consultora para grandes corporações na área de gestão e planejamento e vivia na ponte aérea BH-São Paulo. A agenda era cheia de compromissos e não restava muito tempo para diversão. Com a maternidade e o desejo de estar mais presente em casa, veio a necessidade de repensar hábitos e mudar de vida. “Precisava de um projeto que se ajustasse à minha nova maneira de estar no mundo: mais consciente, mais simples, repensando atitudes e escolhas em relação ao consumo e ao futuro da minha filha”, explica.

Para chegar à Casa Juta ainda levou alguns anos, mas quando a turismóloga pós-graduada em gestão de negócios pela Fundação Dom Cabral entendeu que era o projeto que cabia para este momento, correu atrás. “Mudar de verdade é um processo, e nada fácil, pois geralmente acontece em vários campos da vida: pessoal, profissional. Acho que como eu, a maioria dos brasileiros está aberta ao novo, mas na prática ainda encontra dificuldades. Um exemplo é o consumo de orgânicos. Muitos já possuem consciência da importância, mas ainda não estão dispostos, e em alguns casos, não têm acesso mesmo ou condição de pagar mais por isso”, explica Luísa.

Segundo pesquisa da CDL (2017), realizada com o objetivo de medir os conhecimentos e níveis de prática de consumo consciente no país, nas esferas financeira, ambiental e social, 9 entre 10 brasileiros acham que o consumo consciente é importante, mas somente 3 deles praticam o que falam.

Outra pesquisa, realizada pelo Instituto Akatu (2018) - organização não governamental, que realiza periodicamente pesquisas sobre a evolução do consumo consciente - o brasileiro deseja seguir pelo caminho da sustentabilidade, mas ainda encontra como principal barreira, a necessidade de esforço, tais como mudanças de hábito na rotina, a falta de informação e disponibilidade dos produtos. “A Casa Juta foi criada exatamente para facilitar o caminho do consumidor consciente a serviços e produtos e despertar naqueles que ainda não possuem essa prática o desejo de mudança e de fazer parte desse movimento”, explica.

PROGRAMAÇÃO DE INAUGURAÇÃO – 25/09 (TERÇA)

No dia 25/09 (terça), a partir das 15h, o Café Juta, administrado pelo ecólogo e cozinheiro Bruno Araújo (OkêNutre – culinária criativa e colaborativa) em parceria com as cozinheiras Maria Fernanda Ambuá e Daniela Serruya Kohn (A Cozinha Nômade), já estará em funcionamento oferecendo cardápio variado e saudável, com alimentos da agricultura familiar e o som da DJ Pat Manoese. Às 19h, tem início A Festa da Primavera, aberta ao público e com entrada franca. De 19h às 23h, canções e ritmos latinos da DJ Sandrinha aquecem a noite que também será regada a cerveja artesanal, sangria e drinques Xeque Mate (bebida à base de chá mate, rum, guaraná e limão). Para comer, o Café Juta oferece cardápio variado com opções escolhidas especialmente para a noite, entre outros sanduíches artesanais e veganos.

Durante a festa quem quiser fazer um flash tattoo, a artista visual Moa estará com seu estúdio-ateliê aberto. Outra atração da noite é a abertura da exposição Filho do Meio, que traz mostra de trabalhos de desenho e pintura do artista plástico e tatuador premiado Arthur Camargos que transita entre o autobiográfico e a ficção, o doméstico e o selvagem. A exposição é a primeira de uma série de trabalhos de artistas nacionais que ocupará mensalmente a Galeria Juta, sob curadoria da artista visual Luana Vitra.

Às 21h, o performer Guilherme Morais, comanda a festa com um desfile informal de peças do Guarda Roupa compartilhado da Casa Juta. O artista convida os presentes para experimentarem as peças com suas texturas, cheiros, histórias: “a proposta é envolver as pessoas numa relação afetiva e consciente com o consumo da moda. Vamos ter roupas para todo tipo de corpos”, explica o performer, evidenciando que a diversidade não deveria cair de moda.

Foto: Luiza Palhares