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Lançamento do livro Uma mulher e seus extravios

Psicanalista mineira aborda, em seu primeiro livro, a história romanceada de dez mulheres citadas por Freud e Lacan em suas obras. Será no dia 28 de outubro, 11h, na Livraria da Rua, Savassi

Iza Haddad é psicanalista, doutora em psicanálise pela UFMG, professora nos cursos de psicologia, moda e cinema no Centro Universitário Una. Dedica-se ao estudo do tema da feminilidade na teoria psicanalítica há mais de 15 anos, desde o início de sua graduação em psicologia em 1998 até o doutorado em psicanálise, concluído na UFMG, em 2014.

O tema de seu primeiro livro, Uma mulher e seus extravios, aborda a história romanceada de dez mulheres citadas pelos psicanalistas Sigmund Freud e Jacques Lacan, entre os anos de 1893 e 1973, respectivamente em suas obras. Entre essas figuras femininas que desfilam ao longo de 80 anos pelas searas da psicanálise estão três pacientes de Freud; Dora, Irma e a Jovem Homossexual; duas personagens da mitologia grega, Antígona e Medéia, duas figuras da literatura, Ysé do romance francês Partilha do meio dia de Paul Claudel e a Rainha do conto A carta roubada de Edgard Alan Poe. Ainda há Madeleine Rondeaux, mulher do escritor Andre Gide, a carmelita Santa Tereza de Ávila, e finalmente, Marie, uma costureira francesa, paciente do famoso psiquiatra francês Gaetan Gatian de Clérambault.

 

As histórias de vida dessas mulheres apresentam ao leitor do livro uma maneira muito feminina de transgredir o discurso vigente de uma forma peculiar: Medéia mata os próprios filhos depois de ser abandonada pelo marido; Antígona contraria o rei de Tebas e enterra o irmão, sem escavar um só palmo de terra, num belo gesto feminino; Madeleine queima suas próprias correspondências amorosas escritas por anos após de um ataque de fúria; Santa Tereza escreve um livro no qual descreve seu prazer corporal no encontro transcendental com a figura de Deus.

Dora esbofeteia o amante, ao mesmo tempo que diz a Freud que seu próprio pai a negocia como um objeto; Irma aparece para Freud em seus sonhos, o arrebatando para o interior de seu corpo virulento de mulher; a Jovem Homossexual se joga sobre uma das pontes de Viena, em um gesto de protesto, por não ter o direito ao seu amor homoafetivo; Ysé é mulher que, mesmo cercada de três amantes, sente-se sozinha e esvaziada de si mesma; a Rainha age na sombra dos aposentos reais mantendo o segredo de seu desejo de mulher como seu maior trunfo e pior tormento, e, enfim, Marie, rouba sedas nos magazines luxuosos de Paris do final do século XIX, e se masturba em frente a um público escandalizado, em plena luz do dia.

Eis as dez intrigantes figuras femininas desse livro e minha escrita sobre seus rastros, rotas e extravios.

Foto: Isabela Fontana

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