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ACADÊMICO BENITO BARRETO É HOMENAGEADO EM SUA TERRA NATAL

CÂMARA DE DORES DE GUANHÃES APLAUDE RELEVÂNCIA DA OBRA LITERÁRIA DO ESCRITOR

O escritor mineiro Benito Barreto participou, no dia 30 de setembro, de sessão solene da Câmara Municipal de Dores de Guanhães. A instituição reconheceu “a grandiosidade artística, cultural e histórica de sua obra, especialmente a tetralogia ‘Os Guaianãs’, na valorização, preservação e divulgação do patrimônio cultural de Dores de Guanhães”, como explicita a moção honrosa.

A homenagem teve um sabor especial para o autor, pois em Dores se desenrola sua obra mais conhecida. “É minha terra, o meu torrão natal, minha patriazinha e, a mais disso, o território ficcional de ‘Os Guaianãs’. Todo o drama e a trama dos três últimos livros da tetralogia transcorrem em Dores, aí chamada de Capela dos Homens por alusão ao nome primeiro do lugar”, explica. Segundo Benito, Dores representa na obra “o nosso Brasil continental, golpeado e abatido pela força das armas, pela Ditadura Militar de tão triste e trágica memória!”.

A passagem por Dores de Guanhães foi marcada ainda por um encontro com os alunos da Escola Estadual Coronel João Barreto, que conversaram com o escritor sobre sua obra literária e também sobre sua infância e juventude na região. Os estudantes já haviam homenageado o autor no desfile de 7 de setembro, que teve como tema a obra literária de Benito Barreto.

Reencontro

A homenagem marcou o reencontro de Benito com sua terra natal. “Há mais de meio século eu lá não ia, e nem sabia se, entre os meus conterrâneos, havia ainda quem de mim se lembrasse, menos ainda do escriba que eu me tornara”, conta ele.

O escritor visitou ainda a Fazenda da Guarda, onde nasceu em 1929, o que lhe despertou várias recordações. “Foi bom de ver revitalizado – feericamente iluminado e em comunicação com o País e o mundo – o velho e solitário casarão, que me viu chegar às escuras, no tempo em que ficava-se a depender dos vaga-lumes, candeias e lamparinas. Foi meu momento de reencontro sentimental mais alma e coração, nessa jornada”, diz Benito.

Obra

Benito Barreto é membro da Academia Mineira de Letras e publicou onze livros. Sua obra se inicia com a tetralogia “Os Guaianãs” – uma epopeia brasileira, atemporal, que recria nos sertões da Bahia e de Minas Gerais a resistência e a luta revolucionárias contra o obscurantismo e as opressões de natureza social, política e econômica. A tetralogia é formada pelos livros “Plataforma vazia” (1962, Prêmio Cidade Belo Horizonte), “Capela dos homens” (1968, Prêmio Walmap), “Mutirão para matar” (1974) e “Cafaia” (1975). “Capela dos Homens” e “Mutirão para Matar” foram traduzidos para o idioma russo e publicados na antiga União Soviética em 1980, com tiragem de 100 mil exemplares. Entre 2009 e 2012, o autor publicou outra tetralogia, “Saga do Caminho Novo”, uma recriação ficcional da Conjuração Mineira de 1789, três vezes premiada pela União Brasileira de Escritores, seção Rio de Janeiro.

Atualmente, Benito Barreto dedica-se a um novo livro, cujo tema ele não revela. “Estou revendo o livro, ainda não o terminei de todo, nem lhe dei nome. É um trabalho diferente dos meus outros, tanto no seu conteúdo, quanto pelo estilo e forma”, conta o autor.

Foto: Divulgação 

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