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O legado da cultura negra em Minas Gerais, no Memorial Vale

O mês de novembro no Memorial Vale chega com atrações que celebram o legado da cultura negra em Minas Gerais. Logo no dia 1º, o monólogo “Bate Tambô”, de Alberto Pereira dos Santos falará sobre a história do aparecimento de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, com imagens reais da festa. A exposição Pretas no Branco, de Márcio Silva, mostrará os desafios vividos pelas mulhers negras na sociedade atual. O documentário “Quilimérios”, do jornalista Emerson Penha, revelará um povoado escondido no Vale do Jequitinhonha que seria um antigo quilombo. No filme “O Bastão e o Rosário”, da artista Ana Luísa Cosse, o destaque será para o Reinado mineiro, representado pela Irmandade de Moçambique Nossa Senhora do Rosário, do bairro Alto dos Pinheiros, em Belo Horizonte. Na música, Bruno Cupertino fará o show Canto Forte, celebrando as heranças culturais negras presentes no samba. As apresentações continuam online, seguindo o planejamento do #MemorialValeEmCasa, feitas pelo Youtube e disponíveis nas redes sociais do espaço (facebook e instagram) e também no site.

Educativo Novemblack, com Lives, Dicas Pretas e Sementes da Diáspora

Atentos à importância e à necessidade dos debates étnico-raciais para a educação museal, bem como ao combate ao racismo, o Educativo do Memorial Vale criou e desenvolve, em constante construção e reconstrução, desde 2013, o projeto Africanidades e Memória. Essa pauta está presente nas ações cotidianas do museu, porém, com maior expressão no mês de novembro, que traz o marco temporal do dia 20, em que se celebra a memória de Zumbi dos Palmares, personalidade símbolo da luta e resistência contra a escravidão no Brasil, com referência à data em que teria sido assassinado.

Em 2020, seguindo o modelo online do #MemorialValeEmCasa, o Educativo fará uma série de lives com o objetivo de privilegiar a beleza e a valorização das conquistas que permeiam as trajetórias de vida de pessoas negras em diversas áreas e os possíveis atravessamentos em suas histórias pelas questões raciais. A mediação será feita pelos educadores do Memorial Vale, Henrique Bedetti e Ângelo Dias. A primeira live acontecerá nesta semana, no dia 9 de novembro, às 17 horas. A entrevistada será Adriana Santana, que irá falar sobre artes visuais. Adriana é artista visual, ilustradora e educadora. É mestre em Educação pela Faculdade de Educação (FAE/UFMG) e cursou Artes Gráficas e Licenciatura na Escola de Belas Artes (EBA/UFMG). Em seus trabalhos busca dialogar com poéticas inspiradas em sua ancestralidade, com as relações étnico-raciais e com as culturas afro-brasileira e africana.

Além disso, todas as sextas, às 10 horas, o Educativo divulga as “Dicas Pretas”. São pílulas, com dicas de livros, filmes, etc. com temática étnico racial e produzida por pessoas negras, dando um destaque para produções literárias destinadas ao público infantil. Divulgação pelas redes sociais.

E todas as quartas-feiras, às 11 horas, o Educativo realiza a instalação "Sementes da Diáspora". Iniciada em 2019, a ação consiste numa instalação na qual a partir de cards – instalados no Baobá construído pelo Educativo – com sementes de plantas africanas estampando a imagem e biografia de uma personalidade negra, o visitante era convidado a “colher” essas sementes e refletir sobre o apagamento do protagonismo negro na nossa história. Nesse tempo de distanciamento serão compartilhadas histórias de personalidades negras nas redes sociais do Memorial Vale.

Confira os detalhes das atrações:

01/11 – MONÓLOGO “BATE TAMBÔ”, COM ALBERTO PEREIRA DOS SANTOS

No dia 1º de novembro, próximo domingo, às 11 horas, o ator Alberto Pereira dos Santos interpreta uma das versões do aparecimento de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos em um monólogo com trechos da imagem da festa. A cena foi construída no processo de pesquisa e exercício de montagem do espetáculo teatral Sá Rainha, da Companhia de Teatro Ícaros do Vale. Integra o projeto Gerais Cultura de Minas do Memorial Vale.

Alberto Pereira dos Santos é ator da Cia de Teatro Ícaros do Vale de Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais. Ele foi professor de Artes Cênicas na Escola Estadual Industrial São José de Araçuaí.

03/11 – EXPOSIÇÃO REINADO DE CHICO CALÚ, DE PATRICK ARLEY

No dia 3 de novembro, terça-feira, a partir das 11 horas, o Memorial Vale abre a exposição de fotografias “Reinado de Chico Calú”, de Patrick Arley. Nesse trabalho o fotógrafo traz, através de imagens dos festejos, ritos e do cotidiano, um pouco da história da Guarda de Moçambique e Congo de Nossa Senhora do Rosário e Sagrado Coração de Jesus - Irmandade Os Carolinos, a terceira mais antiga de Belo Horizonte ainda em atividade, fundada em 1917. A proposta é valorizar e divulgar a cultura congadeira, ampliando o seu alcance, valorizando uma das irmandades mais antigas e representativas de Belo Horizonte e de Minas Gerais. Apesar da importância dos reinados/congados mineiros como um todo, as guardas ainda são desconhecidas nas partes centrais de Belo Horizonte e encontram diversas dificuldades para acessar os espaços, mecanismos e políticas públicas e privadas de incentivo à cultura, tão importantes para a continuidade da tradição. A exposiçao integra o projeto Mostra de Fotografia do Memorial Vale.

Patrick Arley é mineiro de Belo Horizonte, nascido em 1980. É antropólogo formado pela Universidade Federal de Minas Gerais, fotógrafo e integra a Guarda de Moçambique e Congo de Nossa Senhora do Rosário e Sagrado Coração de Jesus - Irmandade Os Carolinos desde 2014. Como fotógrafo dedica-se há mais de uma década a pesquisas visuais no campo da foto-etnografia, além de fotografia documental e teoria da imagem; com ênfase no universo cultural e religioso negro, especialmente em Minas Gerais, região nordeste do Brasil e em Moçambique, no continente africano, onde residiu e trabalhou por um período de oito meses.

04/11 – DOCUMENTÁRIO O BASTÃO E O ROSÁRIO, DE ANA LUÍSA COSSE

No dia 4 de novembro, quarta-feira, às 19h30, o Memorial Vale apresenta o documentário “O Bastão e o Rosário”, da artista Ana Luísa Cosse. O filme retrata o Reinado mineiro, representado pela Irmandade de Moçambique Nossa Senhora do Rosário, do bairro Alto dos Pinheiros, em Belo Horizonte. Essa expressão popular é retratada no curta-metragem por meio da perspectiva de um personagem real, Paulo Santos, um dos capitães dessa guarda e, ao mesmo tempo, integrante do grupo parafolclórico Aruanda, também de BH. A duração é de 11'47''. A apresentação integra o projeto Mostra de Filmes do Memorial Vale e poderá ser encontrada no canal do Memorial em duas versões: uma com legenda e outra com audiodescrição.

Foto: Reginaldo Mesquita

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