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Marta Neves ganha livro que conta sua trajetória artística do final dos anos 1990 até o presente momento

Batizada de “À Boca Pequena, Naturalmente”, publicação da editora Nunc apresenta imagens e textos da artista mineira ao longo de sua carreira, com ensaios críticos de Agnaldo Farias, Júlio Martins, Luiza Proença e Pablo Lafuente. Estão previstos cinco eve

Artista atuante, inquieta e criativa. Assim é Marta Neves. Formada em Desenho e Cinema de Animação pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Marta obteve o título de mestre em Artes Plásticas pela mesma instituição. Participou de exposições no Memorial da América Latina e Museu de Arte Moderna de São Paulo. Tem trabalhos nas coleções de Gilberto Chateaubriand, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e no Centro Cultural Arthur Bispo do Rosário, também no Rio.

Com quase 30 anos de carreira, Marta Neves ganha agora um livro, batizado de “À Boca Pequena, Naturalmente”, que conta sua trajetória artística do final dos anos 1990 até o presente momento, com textos dos curadores Agnaldo Farias, Luiza Proença, Pablo Lafuente e Júlio Martins, que também é editor do livro.

A publicação é permeada por olhares e textos críticos desse timaço de profissionais. Agnaldo Farias é um dos principais curadores brasileiros. Já curou três Bienais de São Paulo e hoje é um dos nomes mais importantes da arte brasileira. Luiza Proença é curadora do Museu de Arte de São Paulo (MASP). Pablo Lafuente é pesquisador, curador e professor. Foi membro da equipe curatorial da 31ª Bienal de São Paulo. Júlio Martins trabalha como curador, editor e escritor. É mestre em Artes Plásticas pela Escola de Belas Artes da UFMG. Todos eles passaram dias estudando as obras de Marta Neves no ateliê da artista em Belo Horizonte. O livro contém ainda quatro textos inéditos da própria Marta. Afinal, é ela quem dá contornos formais e materiais para o livro. O trabalho artístico de Marta Neves pode ser lido como o de uma escritora dentro do campo visual.

Os textos se sucedem na sequência das imagens, com aproximação dos conteúdos, não sendo nada cronológicos. “É um livro com pouca marcação editorial, onde você mergulha diretamente na produção da artista”, explica Júlio Martins.

Foi na 31ª Bienal de São Paulo, ocorrida em 2014, que nasceu a ideia do projeto. Marta Neves foi, inclusive, a única artista mineira a participar desta edição, com a série “Não Ideias”. “A história deste livro surgiu durante uma conversa minha com o Júlio Martins. Pensamos em uma publicação que fizesse um registro interessante da minha trajetória artística”, conta Marta Neves.

A série “Não Ideias” é destacada no livro. São faixas colocadas em espaços públicos que traduzem algum momento de frustração ou omissão de quem não conseguiu realizar uma ideia. Frustrações da vida, amorosas, sexuais. “São histórias muito humanas, de negação, de coisas que não se concretizaram”, explica Júlio Martins. Todas as sentenças da série sugerem um desejo íntimo ou uma vontade de mudar a condição presente, que são inviabilizados pela falta de ideias dos protagonistas de como alcança-la. “A arte de Marta Neves é muito alegre e corrosiva”, completa Júlio.

“À Boca Pequena, Naturalmente”, sai pela editora Nunc, com 208 página e distribuição gratuita, já que o projeto foi contemplado pelo Fundo Municipal de Cultura.

A agenda de lançamento da publicação inclui cinco encontros em Belo Horizonte, cidade onde Marta Neves nasceu, vive e trabalha. Na próxima sexta-feira, dia 24 de novembro, às 20 horas, será na Escola Guignard (Rua Ascânio Burlamarque, 540 - Mangabeiras). No dia seguinte, às 11 horas, no Instituto Undió (Rua Padre Belchior, 272 – Centro). O local escolhido para o lançamento em 30 de novembro foi a Escola de Belas Artes da UFMG (Avenida Presidente Antônio Carlos, 6627 – Pampulha), às 18h:30. Dia 2 de dezembro, às 11 horas, será no Centro Cultural Lá da Favelinha (Rua Doutor Argemiro Rezende Costa, 191 – Vila Novo São Lucas, Aglomerado da Serra) e, em 7 de dezembro, às 20 horas, no Sesc Palladium (Avenida Augusto de Lima, 420 – Centro).

Para Marta Neves, o relato de sua carreira do final dos anos 1990 para cá tem um rigor de acompanhamento, de reflexão crítica, mas também é debochado e bem humorado, assim como é o seu trabalho.

“Dentro dos textos da curadoria é possível enxergar o popular, o gosto ingênuo. O livro tem um sabor divertido e seríssimo ao mesmo tempo”, finaliza Marta.

Foto: Fernando Cardoso

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