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Pesquisa feita em Angola revela a origem da capoeira afro-brasileira.

Explorar os vínculos entre a capoeira afro-brasileira e as tradições angolanas, avaliando as rupturas, mudanças e reinvenções que levaram à formação da capoeira no Brasil. Esse é o principal objetivo da pesquisa que Cinézio Feliciano Peçanha, mais conhecido como Mestre Cobra Mansa, desenvolveu em Angola. O resultado desta ampla pesquisa de campo será apresentado pelo próprio autor, na palestra “Em busca das Raízes”, neste sábado, dia 27, às 13h, no Centro Cultural Vila Santa Rita. A palestra faz parte do especial Kizomba – A Festa do Povo Negro, que o CCVSR desenvolve no dia 27, das 10h às 20h, em comemoração ao Mês da Consciência Negra. A promoção é da Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Fundação Municipal de Cultura e do Centro Cultural, que fica na Rua Ana Rafael do Santos, 149, Vila Santa Rita. O projeto de pesquisa As Raízes Angolanas da Capoeira: vínculos transatlânticos de uma arte performática globalizada, do Mestre Cobra Mansa, procura entender o processo por meio do qual tradições africanas de combate foram combinadas no Brasil, desenvolvendo uma arte nova e original: a capoeira. A pesquisa envolveu várias tradições da Angola, região sempre identificada com as raízes da capoeira. A primeira fase já documentou vários jogos de combate angolanos, como a Kambangula e o N’golo, que usam golpes de pés e de mãos, paus e outras armas, recursos também presentes na capoeira do tempo da escravidão. Além disso, iniciou o estudo da música, dos cantos, das danças e dos rituais que acompanham esses jogos em vários povoados e diferentes grupos étnicos de pastores do sudoeste angolano. “Em vários lugares as tradições que viemos documentar não se praticam mais há anos, e somente a intervenção da equipe provocou a sua realização. Os mais velhos queixam-se que os mais jovens já não querem aprender práticas consideradas inúteis porque não são valorizadas”, afirma o Mestre Cobra Mansa. Um dos resultados da pesquisa será o lançamento de um documentário, a ser distribuído em forma de DVD, para canais de televisão no Brasil, Angola e Inglaterra, entre outros países. O documentário será complementado por artigos em revistas acadêmicas e publicações de grande circulação. Além disso, a intenção de Cobra Mansa é que o projeto estabeleça parcerias com instituições angolanas e brasileiras na área de educação e cultura, para que seus resultados tenham maior impacto social e sejam acessíveis ao grande público e a futuros pesquisadores. “Queremos dar mais visibilidade à contribuição angolana para a cultura mundial, e os vínculos que unem as culturas angolanas tradicionais à cultura afro-brasileira, em particular a capoeira”, conclui. Kizomba – A Festa do Povo Negro A comemoração do Mês da Consciência Negra não se resume à palestra do Mestre Cobra Mansa. Das 10h ás 20h, deste sábado, dia 27, o Centro Cultural Vila Santa Rita realiza diversas atividades culturais e apresentações artísticas. O evento tem por objetivo preservar e divulgar a memória histórica, social, cultural, e fortalecer as lutas e as conquistas do povo negro.

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