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No encerramento do programa ENTREVISTA MUSICAL, de 2023, a jornalista, escritora e produtora Malluh Praxedes convidou Alexandre Araújo e Antonio Viola para contarem histórias de Marco Antônio Araújo – biografado por Paulo Roberto de Andrade: “Entre a Música e o Silêncio”.

Marco Antônio é referência nacional, quando se fala na música instrumental produzida em Minas Gerais, nos anos 1980. Ele compunha, fazia os arranjos, dirigia e produzia o próprio trabalho que ficou registrado em discos ao lado do Grupo Mantra, da qual Alexandre e Viola participaram em diversas produções.

O Entrevista Musical vem buscando resgatar a história da música brasileira, e a música de Marco Antônio Araújo ainda não divulgada, será uma maneira de valorizar seu trabalho e mostrar às novas gerações, o talento de um dos músicos mais importantes no cenário da música instrumental brasileira.

O Teatro de Arena do Parque das Mangabeiras leva o nome de Marco Antônio Araújo, assim como o “Prêmio Marco Antônio Araújo” (desde 2002) para o melhor disco do ano, que faz parte do Prêmio BDMG-Instrumental, idealizado Malluh Praxedes.

A vida agitada de Marco Antonio está muito bem retratada nas páginas do livro de Paulo Roberto. Ali é possível encontrar frases de cartas dirigidas à mãe, que Alexandre guarda com o maior carinho. E essas cartas – a maioria escrita em Londres, cidade que Marco viveu para ver de perto seus ídolos -, desconhecidas pelo público que o acompanhou ao longo de sua rápida trajetória musical, que retrata muito bem a sua vida na cidade que viu surgir os Beatles e os Rolling Stones: “Para eu aprender a falar inglês e poder comprar as entradas na primeira fila de todos os shows, arranjei um emprego genial: eu saio com um cara de carro para fazer entregas e é só. Converso com o cara o tempo todo porque é um cara igual a mim, ando de carro de graça por Londres e ainda ganho uma notinha.”

Foi em Londres que Marco percebeu que se tornaria um compositor: “Londres está fantástica e está até vindo uma ideiazinha de ficar por aqui. Não sei. Hoje, vou resolver um negócio importante e conforme for, aparece uma novidade maravilhosa. Se não aparecer, fica bom do jeito que está...”
“Agora, eu só quero estudar e viver para pôr em prática as minhas teorias e sentimentos.”

Mais adiante, reflete: “É impossível pôr no papel as razões de eu ter resolvido pular fora daqui. São mil coisas, mil sentimentos. Apesar de tudo que acontece e que é fantástico, tem horas que eu caio numa de que estou parado e que estou para entrar numa rotina. Eu não queo participar da vida desta sociedade suicida e estúpida que existe. E se a gente para, começa a se envolver em mil problemas, começa a participar de mil coisas que pessoalmente eu acho um absurdo, louco e sem sentido.”
Conhecer um pouco mais sobre a vida e obra de Marco Antônio Araújo é um aprendizado. Marco sabia como poucos administrar seus ideais, e Malluh Praxedes, que trabalhou com ele durante seis anos, e o entrevistou sete vezes, – três dessas entrevistas estão no livro de sua autoria “40 Anos de Entrevista Musical”. Malluh tem muito o que contar também sobre esse músico obstinado, compositor incansável e arranjador exigente, que cobrava de toda a sua equipe de trabalho a dedicação que ele tinha como norte de sua carreira.

Nesta edição do Entrevista Musical, Malluh conversa com os dois músicos e serão projetadas fotos e trechos de cartas, partituras inéditas para que todos possam sentir o quão importante foi o roteiro de trabalho de Marco Antônio Araújo.

Após a entrevista, Alexandre Araújo (guitarra) e Antonio Viola (violoncelo) serão acompanhados por Rodrigo Quintela (contrabaixo) e Leonardo Barcelos (violino) em um show de inéditas, ainda não apresentado ao público, sem deixar de interpretarem a mais famosa música de Marco Antonio: Abertura nº 2.

 
Malluh Praxedes sempre desejou homenagear Marco Antonio Araújo. Quando idealizou e produziu o Prêmio BDMG-Instrumental, criou o Prêmio Marco Antonio Araújo para eternizar seu nome. Marco foi talvez o primeiro músico dessas terras que compunha, arranjava e produzia seus próprios discos instrumentais. E com sucesso de lotar o Palácio das Artes por duas, três noites.

ENTREVISTA MUSICAL
Idealização e apresentação: Malluh Praxedes
Convidados: Alexandre Araújo e Antonio Viola
Cenografismo: Otávio Bretas
Som: Tomaz Sá
Divulgação: Casa Outono
Parceria Cultural: Celinha Braga e Rômulo Russo
Data: 6 de dezembro, quarta-feira, às 20h30
Endereço: Casa Outono Café e Cultura – Rua Outono, 571 – Carmo Livro: 70,00 Ingresso: 50,00 (pix: 355 811 076 53)
Reservas: (31) 98663-2105
Lotação casa: 80 lugares (mesas compartilhadas)
Outras informações: Malluh Praxedes 31 - 999569741

MINIBIO – ALEXANDRE ARAÚJO (31) 9 9849-6255
Alexandre Araújo é o precursor do blues em BH e MG. Sua carreira começou na década de 1980 ao lado do compositor Marco Antonio Araújo com o qual participou de toda a sua obra como guitarrista solo.
Fez turnê nos EUA Colorado através da USIS com seu trabalho autoral intitulado BerimBlues que ganhou o prêmio Os Instrumentistas em 2000, do BDMG-Cultural.
Abriu o show de Ray Charles Orquestra no parque das Mangabeiras em BH e participou de inúmeros festivais sendo o mais importante o festival internacional Tudo é Jazz onde se apresentou nas 3 últimas edicoes com sua ProgBlues . Alexandre foi convidado para ministrar um workshop sobre a obra de Marco Antônio Araújo na UFRB para turma de licenciatura 2023.
Em sua bagagem traz um instrumento de rara beleza que é o Sitar Indiano mesclando estilos e culturas criando nuances em um bordado sonoro.
Atualmente se dedica ao resgate das composições inéditas de Marco Antônio Araújo, procurando parcerias para gravação produção e lançamento para eternizar sua obra ainda inacabada. Este resgate será um legado para gerações futuras.

MINIBIO - ANTÔNIO VIOLA (31) 9 9735-0165
Foto: FEA/Divulgação
Bacharel em Violoncelo pela UFMG, tem Especialização em Música Brasileira-Práticas Interpretativas pela UEMG.
Foi violoncelista da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais de 1977 a 2012, ocupando o cargo de primeiro violoncelo durante muitos anos.
Participou de diversos grupos de câmara, a se destacar: QUINTETO TEMPOS, TRIO DA UEMG, QUARTETO DE BELO HORIZONTE, ORQUESTRA OURO PRETO e GRUPO DE MÚSICA CONTEMPORÂNEA DA FEA.
Como atividade solo, destaca-se o espetáculo “6 INSTANTES DE SOLIDÃO”, executando ao vivo a Suíte em ré menor de J.S.Bach, com a bailarina Jacqueline Jimenez e com coreografia de Rodrigo Pederneiras, ambos do GRUPO CORPO.
Foi professor na FEA (Fundação de Educação Artística) de 2004 a 2022, também lecionou na Escola de Música da UEMG entre 1994 e 2017, e no CEFARTE (Fundação Clóvis Salgado) de 1991 a 1994.
Atualmente faz parte da Orquestra de Câmara SESIMINAS, do QUARTETO DE CORDAS DA PUC-MG e do trio TEMPOS 3, sob a direção musical do compositor RUFO HERRERA.
Trabalhou com MARCO ANTÔNIO ARAÚJO, de quem foi colega na OSMG, desde 1978, em diversas formações.

MINIBIO – MALLUH PRAXEDES (31) 999 569 741
Natural de Pará de Minas, Malluh Praxedes é escritora, jornalista, produtora cultural e coordenadora editorial.
Com o poema “Mea Culpa” recebeu o Prêmio Alfonsina Storni, na 9ª. Fiesta de La Poesia Latinoamericana, organizada pela Fundação Givré, em Buenos Aires, Argentina.
É membro da Academia de Letras de Pará de Minas e já publicou 19 livros.
Em 2013, entrevistou 20 cantoras brasileiras no projeto “Salve Rainhas”, como Zezé Motta, Maria Alcina, Maria Creusa, Amelinha, Tetê Espindola, Doris Monteiro, Quarteto em Cy, dentre outras.
Em 2016, o escritor José Roberto Pereira publicou o livro “A música de Minas: nas anotações de Malluh” – aprovado pela Lei Estadual de Incentivo à Cultura – sobre sua atuação como jornalista e produtora cultural.
Tem 21 canções em parceria com o compositor Renato Motha. O resultado do trabalho de ambos está registrado nos CDs: Planos (gravado no Japão) e Suspirações, com interpretações de Patrícia Lobato, com arranjos e produção de Renato Motha.
Fez parte da equipe que criou o BDMG-Cultural (1988) idealizando e coordenando diversos projetos, com destaque para o Prêmio BDMG-Instrumental e Jovem Instrumentista BDMG, ainda hoje considerados os únicos prêmios no segmento, realizados no Brasil e o Prêmio Marco Antonio Araújo .
Desde 2019, idealizou e produziu o programa ENTREVISTA MUSICAL, entrevistando no palco da Casa Outono, músicos e compositores mineiros, sobre sua obra e sua vida.

Foto: Divulgação