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Orquestra Sinfônica Municipal apresenta Tributo a Maria Callas em seu centenário de nascimento

Confira a programação

Ela foi uma das maiores cantoras do século XX, grande expoente do belcanto e reconhecida pela extensão, beleza e precisão de sua voz e de suas interpretações. Maria Callas entrou para a história da música e dos palcos. A soprano será homenageada em seu centenário de nascimento nos palcos do Theatro Municipal nesta sexta e sábado, 2 e 3 de dezembro, na Sala de Espetáculos, tendo as interpretações das principais árias de óperas que interpretou, como Tosca, La Traviata, Carmen, entre outras, apresentadas pelas brasileiras Camila Provenzale, Eiko Senda e Rosana Lamosa junto à Orquestra Sinfônica Municipal, sob a regência do maestro titular Roberto Minczuk.

O Bel Canto é um estilo de cantar em que se destacam a beleza sonora e o virtuosismo da técnica dos intérpretes da tradição italiana vocal que se firmou nos séculos XVII e XIX. O período compreende historicamente alguns períodos da ópera italiana com expoentes como Rossini, Bellini e Donizetti. Esses e outros compositores estarão presentes na seleção de onze árias que serão apresentadas no espetáculo (confira repertório ao final) de cerca de 70 minutos de duração, com classificação livre e ingressos que vão de R$12 a R$64.

Segundo Rosana Lamosa, Maria Callas sempre foi uma referência muito forte de uma cantora belcantista. “Como La Sonnambula (Bellini) ou Lucia di Lammermoor (Donizetti), dois papéis que já cantei e que para mim foram muito especiais, ela é uma referência. Embora seja vista como uma cantora com muita variedade em termos de repertório, acho que era uma intérprete do repertório belcantista sem igual. Ela marcou muito minha formação nesse sentido. Eu sempre a escutei e admirava muito o carinho com a articulação de cada palavra, de cada sílaba. A importância que ela dava às vezes a uma consoante do texto, o cuidado no mínimo detalhe na sua interpretação. Sem falar que era uma grande atriz”, diz.

A força dramática da diva também é marcada na memória de suas intérpretes. “Foi uma mudança de comportamento teatral na ópera quando ela impôs essa dramaticidade sobre o canto em si, ela não tinha pudor em fazer uma nota não tão bonita se ela tivesse uma proposta dramática que merecesse essa interpretação. Ela não tinha pudor porque era uma artista e, como diz a ária da atriz da ópera Adriana Lecouvreur, que vou cantar nesse espetáculo, ela ‘é uma humilde serva do espírito criador’. Eu acho que a Callas, na sua trajetória, sempre espelhou isso, apesar de ser vista como diva e personalidade que ultrapassou o universo da ópera. Ela servia à música e ao compositor. Eu acho que essa ária espelha e retrata muito a personalidade dela, que fez isso com uma beleza e personalidade incomparável”, completa Lamosa.

Para Eiko Senda, soprano que protagonizou recentemente a temporada de O Navio Fantasma na casa, Callas é uma referência. “Quando tenho dúvidas sobre fraseados, respirações, produções e cores interpretativas, sempre volto para ela. Não posso cantar como ela, pois temos bagagens de vida distintas, claro, mas sempre busco um aperfeiçoamento como o dela”, diz, que destaca a ária La Mammá Morta, da ópera Andrea Chénier, pela qual guarda especial afeição. “Durante a pandemia todos perdemos pessoas queridas, eu inclusive perdi muitos. Me senti sozinha pela primeira vez na vida e, sem cantar, repensei muito minha carreira. Mas esta ária milhões de vezes me deu força para retomar o ânimo e não deixar de fazer música”, conta a cantora nascida no Japão que vive entre Brasil e Uruguai.

Para Camila Provenzale, Callas é imortal e transcendeu as fronteiras da ópera. “Callas provou que uma cantora pode ser uma artista completa, não apenas uma voz, mas uma força emotiva e poderosa no palco. Ela abriu caminho para que artistas como eu explorassem as profundezas emocionais de cada um dos papéis que a gente interpreta no palco, buscando sempre a verdade e a paixão em cada performance”, afirma. “A gente celebra não apenas a artista, mas a mulher que desafiou convenções e elevou a ópera a novos patamares. Seu espírito e sua arte continuam vivos”, conclui.

Serviço: Theatro Municipal
Sala de Espetáculos
8/12 – 20h e 9/12 – 17h

ORQUESTRA SINFÔNICA MUNICIPAL

Roberto Minczuk, regência
Camila Provenzale, soprano
Eiko Senda, soprano
Rosana Lamosa, soprano

Duração 70 minutos
Classificação livre para todos os públicos
Ingresso de R$ 12 a R$ 64 (inteira)

Programa
VINCENZO BELLINI
Casta Diva, da ópera Norma

GIUSEPPE VERDI
E’strano, Sempre libera da ópera La Traviata

AMILCARE PONCHIELLI
Suicidio da ópera La Gioconda

GIACOMO PUCCINI
Un bel dì vedremo da ópera Madama Butterfly

UMBERTO GIORDANO
La mamma morta da ópera Andrea Chénier

VINCENZO BELLINI
Ah, non credea mirarti da ópera La sonnambula

GAETANO DONIZETTI
Al dolce guidami da ópera Anna Bolena

FRANCESCO CILEA
Ecco respiro appena da ópera Adriana Lecouvreur

GIUSEPPE VERDI
La luce langue da ópera Macbeth

GIACOMO PUCCINI
Vissi d’arte da ópera Tosca

GASPARE SPONTINI
Tu che invoco con orrore, da ópera La Vestale

Foto: Wikimedia Commons

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