Coberturas

9° Rato and Roll, uma festa cheia de paz, harmonia e rock and roll

Rato

Rua São Luiz, bairro São Tomaz, 19/07/2014
Por Elmo Gomes

O Rock and Roll é um dos estilos de música mais aclamado em todo mundo e por conta disto ele tem o seu dia, onde os amantes por essa cultura o reverenciam e prestam suas homenagens em uma grande comemoração tribal. Esse dia é o dia 13 de julho, que neste ano coincidiu com o dia da final da Copa do Mundo, por isso a comemoração foi adiada, mas não esquecida.

 

Na região norte de BH aconteceu no dia 19 de julho de 2014 a 9ª edição do Festival de Música Rato and Roll, o maior festival de Rock da periferia de Belo Horizonte, em homenagem ao Dia Mundial do Rock and Roll. Estava um dia frio, mas para quem se habilitou a comparecer à Rua São Luiz, bairro São Tomaz, a coisa foi diferente, o movimento e o Rock and Roll esquentaram o local e uma celebração de paz, harmonia e vibração positiva foi o que sobressaiu.

 

Ao amanhecer o clima já foi mudando no bairro com a chegada da equipe para montagem do palco e logo em seguida a aparelhagem de som e iluminação, e a festa foi tomando forma. Ao meio dia tudo estava preparado, o cenário para as apresentações era perfeito.

 

Às duas horas a Banda Voodoo Experience iniciou a passagem de som e o público presente, apesar de ainda pequeno, estava sedento pelo Rock. Ecos de guitarras soaram pelo ar, foram os primeiros acordes de um belo tributo a Jimi Hendrix. Ed Bomfim, guitarra, Rodrigo Silva, baixo e vocal e Tom Santiago, bateria, reviveram o Power trio americano com uma precisão e voracidade que leva a galera ao êxtase e deram indícios do que seria aquele dia dedicado ao Rock and Roll. Tocando clássicos de Hendrix como Purple Haze, Foxy Lary, All Along the Watchtower, Voodoo Child, entre outros, a Voodoo demonstrou todo seu talento, onde Rodrigo e Tom comandavam a cozinha para que Ed baixasse o Jimi em seus solos gritantes e viajantes. Um belo show de abertura.

 

Na sequência sobe ao palco a Banda O Monomotor. Formada por Washington Reis, vocal, violão e guitarra base, Eduardo Heliodoro, baixo, Anderson Prado, bateria e Guilherme Carmo, guitarra solo, que teve um contratempo e não conseguiu chegar no horário previsto. A banda iria iniciar o seu show sem o guitarrista solo, eis que surge da platéia a solução. Alexandre da Mata, o “Alê” da banda Seu Madruga, estava presente e como é vizinho do evento, se propôs a buscar sua guitarra e segurar a onda até que o Guilherme chegasse. 

 

O que no primeiro momento pareceu ser algo prejudicial transformou-se em uma atração a mais. Alê, Washington e Eduardo, se entenderam tão bem que para o público era como se eles tocassem juntos há muito tempo. Ao lado da banda O Monomotor, Alexandre, o novo integrante, desfilou grandes clássicos do Rock dos anos 60 e 70. Quando Guilherme chegou, o tempo de show da banda já estava se esgotando, mas houve tempo para que ele subisse ao palco e retomasse seu posto ao lado de seus competentes companheiros. A banda O Monomotor e Alexandre da Mata acabaram demonstrando a maior virtude dos roqueiros, que é a união, a humildade e a vontade de se fazer sempre o melhor possível para si mesmo e para o público.

O céu escurecia, era o anúncio da chegada da noite que traria contigo os meninos da Banda Engrenagem Rock Band. Um Power trio que se agiganta no palco, a banda Engrenagem que tem em sua formação Alípio Otávio, guitarra e voz, Pedro Gonçalves, Baixo e Tadeu dos Santos, Bateria, é a banda que toca desde a primeira edição do festival e por isso tem um carinho todo especial com o evento e recebe esse carinho de volta. O público que já estava louco a essa altura, interagiu com a galera da Engrenagem e promoveram um grande ritual rocker ao som de grandes clássicos como Led Zeppelin, Deep Purple, Jerônimo, entre outros. A banda produziu uma efervescência sonora que invadiu os corações e mentes provocando uma pulsação intensa que não permitiu a ninguém ficar parado.

 

A banda TremBemDitos subiu ao palco e enquanto passavam o som e se ajeitavam em seus lugares, o público se satisfazia com mais uma cerveja e espantava o frio. A banda TremBemDitos é formada por Othon Saboia, guitarra, teclado e voz, Vinícius Brandão, guitarra e voz, Thiago Champs, bateria e Ricardo Augusto, baixo e voz e tem em sua filosofia produzir música de qualidade aproveitando as multi-influências dos integrantes, seja compondo suas próprias músicas ou interpretando artistas renomados do rock nacional e internacional. Os TremBemDitos fizeram um show eletrizante ao mesclarem suas composições com grandes clássicos do Rock e no ponto alto do espetáculo contaram com a participação do poeta “Vagabundo Iluminado” que deixou a galera perplexa e pensante com sua performance.

 

A banda Komarok veio para tirar o público do comã e com suas vestimentas de médicos abriram os tímpanos e invadiram as mentes dos presentes e com mais de uma hora de show, com músicas próprias quase que em todo o repertório, colocaram a galera pra moshar e bater a cabeça como nunca. O Komarok tem em sua formação, Solto Rafael, Vocal, Gabriel Façanha, bateria, Marcelo Augusto, guitarra e Anderson Martins, baixo e demonstraram que a música autoral tem seu espaço e pode conviver lado a lado com produções de covers.

 

De forma arrebatadora a Banda Má Reputação adentrou ao palco e logo detonou os tímpanos dos malucos de plantão. Ao som de Judas Priest,Ramones, Black Sabbath, Twisted Sister, Iron Maiden, Deep Purple, Dio, Motorhead, Scorpions, Kiss, a banda mostrou ao que veio e o público sentiu a reputação poderosa do som desses caras. Formada por Elvis Dias, vocal, Felipe Glumim, baixo, Gerson Augusto, guitarra, Elimar Trolha, guitarra e Alexandre Assis, bateria, a Má Reputação fechou a noite e a 9ª edição do Rato and Roll, com o mais puro Rock and Roll para o delírio dos já ensandecidos rockers de plantão.

 

A noite de comemoração ao dia do rock foi perfeita e mais uma vez o Festival Rato and Roll provou que a periferia pode e deve receber cada vez mais eventos culturais, sejam eles musicais, teatrais, de cinema ou qualquer vertente da cultura.

 

O público saiu satisfeito com o que rolou, mas também convencido de que o que é oferecido aos periféricos não é o suficiente que eles merecem e com a certeza de que com a falta de espaços e iniciativas de apoio aos artistas independentes, que não se vendem a indústria cultural massificante que impera em nosso país, a periferia é a grande válvula de escape, a saída óbvia para se quebrar esse monopólio artístico cultural tão prejudicial a todos amantes da cultura.

 

A semente está plantada, a cultura não pode ser controlada e impedida de alcançar a todos sem descrição de lugar ou classe social. O povo já descobriu isto, agora com a ajuda da Fundação Municipal de Cultura, parece que chegou a hora das autoridades se curvarem e darem uma sustentação para realização de eventos deste porte, tanto financeira como estruturalmente.

 

Os periféricos aguardam essas mudanças, mas, enquanto elas não chegam vai se construindo da melhor forma possível, com muito esforço, colaboração, harmonia, paz e Rock and Roll.

 

Fotos: Elmo Gomes

Fotos: Elmo Gomes
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