Coberturas

A abertura da exposição do grupo “Coletivo Art +”, que apresenta obras ilustradas pela potencialidade de mulheres artistas atemporais, aconteceu dia 25 de novembro, na galeria Viaduto das Artes, no Barreiro, cuja visitação se estende até o 19 de dezembro. 

O objetivo da mostra é ressaltar as questões sociais que envolvem a maturidade apresentando temas permeados pelo preconceito direcionados historicamente à arte feminina e considerados irrelevantes, como domesticidade, gênero, sexualidade, maternidade e maturidade. 

Com curadoria assinada por Rosvita Bernardes e Sonia Burgareli, a exposição conta com as artistas Abneia Esteves, Adriana Drummond, 
Conceição Perrout, Egléa Senna, Gina Abreu, Imaculada Pereira, Joana Peixoto, Kenny Vanessa Oliveira, Simone Amaral, Sonia Burgareli, Terezinha Oliveira e Thelma Quevedo. 

Segundo Sonia Burgareli, artista visual, a exposição do  “Coletivo Art +”, surgiu de sua ideia de reunir colegas artistas acima de 50 anos, a fim de começar a lutar pelo direito de ser artista a partir dessa idade.  

“A maioria dos editais de arte limitam a faixa etária e fico muito inconformada com tal, pois a arte não tem idade para mim.  Não é porque eu fiz cinquenta ou sessenta anos que parei de produzir ou deixei de ser criativa. Nossa arte vai ao encontro do trabalho da mulher em casa, que é invisível, do preconceito que existe com a mesma no mercado de trabalho, do racismo e da gordo fobia”. 

“E enfrentamos esses clichês no mercado de trabalho, na sociedade, em nossas famílias e também quando entramos na universidade mais velhas.
Então já passou da hora de a gente mostrar que o nosso trabalho de artista é político e nós, como mulheres artistas, não podemos ficar na invisibilidade”, concluiu Sônia Burgarelli.

Thelma Quevedo, pintora e escultora, salientou: “A exposição é composta por um grupo de doze artistas, acima de cinquenta anos, sendo que seis frequentaram juntas o atelier da UFMG. E foi muito legal porque tínhamos as mesmas dificuldade em estudar numa escola de jovens. Mas estávamos ali para viver a experiência daquele momento e isso é a grande sacada da maturidade”. 

“Pegamos um gancho com cada uma participante da mostra e resolvemos falar sobre nós e os preconceitos, entre eles, o etarismo, o que considero mais terrível, que rotula a mulher como inútil, considerando o fato de que estamos em plena atividade”. 

“Dessa forma, estamos reunidas debaixo de um de viaduto, dentro de uma de uma galeria, que é um espaço revitalizado, que oferece muitas possibilidades para os artistas”, finalizou Thelma Quevedo. 

Visitação até dia 19 de dezembro
Viaduto das artes 
Rua Olinto Meireles 45, Barreiro.