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CCBB-BH recebe a estreia nacional do projeto “Do Palais a Paris – 100 anos dos Oito Batutas”

Praça da Liberdade, 450 – Funcionários - BH

Teatro I do Centro Cultural Banco do Brasil

R$30 inteira e R$15 meia

15/01 - Época de Ouro convida Dudu Nobre 22/01 - Época de Ouro convida Lucas Brito 29/01 - Época de Ouro convida Nailor Proveta 05/02 - Época de Ouro convida Fabiana Cozza - 11h


Em abril de 1919, os “Oito Batutas” fizeram sua estreia no elegante Cine Palais, na região central da cidade do Rio de Janeiro. Três anos mais tarde viajariam a Paris, e após esta viagem se consagrariam como um dos grupos musicais mais importantes da história da música brasileira, além de ser o primeiro grupo nacional a levar a nossa música popular para o exterior. Agora, em comemoração aos cem anos de sua primeira apresentação, o Centro Cultural Banco do Brasil – BH recebe, a partir do próximo dia 15 de janeiro, a estreia nacional do projeto “Do Palais a Paris – 100 anos dos Oito Batutas”, uma série de quatro shows protagonizados pelo Conjunto Época de Ouro que receberá músicos e intérpretes contemporâneos. 

Os Oito Batutas revolucionaram a estética musical da época, incorporando novos elementos e sonoridades à nossa música popular através do contato dos seus integrantes com os músicos de jazz e de outros gêneros musicais, em sua viagem a Paris em 1922.

Os espetáculos, realizados nos dias 15, 22 e 29 de janeiro, além do dia 05 de fevereiro, apresentam as diferentes fases dos Oito Batutas e abordam diversos gêneros musicais e ritmos que marcaram a trajetória do grupo como maxixes, corta-jacas, batuques, cateretês, choros, sambas, toadas, lundus, emboladas, cocos, foxtrotes, ragtimes e shimmies. Depois da estreia na capital mineira, o projeto segue para o Rio de Janeiro (abril) e São Paulo (junho), sempre nas unidades do Centro Cultural Banco do Brasil.

A série de shows tem direção musical do maestro e pesquisador Antonio Seixas, apresentação do ator, produtor e sambista Haroldo Costa e, como anfitrião, o Conjunto Época de Ouro, fundado por Jacob do Bandolim em 1964.

A proposta do projeto “Do Palais a Paris – 100 anos dos Oito Batutas” é apresentar a versatilidade da música brasileira e sua história através das vozes de Dudu Nobre e Fabiana Cozza, além do clarinete/saxofone de Nailor Proveta e da flauta/saxofone de Lucas Brito, reunindo nomes consagrados e novos talentos da MPB, que possuem em comum uma profunda ligação com o choro e o samba.

Os shows serão realizados pelo Conjunto Época de Ouro, que, em cada um dos quatro espetáculos da série, receberá um músico/intérprete convidado. Todos os espetáculos darão ênfase às diferentes fases dos Oito Batutas e de seus integrantes como:

Antes do sucesso – As rodas de choro na casa da Tia Ciata e no Grupo do Caxangá;

O início – A temporada no Cine Palais e o sucesso nacional;

A glória internacional – A viagem a Paris e o contato com novas estéticas musicais;

Uma nova história se inicia – A dissolução do grupo em viagem à Argentina onde realizaram seus únicos registros fonográficos.

Durante as quatro apresentações, o público terá a oportunidade de acompanhar um repertório composto por obras de Pixinguinha, além de composições de Catulo da Paixão Cearense, Chiquinha Gonzaga, Ernesto Nazareth, Bonfiglio de Oliveira, Donga, China, João Pernambuco, e muitos outros.

::Sobre os Oito Batutas::

No ano de 1919, Pixinguinha era um jovem músico que empunhava sua flauta em rodas de choro na casa da Tia Ciata e no Grupo do Caxangá, orquestra formada pela nata dos chorões do Rio de Janeiro, como Donga, China e João Pernambuco, e que se dedicava à execução de músicas nordestinas e de caráter regional. O Cine Palais era um elegante cinema localizado na Avenida Rio Branco, região central da cidade do Rio de Janeiro e frequentado pela elite da cidade cujo gerente era Isaac Frankel, um senhor calvo, de bigodes, sempre com um charuto nos lábios. A gripe espanhola havia feito mais de 14 mil mortos entre a população carioca em 1918, e os cinemas se ressentiam da ausência do público, que, desde a grande pandemia, evitava aglomerações em lugares fechados.

Impressionado com a multidão reunida por um bloco carnavalesco que se apresentava no coreto do Largo da Carioca – o Grupo do Caxangá –, Isaac Frankel abordou Pixinguinha, um dos músicos do grupo, e o arrastou para uma conversa em particular atrás do coreto. Frankel tinha uma proposta tentadora para Pixinguinha: montar um grupo para se apresentar na sala de espera do elegante cinema nos intervalos entre as sessões dos filmes em cartaz. O Grupo do Caxangá era composto por 19 músicos e Frankel, então, sugeriu um número reduzido de integrantes e ao mesmo tempo propôs um nome sonoro para a nova orquestra: “Oito Batutas”.

A estreia dos Oito Batutas ocorreu em abril daquele ano, vindo a se tornar um dos grupos musicais mais importantes da história da música brasileira, sendo a sua primeira formação: Pixinguinha na flauta; Donga, Raul Palmieri e China nos violões; Jacob Palmieri no pandeiro; Luís Pinto na bandola e reco-reco; Nelson Alves no cavaquinho; e José Alves de Lima no bandolim e ganzá.

Intérpretes:

 

::Dudu Nobre::

www.dudunobre.com.br

Além de intérprete, o sambista é também um consagrado compositor. Músicas como “Água da minha sede”, “Vou botar teu nome na macumba”, “Quem é ela”, e “Pro amor render” são de sua autoria. Tendo como grandes referências os músicos Almir Guineto e Martinho da Vila, seu último CD autoral, intitulado “Ainda é cedo”, foi lançado em 2013.

O álbum possui doze faixas, das quais nove são de autoria do Dudu com parceiros, entre eles Nei Lopes, Claudemir, Moises Santiago, Fernando Magarça, Roque Ferreira e Chiquinho dos Santos. O disco possui também versões de músicas como: “Centelha” (Nelson Rufino e Ivan Sólon), “Voo de paz” (Jorge Aragão e Zeca Pagodinho) e “As 40 DPs” (Gil de Carvalho). Pai de três meninas (Olívia, Thalita e Alicia) e de um menino (João Eduardo), Dudu Nobre é um dos artistas mais respeitados do gênero. Autor de sambas-enredo vitoriosos em todo o Brasil: Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo e Belém do Pará.

 

::Lucas Brito::

Lucas Brito, 26 anos, é saxofonista e clarinetista de Nova Friburgo/RJ. Iniciou seus estudos musicais aos oito anos em sua cidade natal. Estudou flauta com renomados professores como Eduardo Monteiro (UFRJ), Afonso Oliveira (UFRJ), Danilo Mezzadri (EUA), Cássia Carrascoza e Mathias Allin (Alemanha). Estudou saxofone com Dirceu Leite, Eduardo Neves e Idriss Boudrioua. Atuou como flautista solista da Banda Sinfônica da Marinha, da Orquestra Sinfônica da UFRJ, e da Banda Sinfônica Campesina Friburguense, com a qual já se apresentou em várias cidades do Brasil e alguns países da Europa. Integrou a Orquestra de Solistas do Rio de Janeiro (OSRJ).  Apresentou-se com a Orquestra Carioca de Choro em 2014. Ao longo de sua carreira, já acompanhou diversos artistas e grupos da MPB como Martinho da Vila, Zélia Duncan, Alcione, Hamilton de Holanda, Grupo Semente, Pedro Miranda, Diogo Nogueira, Xande de Pilares, Arlindo Cruz, Dudu Nobre, Sandra de Sá, Fafá de Belém, Neguinho da Beija-Flor, Zeca Pagodinho, Artur Verocai, entre outros. Participou de vários musicais no Brasil: “SamBRA, o Musical”; “É Com Esse Que Eu Vou, o Musical”, “Beth Carvalho, o Musical”, “Cartola, o Musical”, “Zeca Pagodinho, o Musical”, entre outros. Participou de gravações e de  trilhas de novelas e séries da Rede Globo: “Babilônia” (2015), “Pega pega” (2017), “Tempo de amar” (2017), “Orgulho e paixão” (2018), “Ilha de ferro” (2018), “Éramos seis” (2019). Como solista, apresentou-se recentemente no Duc des Lombards, em Paris, e no Clube do Choro de Lisboa.

::Nailor Proveta::

Com 30 anos de carreira, Nailor Proveta é figura de destaque no cenário da música instrumental brasileira. Integrante e fundador da Banda Mantiqueira, compositor e arranjador, além de instrumentista, esteve envolvido em muitos dos melhores e mais relevantes projetos musicais das últimas décadas.

Proveta começou na banda municipal de Leme/SP, onde nasceu. Aos 16 anos, já em São Paulo, integrou a orquestra do maestro Sylvio Mazzuca. Depois, liderou a Banda Aquarius e o grupo Sambop Brass, e dividiu o palco com artistas como Natalie Cole e Benny Carter, além de ter seguido em turnês com a orquestra de Ray Conniff. Até hoje, Proveta é um dos clarinetistas mais requisitados do país, e mantém com o saxofone um caso de amor, aliado a um interesse quase científico, expresso através da pesquisa minuciosa dos timbres e sonoridades dessa família de instrumentos

::Fabiana Cozza::

www.fabianacozza.com.br

Fabiana Cozza (1976) é paulistana, cantora e jornalista. Graduou-se em Comunicação Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e exerceu o Jornalismo durante oito anos, em diferentes mídias, sendo sua última atuação na Copa de 2002. Deixou o Jornalismo aos 24 anos para assumir sua carreira artística de intérprete que passa também pelo teatro e a dança.

Trabalhou nos musicais “Os Lusíadas”, com direção de Iacov Hillel e Magda Pucci; “A luta secreta de Maria da Encarnação”, última peça escrita por Gianfrancesco Guarnieri com direção musical de Renato Teixeira e Nathan Marques; “O Canto da Guerreira – 20 anos sem Clara Nunes”; “Ary Barroso”; “Rainha Quelé – uma homenagem a Clementina de Jesus”, com direção de Heron Coelho. Foi dirigida pelo ator e diretor Gero Camilo em “Razão Social” (2016), por Luiz Fernando Lobo no musical “Canto Negro” (2019). Desde 2015 tem seus projetos pessoais dirigidos pelo ator Elias Andreato, dentre eles: “Ay, Amor!” (Canto teatral para Bola de Nieve – desde 2015) e “Canto da noite na boca do vento” (canções de Ivone Lara e parceiros – 2019).

Estudou canto popular, teoria musical e prática de conjunto na Universidade Livre de Música Tom Jobim (atual Emesp) por quatro anos. Tem sido anunciada por críticos e público como uma intérprete de destaque na música brasileira contemporânea. “Canto da noite na boca do vento” (gravadora Biscoito Fino) é o seu sétimo CD gravado, lançado em 2019. Venceu duas edições do Prêmio da Música Brasileira: em 2012 – Melhor cantora de samba, e 2018 – Melhor álbum em língua estrangeira (por “Ay, Amor!”).

Fabiana tem levado a música brasileira a festivais em Israel, Alemanha, França, Canadá, EUA, Bulgária, Chile, Espanha, Portugal, Suécia, Cuba, Moçambique, Cabo Verde. A artista tem produzido seus projetos com parceiros e sido convidada a participar de mesas, workshops, simpósios e projetos sobre voz, interpretação, cultura afro-brasileira, empreendedorismo negro, curadoria (foi curadora artística da “Ocupação Cartola” – Itaú Cultural 2016). Como extensão de seu trabalho, desenvolve estudos e orientação para cantores, atores e pessoas interessadas em revelar sua expressão artística através de sua voz.

Foto: Paula Dias


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