Eventos

Exposição “Poteiro, o Popular e o Público”

Praça da Liberdade, 450 – Funcionários - BH

CCBB BH

(31) 3431-9400

Entrada Gratuita

15 de janeiro a 30 de março Horário: De quarta a segunda, das 10h às 22h


De 15 de janeiro a 30 de março, o CCBB BH abriga a exposição “Poteiro, o Popular e o Público”. A mostra inédita traz para Belo Horizonte 30 obras do artista multidisciplinar português Antônio Poteiro. Além das peças que perpassam a vasta produção do autor, o público terá acesso, pela primeira vez, a fotografias do arquivo pessoal do artista junto a personalidades da cena cultural brasileira, como Burle Marx e Jorge Amado.

Com curadoria de Leno Veras, ele provoca um diálogo entre o crítico e o artista ao jogar luz sobre as questões levantadas pelas obras de Poteiro. A discussão é trazida por episódios da história, traduzidos por meio das cores e formas livres da representação pictórica conhecida como cultura popular. A estética de Poteiro emerge da linguagem dita "primitivista" e abriga temas nada "ingênuos" (naïf), como na série em que a colonização brasileira é revisitada, da chegada das naus quinhentistas à construção de uma capital modernista.

Criador de um repertório narrativo amplo e diverso, Poteiro articula religiosidades e folclores, histórias e memórias, experiências e oralidades, em contínua construção de uma panorama da integração dos imaginários das civilizações que aqui convergiram, postulando um eixo discursivo que interconecta práticas dissociadas na produção erudita que, sobretudo por meio da pintura acadêmica, tardou em contemplar tais processos de integração.

Sobre o artista

Nascido em Braga, Portugal, e radicado na capital de Goiás, Antônio Poteiro fazia cerâmica utilitária antes de conhecer o pintor Siron Franco, que o incentivou a dedicar parte de seu tempo à pintura. Franciscano - sempre descalço e com longa barba - foi inicialmente classificado como naïf, sendo logo reconhecido pelos críticos como um pintor de rara inteligência visual. Dedicado às investigações sobre lendas e mitos originários, esteve por temporadas em comunidades indígenas. De origem humilde, conseguiu, devido sua perenidade e experimentação, reconhecimento de sua produção já na maturidade.

Poteiro iniciou seu trabalho com o barro, fazendo potes e vendendo-os para terceiros, e chegou a realizar diversas exposições nacionais e internacionais. Participou duas vezes da Bienal Internacional de São Paulo (1981 e 1991), da Biennalle Internazionale "NAIF", Cittá di Como, Itália (1976) e da V Bienalle Internazionale "NAIFS", entre Fiera e Lombardia, Itália (1980), da III Bienal de Havana, Cuba (1989), da III Bienal de Artes de Goiás (1993) e da Bienal Brasileira de Arte "NAIF", SESC Piracicaba (1994). Recebendo, em 1985, o prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) na categoria escultura. Em 1987 recebeu a comenda Ofiacialato da Ordem do Mérito, do governo português. Em 2010, faleceu em Goiânia, onde residia desde 1955.

Sobre o curador

Leno Veras é comunicólogo, pesquisador e professor, dedicado à difusão da cultura e divulgação da ciência na esfera pública por meio de práticas curatoriais, projetos editoriais e programas educacionais, com foco em teorias dos meios, escritas de história e sistemas de memória. Atualmente, desenvolve sua tese de doutoramento na Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e, como pesquisador visitante, no Instituto Warburg na Escola de Estudos Avançados da Universidade de Londres.

Foto: Divulgação


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