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QUE DESÁGUA NOUTRO, mostra individual de Davi De Jesus Do Nascimento

Rua Padre Marinho, 60, Santa Efigênia

Galeria de Arte Centro Cultural Sesiminas

(31) 3241-7181

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16 de maio às 19h - até 08 de julho terça a domingo, das 09h às 18h


QUE DESÁGUA NOUTRO, exposição-transposição da poética que corre das águas do Rio São Francisco para a galeria, do artista Davi De Jesus Do Nascimento, abre ao público no dia 16 de maio, quarta-feira, às 19h, na Galeria de Arte Centro Cultural Sesiminas, em Belo Horizonte.

A mostra, primeira individual de Davi, é um mergulho na cultura barranqueira norte-mineira, mais especificamente de Pirapora, cidade natal do artista. As obras a serem expostas – através de fotografia, pintura, desenho, objeto e performance – formam o todo de um cotidiano e ancestralidade ribeirinha. Nostalgia densa, que aspira despertar, preservar ou trazer de volta o rio de cada pessoa.

“O trabalho tomou ímpeto há três anos quando me foram herdadas as fotografias analógicas da família, tiradas entre a década de 80 e início dos anos 2000. Registros de acampamentos, pescarias e acontecimentos de quintal com cheiro de terra molhada compõem o acervo. Gosto de dizer que são águas guardadas, remendo de memórias estendidas onde houver banho e descamação”, explica o artista.

Corpos de água e aguaceiro cortado rente à pele-calhau são pontes que ligam todos os suportes que o artista trabalha e possibilitam atravessar nadando também. Nos dizeres de Davi, ''a exposição é como nadar no raso-rasgo. Uma oportunidade de poder mostrar que nós, barranqueiros, estamos sangrando junto com as águas sanfranciscanas; e que há uma urgência de estar atento à resistência e morte do rio; aos gemidos das carrancas naufragadas, gritos de alertas de surubins, curimatás e saruês. O cheiro de matrinchã podre. Uma casa com a marca do nível da última enchente fedendo a pus de semente de tamboril. A manga rosa verde com sal de suor do corpo. Cemitério de corpos mortos boiando embaixo da sombra da ponte''.

SOBRE O ARTISTA

Davi de Jesus do Nascimento é artista plástico, performer e poeta barranqueiro. Gerado às margens do Rio São Francisco - curso d’água de sua pesquisa - trabalha coletando afetos da ancestralidade ribeirinha e percebendo “quase-rios’’ no árido. Um de seus maiores interesses para a nascença na prática primária da pintura é a terra, mãe inicial. Na fotografia, utiliza seu corpo como instrumento de medida do mundo. Corpo-médium, confrontado e confundido com a natureza. Uma natureza aquática, barrenta e silenciosa que pode ser lida como isca, peixe e pedra. Em 2016 apresentou a exposição virtual “La Mémoire Trempée’’, com o artista Arthur Camargos, pelo Centre Culturel du Brésil, Paris, França. Em 2017 ilustrou o livro de poesias “Eu, Bonsai”, de Maria Isabel Carlos; e teve seu primeiro texto publicado na “Chico’’, revista do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco. Em 2017 e 2018 participou das mostras coletivas “Entrepassados’’, no Morro da Conceição - RJ e “Cisco Lasca Triz”, na Galeria DotART, respectivamente.

Foto: Divulgação


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