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Tendo participado de dezenas de coletivas nestes 30 anos de produção esta é a terceira individual do artista. A primeira foi em uma galeria em Berlim na Alemanha na copa de 2006 a segunda foi dentro da programação oficial do FAN – festival de arte negra de Belo Horizonte no ano passado.

O futebol inspirou diversos artistas plásticos brasileiros.  Rubens Gerchnan,  Claudio Tozzi, Djanira, Ziraldo, Aldemir Martins, Rebolo e os naifs Dalvan e Ozias , são alguns dos que se debruçaram sobre o tema que tem, pelo menos , dois quadros inesquecíveis: “Futebol”, de Portinari, e “Futebol I”, de Jose Roberto Aguilar.

Pode se somar a essa lista o trabalho do Pintor Manoel Francisco Lopes de Faria. Nascido em Joaquim Felício, Minas gerais, em 1943, ele mostra o futebol de uma maneira muito peculiar, exaltando equipes, lances e gols que marcaram época dos maiores ídolos de todas as torcidas.

Formado na Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais, em 1985, Faria trabalha como técnico de uma escolinha de futebol, esporte que o acompanha desde os sete anos. Dessa paixão surge um trabalho diferenciado, em que cenas são mostradas o mais próximo possível do real. Os momentos transportados para a tela, ao serem verídicos, são tratados com extremo cuidado e detalhe – e algumas pitadas de humor -, numa tentativa de que o espectador, ao ver o quadro, lembre automaticamente do instante enfocado pelo artista . Para isso, os nomes dos jogadores são geralmente colocados junto aos desenhos das cenas, ampliando essa ideia documental.

O estilo pictórico de Faria, nessas telas sobre futebol, aproxima-se muito do naif, seja pelo caráter popular do tema ou forma como é construída a cena, geralmente com cores quentes e repletas de vibração. O espectador é transportado para o campo, vendo imortalizado, na tela imagens que despertaram a sua paixão. 

Uma das suas telas como “o milésimo gol de Pelé”, esta na coleção particular do próprio jogador, levado pelo mineiro Wilson Egidio, ex jogador do Cruzeiro e atualmente residindo em Nova York, inclusive nesta nova mostra, o Wilson Egidio já reservou uma tela, o famoso “pênalti do Baggio”, contra a seleção brasileira.