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Premiação e bate-papo sobre Minas Gerais: História e Pesquisa

Rua Bernardo Guimarães, 1.600, Lourdes

Galeria de Arte BDMG Cultural

31 3219-8691

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Dia 13 de junho, às 19h30


No dia 13 de junho, às 19h30, o BDMG Cultural promove em sua galeria de arte uma roda de bate-papo sobre a história de Minas Gerais com os pesquisadores Caio Boschi, Clélio Campolina e Eliana Regina de Freitas Dutra. O vencedor da edição 2019 do Prêmio Diogo de Vasconcelos, Tarcísio de Souza Gaspar, também participa da conversa e fala sobre o trabalho premiado, “Tapanhuacanga em ruínas: história do Palácio Velho de Ouro Preto (c.1660-1825)”.

Selecionado entre 51 projetos inscritos, Tarcísio é de Monte Santo de Minas. A sua pesquisa durou cerca de oito anos. “Ela teve início em fins de 2008, quando eu trabalhava como historiador vinculado à prefeitura de Ouro Preto”, conta. O início do trabalho se deu a pedido do prefeito Ângelo Oswaldo na época que, por curiosidade, solicitou um relatório sobre o Palácio Velho. “Nem eu, nem qualquer outro servidor da secretaria de Patrimônio jamais tinha ouvido falar nesse lugar da cidade. Apesar de ter estudado história de Minas no mestrado, eu desconhecia o tema”, explica.

Localizado na região do bairro Antônio Dias, em Ouro Preto, Tarcísio encontrou as ruínas do Palácio por indicação de moradores. Por ter experiência no casario setecentista da cidade, logo percebeu que havia muito mais que ruína. “Fiquei fascinado. Continuei pesquisando o tema mesmo após sair da prefeitura. Em 2011, ingresso no doutorado na USP com um projeto de pesquisa ligado à história do Palácio Velho”, conta Tarcísio.

O fato de morar no interior de Minas dificultou um pouco os trabalhos de pesquisa. “A carência de boas bibliotecas nas proximidades é um obstáculo. Mas a internet facilitou muito. Por exemplo, os fundos digitalizados do APM, disponíveis online, foram fundamentais na viabilização da pesquisa”, revela. Mas isso não foi suficiente. Tarcísio precisou fazer constantes deslocamentos a Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro. “A viagem de pesquisas em Portugal foi fundamental. Mas a principal dificuldade foi de ordem profissional”. O pesquisador precisou se desdobrar entre a pesquisa de doutorado com os compromissos de professor de história do IFSULDEMINAS por longos dois anos.

Em um momento no qual o patrimônio histórico de Minas Gerais passa por grande fragilidade, pesquisas como essa de Tarcísio e espaços de reflexão como o bate-papo que será realizado se fazem importantes para discutirmos onde estamos e como chegamos até aqui. “A pesquisa sobre o Palácio Velho, por exemplo mostrou que trabalhadores envolvidos na exploração daquele complexo aurífero, a maioria africanos escravizados, com as mais diversas origens sociais e culturais, conseguiram se organizar a fim de se defenderem e em prol de conseguirem ganhos sociais para si e para a comunidade local. Este exemplo serve muito, a meu ver, para o tempo em que vivemos”, afirma.

Com o prêmio de R$10 mil em mãos, o pesquisador sonha que este trabalho se transforme em livro e alimenta a expectativa de que novas pesquisas e produções culturais possam vir a partir desta conquista, explorando, por exemplo, a história da irmandade do Alto da Cruz, do Palácio Velho, e do mito de Chico Rei.

Para participar da roda de conversa não é necessário realizar inscrição. O acesso é gratuito.


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