Eventos

SINFÔNICA AO MEIO-DIA

Av. Afonso Pena, 1537 - Centro, Belo Horizonte - MG

Grande Teatro Palácio das Artes

(31) 3236-7400

Entrada gratuita

25 de junho (terça-feira) 12h


Sob regência do maestro Silvio Viegas, uma das obras primas da história da música, Réquiem do compositor alemão Wolfgang Amadeus Mozart, será executada em mais uma edição das séries Sinfônica e Lírico ao Meio-dia e Sinfônica e Lírico em Concerto. A Orquestra Sinfônica de Minas Gerais vai executar, também, a obra Três Quadros de Victor Meirelles, do fagotista integrante da Orquestra, Cláudio de Freitas. Os concertos contam com a participação dos solistas convidados Deborah Burgarelli, Aline Lobão, Lucas Damasceno e Mauro Chantal.

Cercado de histórias fantásticas, a missa para os mortos, de Mozart, teria surgido a partir do pedido de um homem misterioso, o que levou o compositor a acreditar que este era um mensageiro do Destino e que o réquiem que iria compor seria para seu próprio funeral. Segundo o maestro Silvio Viegas, Mozart estava debilitado fisicamente e muito ocupado profissionalmente, tornando difícil dizer o quanto a encomenda o teria afetado mentalmente. “O que sabemos é que no Réquiemencontramos as linhas musicais de maior profundidade desse genial compositor. A obra é carregada de sentimento, de fé, de uma entrega raramente vista, antes ou depois da criação dessa missa”, observa o maestro.

Antes de morrer, Mozart conseguiu terminar apenas três seções com o coro e composição completa, deixando os instrumentais, coro, vozes dos solistas, o cifrado do contrabaixo e órgão incompletos, com anotações para seu discípulo Süssmayer. “Inúmeros músicos, musicólogos e historiadores recusaram, alteraram ou modificaram o trabalho feito por Süssmayer. No entanto, independente do que foi feito, o que é certo é que esta ainda é, e continuará sendo, uma das mais amadas e respeitadas obras musicais de todos os tempos”, comenta Viegas.

Trechos das composições serão executados na terça-feira, 25 de junho, ao meio-dia, com entrada gratuita. Na ocasião, algumas pessoas da plateia serão sorteadas para assistir ao concerto do palco. Trata-se do projeto De Dentro do Palco, uma sugestão do regente titular da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, Silvio Viegas, que visa aproximar o público da Orquestra e, assim, ampliar a difusão da música erudita.

Já a versão integral das obras será apresentada no concerto de gala, na quarta-feira, 26 de junho, às 20h30, com ingressos R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada).

Diálogo em contraste – Além da obra de Mozart, a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais vai executar a peça Três Quadros de Victor Meirelles, do fagotista da OSMG Cláudio de Freitas. Esta será a estreia mineira da composição e a primeira vez em que a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais vai interpretar uma obra do fagotista e compositor, que já atuou, também, na Orquestra Filarmônica de Minas Gerais e na Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo. Para Cláudio, incorporar obras de compositores vivos e jovens ao programa de Orquestras é um movimento necessário das instituições. “São composições mais próximas de nossa realidade e, além disso, encaro como uma celebração da pluralidade artística. O contraste entre minha peça e a de Mozart é muito interessante”, celebra o fagotista, ressaltando que, apesar das diferenças, ambas as peças tratam da morte.

Inspirando-se em obras do pintor Victor Meirelles que abordam narrativas históricas brasileiras, Cláudio compôs a peça em 2014 e busca, por meio de três movimentos, representar musicalmente sua impressão do trabalho visual do classicista. O primeiro movimento vem da obra Passagem de Humaitá (1872), o segundo, da obra Moema (1866) e o terceiro do quadro Batalha dos Guararapes (1875-1879). “No primeiro movimento, a música traz várias imagens como o rio, o forte e o encouraçado. Há a representação, por exemplo, da batalha em si pelos metais e percussão e do convés do encouraçado à noite, em que se instala um imenso silêncio com atmosfera fantasmagórica”, explica Cláudio.

Já no segundo movimento, a composição evoca a morte da índia Moema depois de sofrer de amor por um português que deixa o Brasil de navio. “A melodia dos trompetes e trombones representa o navio, enquanto as cordas em movimentos ascendentes e descendentes evocam as ondas marítimas”, conta o fagotista. “Até mesmo uma folha de palmeira está sendo usada como instrumento para trazer os sons da floresta e do vento, culminando numa triste melodia”. Por fim, o terceiro movimento se inspira no quadro que representa uma cena de guerra do confronto que culminou na expulsão dos invasores holandeses das terras brasileiras. “Por meio dos metais, busquei representar as espadas, e a vitória brasileira está num grandioso acorde final”, conta.

Orquestra Sinfônica de Minas Gerais – Criada em 1976, a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, corpo artístico gerido pela Fundação Clóvis Salgado, é considerada uma das mais ativas Orquestras do país. Em 2013, foi declarada Patrimônio Histórico e Cultural do Estado de Minas Gerais. Em permanente aprimoramento da sua performance, a OSMG cumpre o papel de difusora da música erudita, diversificando sua atuação em óperas, balés, concertos e apresentações ao ar livre, na capital e no interior de Minas Gerais. Como iniciativas de destaque, podem ser citadas as séries Concertos no Parque, Sinfônica ao Meio-dia e Sinfônica em Concerto, além da Sinfônica Pop que apresenta grandes sucessos da música popular brasileira com arranjos orquestrais. Em 2016, Silvio Viegas assumiu o cargo de regente titular da OSMG. Antes dele, foram responsáveis pela regência: Wolfgang Groth, Sérgio Magnani, Carlos Alberto Pinto Fonseca, Aylton Escobar, Emílio de César, David Machado, Afrânio Lacerda, Holger Kolodziej, Charles Roussin, Roberto Tibiriçá e Marcelo Ramos.

Silvio Viegas – Silvio Viegas é mestre em Regência pela Escola de Música da Universidade Federal de Minas Gerais. Foi maestro titular da Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro por oito anos e esteve à frente de orquestras como a Sinfônica Brasileira; Sinfônica de Minas Gerais; Filarmônica do Amazonas; Orquestra Sinfônica de Roma e Orquestra da Arena de Verona (Itália); Sinfônica do Teatro Argentino de La Plata (Argentina); Sinfônica do Sodre (Uruguai), entre outras. Atualmente, é o regente titular da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais e Professor de Regência na Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Coral Lírico de Minas Gerais – Criado em 1979, o Coral Lírico de Minas Gerais, corpo artístico da Fundação Clóvis Salgado, é um dos raros grupos corais que possui uma programação artística permanente e que interpreta um repertório diversificado, incluindo motetos, óperas, oratórios e concertos sinfônico-corais. Já estiveram à frente do Coral os maestros Luiz Aguiar, Marcos Thadeu, Carlos Alberto Pinto Fonseca, Ângela Pinto Coelho, Eliane Fajioli, Silvio Viegas, Charles Roussin, Afrânio Lacerda, Márcio Miranda Pontes e Lincoln Andrade. O Grupo se apresenta em cidades do interior de Minas e em capitais brasileiras com o intuito de contribuir para a democratização do acesso ao canto coral. As apresentações têm entrada gratuita ou preços populares. O Coral já atuou com a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo e a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, além da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais. Dentro da política de difusão do canto lírico promovida pelo Governo de Minas Gerais, o Coral Lírico desenvolve diversos projetos que incluem as séries Concertos no Parque, Lírico Sacro, Lírico ao Meio-dia, Lírico em Concerto e Sarau no Café, além da participação nas temporadas de óperas realizadas pela Fundação Clóvis Salgado.

Aline Lobão (mezzosoprano) – Premiada nos Concursos "Jovens Solistas" da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais nas edições 2012 e 2013, "Segunda Musical" em 2006 e 2014, conquistou o prêmio "Ópera - Il Barbieri di Siviglia” no Concurso Maria Callas. Recebeu orientações de Carolina Faria, Eiko Senda, Lorena Espina, Raminta Lampsatis, Eliane Coelho, Sérgio Anders, Mauro Chantal e Marisa Simões. Seu repertório operístico inclui "Rosina" (Il Barbiere Di Siviglia, G.Rossini); Annio e Sextus (La Clemenza di Tito, W. A. Mozart); Iacy (Poranduba, E. Villani Côrtes); Nicklausse (Os contos de Hoffmann, Offenbach); Malcolm (La Donna del Lago, G. Rossini); Klara (Bodas no Monastério, S. Prokofiev); Nerone (L'Incoronazione di Poppea, C. Monteverdi), Stephano (Romeu e Julieta, C. Gounod), entre outros. Foi aluna da Academia de Ópera do Theatro de São Pedro, quando recebeu orientações da professora Luisa Giannini e do maestro André dos Santos.

Deborah Burgarelli (soprano) – Mineira de Belo Horizonte, a mezzosoprano Deborah Burgarelli iniciou seus estudos com a professora Aline Araújo e o maestro Lukas D’oro. Cursa Bacharelado em Música com habilitação em Canto, sob a orientação dos professores Petrônio Duarte e Sérgio Anders, na Universidade do Estado de Minas Gerais. Foi integrante do Coral Lírico de Minas Gerais entre 2014 e 2015. Atuou como solista nas obras: Requiem, de Mozart; Fantasia Coral, de Beethoven;Oratório Noël, de Camille Saint-Saëns; e nas óperas L’incoronazione di Poppea, como Ottavia; Dido e Enéias, como Dido; e Albert Herring, como Florence Pike. Atualmente, é orientada pelo Professor Eduardo Abumrad e integra a Academia de Ópera do Theatro São Pedro (SP), sob a coordenação do maestro André dos Santos.

Lucas Damasceno (tenor) – Natural de Juiz de Fora (MG), iniciou seus estudos de música aos 6 anos de idade no Centro Cultural Pró-Música. Estudou no Conservatório Estadual de Música Haidée França Americano e na Universidade Federal de Juiz de Fora. Participou do Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga de Juiz de Fora entre 2000 e 2014. Atuou no Festival Europeu Eurochestries em Charente-Maritime, na França, em 2009, e, em Quebec, Canadá, em 2012. Bacharel em violino pela UFMG, sob orientação do professor Edson Queiroz de Andrade, retornou à universidade em 2017 como aluno de canto na classe do professor Mauro Chantal. Integra o Coral Ars Nova desde 2016 sob regência de Lincoln Andrade. Atuou como solista na ópera Porgy and Bess, produzida pela FCS em 2017.

Mauro Chantal (baixo) – Pianista e cantor, Mauro Chantal é doutor em Música pela UNICAMP, onde desenvolveu pesquisa sobre a ópera A Ceia dos Cardeais, de Arthur Iberê de Lemos (1901 – 1967), sob orientação de Adriana Giarola Kayama. Iniciou seus estudos de canto com Vânya Soares. Sob orientação de Lucas Bretas, tornou-se mestre em Música pela UFMG, com pesquisa sobre o maestro e compositor Carlos Alberto Pinto Fonseca. Integrou o Ars Nova – Coral da UFMG, o Coral Lírico de Minas Gerais e os coros da OSESP. Na Fundação Clóvis Salgado, participou das seguintes montagens líricas: Il Guarany (2002), Die Zauberflöte (2006), Pelléas et Mélisande (2008), Macbeth (2009), La Traviata (2010), Rigoletto (2014), Il Guarany e Romeo et Juliette (2016), La Traviata (2018), as três últimas regidas pelo maestro Silvio Viegas. Mauro Chantal é docente na Escola de Música da UFMG, onde atua nos cursos de graduação e pós-graduação.

Foto: Paulo Lacerda


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