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Peça: “Pá de Cal (Ray-lux)”

Praça da Liberdade, 450 - Funcionários

Presencial

(31) 3431-9400 I (31) 3431-9503

R$30 (inteira) - R$15 (meia)

de 22 de outubro a 15 de novembro, sempre às 20h


O espetáculo “Pá de Cal (Ray-lux)”, com dramaturgia inédita do premiado autor Jô Bilac, direção de Paulo Verlings e os atores Carolina Pismel, Isaac Bernat, Orlando Caldeira, Pedro Henrique França e Kênia Bárbara no elenco, faz temporada no Centro Cultural Banco do Brasil Belo Horizonte - CCBBBH - de 22 de outubro a 15 de novembro de 2021, sempre de sexta a segunda, às 20h. A trama gira em torno da morte do membro mais jovem de uma família e de como serão terceirizadas as responsabilidades nas decisões seguintes ao trágico acontecimento. O projeto tem patrocínio do Banco do Brasil através da Lei de Incentivo Federal.

“Pá de Cal (Ray-lux)” é o novo espetáculo da Cia Teatro Independente, que em 2021 completa 15 anos de existência. A montagem faria temporada no CCBB BH em fevereiro e março de 2021 e foi adiada devido a pandemia. O espetáculo narra uma relação “familiar” por uma perspectiva diferente. “Através das representatividades discutimos o quanto nós hoje, na contemporaneidade, terceirizamos nossas relações –, comenta o diretor Paulo Verlings, também responsável pelo argumento e idealização da peça. “Atravessamos questões como culpa, ausência de diálogo e afeto, a partir de um acontecimento trágico”, completa.

A expressão “Pá de Cal” quer dizer que fará uma última referência a um assunto não prazeroso. Já “Ray-lux” se refere ao nome de uma urna funerária tão cara, que custa o preço de um automóvel.

A trama de “Pá de Cal (Ray-lux)” parte do suicídio de um personagem central, ou seja, ele está ausente. O mesmo acontece com suas irmãs que mandam representantes para a reunião “familiar” na qual irá se definir o destino do pai dessa família e também o destino da mãe do morto (uma antiga empregada), que também manda seu representante. O morto também é representado por uma pessoa com quem conviveu em terras estrangeiras. Além de uma morte traumática, a peça lida com a terceirização de responsabilidades e de como essas representatividades interferem na boa condução das questões. Toda a ação se desenrola na casa onde mora o patriarca, local que é foco de uma disputa pela posse, revelando interesses divergentes entre as partes. Conflitos inesperados emergem a partir desse encontro. Com o passar do tempo, as relações entre pai e seus filhos – representados – se revelam aos espectadores cada vez mais límpidas e latentes.

Por conta da temática representatividades, Jô Bilac desenvolveu uma cena na qual os personagens realizam uma Constelação Familiar. “A ideia surgiu intuitivamente, ouvia falar, minha mãe havia feito “Constelação familiar” e a forma que descrevia a situação se co-relacionava diretamente com o que eu estava pesquisando dentro do espetáculo: o desdobramento da ideia/palavra/sentido da “representatividade”. Ali, na Constelação familiar, é uma experiência singular, não é teatro, mas existe lugares de representação, contracenação, atmosfera, tem um “gira” que acontece ali que é muito próxima da “gira” que o teatro evoca”, comenta Jô Bilac.

Com “Pá de Cal (Ray-lux)” o Teatro Independente se debruça sobre um tema delicado, mas emergencial e a favor da vida. O Brasil está na contra mão da tendência mundial em relação aos índices de suicídios. Dados da OMS mostram que, por aqui, as taxas de suicídio foram 7% maiores em 2016, último ano da pesquisa, do que em 2010. Já o índice global teve queda de 9,8%.

Quanto à linguagem interpretativa, o encenador Paulo Verlings, juntamente com seus atores, se concentram em explorar performances naturalistas, porém não realistas, com fisicalidade intensa, para que desloquem o espectador, através de uma relação estética cotidiana de ação, para o universo dos vínculos catárticos em que se baseiam as relações familiares ali abordadas.

Para a escalação do elenco a Cia pensou em arquétipos bem distintos para formar um elenco brasileiro, com muitas diversidades, personagens reais, pessoas críveis. “Colocamos em cena o retrato real da miscigenação do Brasil”, comenta Verlings.

Ao comentar a direção, Verlings diz que “cada processo é único. Os espetáculos tomam seus espaços naturalmente na minha mente e o processo criativo se dá de forma muito natural e intensa. Em “Alguém acaba de morrer lá fora”, também do Jô Bilac, minha primeira direção, já era uma dramaturgia que me interessava explorar esteticamente. Já “ELA”, com dramaturgia de Marcia Zanelatto, é um argumento idealizado por mim, por conta do meu interesse sobre a síndrome de mesmo nome. Em “Pá de Cal”, eu também idealizei o argumento e o Jô Bilac comprou a ideia, transcendeu e construiu uma dramaturgia potente, ágil e intrigante.”

Jô Bilac conta que logo após a experiência de viver/criar com a Cia Marginal “Hoje não saio daqui”, dentro da Maré, peça itinerante, céu aberto… aconteceu um atravessamento sem volta. “A Cia Teatro Independente tem isso de DNA. Cada um trabalha em seus rolês à parte e depois de anos a gente volta para a sala de criação com as vivências que tivemos nesse hiato. Seja na televisão, cinema, teatro, o sentido de estarmos juntos é a simbiose dessas vivências, independente e coletiva. Voltar hoje para um teatro com palco italiano, com a minha Cia e com a ideia de trazer convidados, nasce justamente da necessidade de diálogo com diferentes encontros. E “Pá de Cal” fala essencialmente disso: a natureza do diálogo dos encontros. As tramas são como um fio de um painel, esse painel é o espetáculo, com áspero/ sensível/vivo, esse painel não é o espelho da sociedade, ele quebra justamente esse espelho, o que nos permite permear caminhos poéticos e carnais. O humor e a tragédia são traços que identificam a gente não só como grupo, revela uma identidade que reflete os paradoxos do nosso país, da nossa sociedade, da vida – conclui Jô Bilac.

Sinopse

Através das representatividades, a Cia Teatro Independente discute o quanto nós, hoje, na contemporaneidade, terceirizamos nossas relações.

Serviço:

“Pá de Cal (Ray-lux)”

Não recomendado para menores de 14 anos. Duração: 70 minutos

Datas e horários: 22 de outubro a 15 de novembro de 2021, sexta a segunda, às 20h

Local: Presencial - Teatro I – CCBB BH - Praça da Liberdade, 450 - Funcionários – Belo Horizonte (MG)

Ingressos: À venda no site do CCBB: bb.com.br/cultura

R$ 30,00 (inteira) - R$ 15,00 (clientes Banco do Brasil que pagarem com Ourocard e meia-entrada para estudantes e professores, crianças com até 12 anos, maiores de 60 anos, pessoas com deficiência e suas acompanhantes e casos previstos em Lei).

Mais informações: (31) 3431-9400 I (31) 3431-9503

Ouvidoria BB: 0800 729 5678

Deficiente auditivo ou de fala: 0800 729 0088

Obs: O CCBB BH não tem estacionamento.

Foto: Paula Kossatz


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