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BASTIDORES E HISTÓRIAS DO FILME “A PORTA DO CÉU”, DE VITTORIO DE SICA, SERÃO DISCUTIDOS NO QUARTAS ITALIANAS DA CASA FIAT DE CULTURA

Praça da Liberdade, 10 – Funcionários – BH/MG

Casa Fiat de Cultura

Entrada gratuita

das 19h30 às 21h


Um dos diretores mais importantes do cinema italiano, Vittorio de Sica (1901-1974) é considerado o precursor do neorrealismo no país. Dono de uma carreira premiada, ele dirigiu um filme praticamente impossível de se ver na atualidade: “A Porta do Céu”. Lançado em 1945, o longa não possui cópias em VHS ou DVD. O filme e seus bastidores serão discutidos pelo professor, historiador, crítico e escritor Luiz Nazario, na palestra “A Porta do Céu – O filme invisível de Vittorio de Sica”. O bate-papo será realizado pela Casa Fiat de Cultura, no dia 13 de novembro, das 19h30 às 21h, na última edição do ano projeto Quartas Italianas. A entrada é gratuita, com espaço sujeito à lotação (200 lugares). Os ingressos devem ser retirados no Sympla ou na bilheteria da Casa Fiat de Cultura, até meia hora antes do início do evento.

A Porta do Céu – ou La Porta del Cielo – fala sobre uma longa viagem de trem de um grupo de peregrinos ao Santuário de Loreto, onde esperam receber um milagre que não acontecerá. O filme foi produzido pelo Centro Católico Cinematográfico de Roma e teria servido de “exílio interior” para De Sica e como uma espécie de refúgio para centenas de judeus. O cineasta empregou, como figurantes, centenas de pessoas ameaçadas pelo nazismo e, para evitar a captura e envio para os campos de extermínio, prolongou ao máximo as filmagens, que aconteceram na Basílica Papal de São Paulo Extramuros, em Roma.

Luiz Nazario explica que, na época do fascismo, muitos artistas conseguiam trabalhos que o dispensavam de fazer propaganda para o regime, tornando-se exilados dentro da própria Itália. “Dessa forma, conseguiam colaborar com a resistência sem precisarem sair do país”, pontua. Para entender até que ponto a história do De Sica é verdadeira, ele vai revelar curiosidades e singularidades sobre a produção.

Atualmente, só existe uma cópia de “A Porta do Céu”, que fica guardada em Roma, o que dificulta a sua reprodução. Mas, para que o público conheça um pouco mais sobre a obra de Vittorio de Sica, o palestrante irá exibir trechos de outros filmes do diretor. “A Igreja Católica, que encomendou ‘A Porta do Céu’, não gostou do resultado, tirando-o rapidamente de circulação”, detalha. Hoje o filme é raríssimo, mas é possível conferir o estilo do cineasta em outras importantes produções, como Ladrões de Bicicleta (1948) e Milagre em Milão (1951).

A palestra “A Porta do Céu – O filme invisível de Vittorio de Sica” é uma realização da Casa Fiat de Cultura, da Fundação Torino, do Consulado da Itália em Belo Horizonte e do Ministério da Cidadania, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, com o patrocínio de Fiat Chrysler Automóveis (FCA), Fiat Chrysler Finanças e Banco Safra. A palestra conta com apoio institucional do Circuito Liberdade, do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico (Iepha), do Governo de Minas e do Governo Federal.

Luiz Nazario

Professor Titular da Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais, Luiz Nazario é historiador, crítico e escritor, com décadas de exercício de crítica cinematográfica na imprensa. É formado em História pela USP (1979), com Mestrado (1989) e Doutorado (1994) em História Social pela mesma universidade, sob a orientação da grande historiadora Anita Novinsky. Pioneiro no Brasil na área de Cinema e História, com a tese: “Imaginários da destruição: o papel da imagem na preparação do Holocausto” (1994), defendida na USP após dois anos de pesquisas nos arquivos de filmes da Alemanha. É autor de diversos livros, entre eles: “Da natureza dos monstros” (1988), “As sombras móveis” (1999), “Autos-de-fé como espetáculos de massa” (2005), “Todos os corpos de Pasolini” (2007) e “O cinema errante” (2013).

Casa Fiat de Cultura

A Casa Fiat de Cultura tem um importante papel na transformação do cenário cultural brasileiro, ao realizar exposições de prestígio e relevância cultural. A programação incentiva o público a interagir com diversos movimentos artísticos e linguagens, desde a arte clássica até a digital e contemporânea. Mais de 50 mostras já foram expostas na instituições, que já recebeu nomes como Caravaggio, Rodin, Chagall, Tarsila e Portinari.

Já são 13 anos de programação diversificada, com música, palestras, residência artística e o Ateliê Aberto – espaço de experimentação artística – e de programas de visitas com abordagem voltada para a valorização do patrimônio cultural e artístico.

A Casa Fiat de Cultura é situada no histórico edifício do Palácio dos Despachos e apresenta, em caráter permanente, o painel de Portinari, Civilização Mineira, de 1959. O espaço integra um dos mais expressivos corredores culturais do país, o Circuito Liberdade, em Belo Horizonte. Mais de 2,5 milhões de pessoas já visitaram suas exposições e 400 mil participaram de suas atividades educativas.

Foto:Divulgação


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