Eventos

NMC 20 anos: Catulli Carmina | Direção geral: Ernani Maletta

Rua Rio de Janeiro, 1046 - Centro

Grande Teatro do Sesc Palladium

(31) 3270 – 8100

R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada)

14 a 16 de dezembro (sexta e sábado às 21h, domingo às 18h)


O Grande Teatro do Sesc Palladium recebe de 14 a 16 de dezembro (sexta a domingo) estreia da montagem de "Catulli Carmina" (Canções de Catulo), segunda parte de trilogia composta pelo alemão Carl Orff há oito décadas. Os ingressos custam 20 reais (inteira) e 10 reais (meia), à venda na bilheteria do teatro e pelo site Ingresso Rápido.

Comemorando os 20 anos do Núcleo de Música Coral da UFMG, a obra será apresentada da forma com que foi composta originalmente, com um poderoso coro, dois solistas, quatro pianos e percussão. Ao todo estarão no palco 150 artistas, entre cantores, artistas e instrumentistas sob regência do maestro Arnon Sávio Reis de Oliveira, criando grande impacto ao unir as linguagens da Música e Teatro para abordar uma história que mescla o sagrado e o profano a partir de poesias latinas medievais.

Em julho deste ano o Núcleo recebeu homenagem de reconhecimento cultural no 4º Prêmio Copasa Sinparc pela apresentação de "Camina Burana" durante a Campanha de Popularização do Teatro e da Dança. O prêmio é também um reconhecimento pela qualidade do espetáculo alcançado com um grupo de estudantes e não artistas, com vínculos com a comunidade acadêmica e da cidade de Belo Horizonte.

Segundo Ernani Maletta, o sucesso das duas apresentações de Carmina Burana pelo NMC, em 2016 e 2017, com ingressos esgotados, impulsionou a montagem que dá continuidade à trilogia de Carl Orff, menos conhecida e executada, mas igualmente potente musical e cenicamente. E buscando demonstrar tal unidade ao público, a execução da atual montagem será iniciada com uma citação de trechos de Carmina Burana, uma das criações eruditas mais conhecidas do século XX.

Segundo o diretor, que tem importantes trabalhos ao lado de nomes como Gabriel Villela, Grupo Galpão e assinou a direção musical da elogiada adaptação teatral de O Grande Circo Místico, em 2014, o grande diferencial desta apresentação é manter sua concepção original de Cantata Cênica. "Para tanto, um grupo de atores, alunos do Curso de Graduação em Teatro da UFMG, ampliam a polifonia musical para uma polifonia cênica, por meio de um discurso elaborado por imagens e movimentos que apresentam um ponto de vista próprio sobre a história que está sendo cantada e contada e que, simultaneamente à música, criam um sentido para o espectador". Destaca-se também a postura não convencional dos cantores do Grande Coro, que realiza uma movimentação gestual que contribui igualmente para o sentido geral que se apresenta. O trabalho vai ao encontro da própria perspectiva de pesquisa, uma vez que o grupo é formado a partir de um Programa Acadêmico da UFMG.

A obra

A trilogia Trionfi foi encenada pela primeira vez em 1937 em Frankfurt, composta pelo Carl Orff a partir de poemas e textos dramáticos dos século XI e XII - em sua maioria picantes, irreverentes e satíricas, as peças foram escritas principalmente em latim medieval. A aclamação mundial que recebeu a partir daí mostra a permanência de seu efeito hipnótico. Tal composição rapidamente se tornou popular, sobretudo com o movimento de abertura e de encerramento, "O Fortuna", tendo sido utilizada em produções artísticas dos mais variados gêneros, tornando-se uma das peças clássicas mais ouvidas desde que foi gravada. Na temática que perpassa a obra não existe o bem sem o mal, o sacro sem o profano e nem fé sem maldições – uma oscilação na qual se encontra a grandeza da Humanidade.

Em sua segunda parte, Catulli Carmina, Orff se baseou em doze poemas de Catullus, poeta inovador e sofisticado que viveu na Roma de Júlio César, cujo talento descreveu com preciosismo a sociedade decadente da época. Em seus versos, considerados inigualáveis no que diz respeito à literatura da antiguidade, Catulo expressa com sinceridade e sensualidade sua paixão pela aristocrata Clodia, tratada sob o pseudônimo de Lésbia. No Prólogo da obra de Orff, o coro exalta os anseios sexuais, sob os diversos pontos de vista de jovens e velhos homens e mulheres. Nos três breves atos que se seguem, as cenas e declarações de amor se encerram com o cinismo e a desesperança do amante, ao constatar que Lésbia o traiu com outros homens.

Sobre o Núcleo de Música Coral UFMG

Criado em 1998, o NMC é um Programa de Extensão da UFMG que atualmente reúne dez coros adultos espalhados pelo campus e por outros espaços de Belo Horizonte. Em 20 anos de história, tem compartilhado a prática musical e seus benefícios com a sociedade. Os corais atuam de forma independente, com seus próprios repertórios, estética e demandas. Em 2016, o Núcleo encarou o desafio de pensar uma integração entre os grupos, culminando com a montagem do espetáculo Carmina Burana, o que ainda aproximou a comunidade acadêmica para o processo e instigou o Núcleo a montar Catulli Carmina. Funcionários e estudantes de diversos cursos da UFMG, além de Música, Teatro e daqueles que dão nome a alguns dos Corais – Engenharia, Letras e Medicina – fazem parte do elenco desta grandiosa montagem cênica, que totaliza um corpo de quase 200 integrantes, se incluirmos toda a equipe de produção.

Sobre Ernani Maletta

Diretor cênico e musical, ator, cantor e professor do Curso de Graduação em Teatro e da Pós-Graduação em Artes da EBA/UFMG. Doutor em Educação, sua pesquisa acadêmica focaliza a vocalidade e a musicalidade da polifonia cênica. É reconhecido pela intensa participação na criação de espetáculos de teatro em âmbito nacional e internacional, ao lado de nomes como Gabriel Villela, Paulo José, Márcio Abreu e do diretor italiano Federico Tiezzi. Atua ativamente na Itália desde 2011, tanto na criação quanto na formação artística, ao lado da renomada artista e pesquisadora italiana Francesca Della Monica. Conhecido pela preparação e direção musical de diversos espetáculos do Grupo Galpão desde 1994, também por sua atuação como cantor do grupo Nós&Voz, no canto-coral como maestro e diretor cênico do grupo Voz&Companhia. Foi o diretor musical da versão teatral de O Grande Circo Místico (2014), indicado por Edu Lobo, e é o primeiro brasileiro a assinar a dramaturgia musical de uma tragédia grega apresentada no Teatro Grego de Siracusa/Itália, onde Ésquilo se apresentou e, há mais de 100 anos, são produzidos festivais de tragédias e comédias antigas, que contaram com a participação de grandes artistas como Pier Paolo Pasolini, Irene Papas, Luca Ronconi, MikisTheodorakis, Vittorio Gasman, Jaques Lecoq, Marta Graham, entre outros.

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Sinopse

Com direção de Ernani Maletta, o Núcleo de Música Coral da UFMG comemora 20 anos de existência com a estreia de "Catulli Carmina" (Canções de Catulo), segunda parte da trilogia Trionfi composta por Carl Orff e que começa com Carmina Burana. Orff se baseou em doze poemas de Catullus, poeta inovador e sofisticado que viveu na Roma de Júlio César, cujo talento descreveu com preciosismo a sociedade decadente da época. Em seus versos, considerados inigualáveis no que diz respeito à literatura da antiguidade, Catulo expressa com sinceridade e sensualidade sua paixão pela aristocrata Clodia, tratada sob o pseudônimo de Lésbia. No Prólogo da obra de Orff, o coro exalta os anseios sexuais, sob os diversos pontos de vista de jovens e velhos homens e mulheres. Nos três breves atos que se seguem, as cenas e declarações de amor se encerram com o cinismo e a desesperança do amante, ao constatar que Lésbia o traiu com outros homens. A obra foi originalmente composta para um poderoso coro, dois solistas, quatro pianos e percussão, e será assim apresentada.

Foto: Renata Maia


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