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Trajetória Viva reforça a existência da comunidade T

Registros fotográficos e textos do coletivo mineiro Academia Transliterária ficarão expostos até dia 2 de fevereiro

No mês da visibilidade trans, o Yanã - bar, cultura e gastronomia, conhecido por ser um espaço acolhedor e voltado para o público LGBTQIA+ em Belo Horizonte, inaugura nesta quinta-feira, dia 16, a partir das 18h, a exposição Trajetória Viva, da Academia Transliterária. Com curadoria da artista Bárbara Macedo, a exposição fica em cartaz até o dia 2 de fevereiro. A entrada da população trans no bar tanto para a exposição quanto para os eventos neste mês é gratuita. 

Registros fotográficos das performances realizadas e textos de autoria coletiva ou individual compõem a exposição, que revisita os trabalhos desenvolvidos pelo coletivo em seus três anos de atuação. A curadora, que participou da Academia entre 2016 e 2018, conta que o processo curatorial envolve não apenas uma organização de pensamento em tudo que permeia o trabalho, mas também muito afeto. “Fazer a curadoria da Trajetória Viva vem como algo transformador e com marcos bastantes interessantes. Primeiro, por ser minha primeira curadoria; segundo, por ser realizada no mês da visibilidade trans; e terceiro, por surgir de um coletivo majoritariamente trans do qual eu fiz parte. Então, esse trabalho envolve muitos simbolismos e significados para mim”, comenta. 

Visibilidade Trans

Janeiro é tido como o mês da visibilidade trans e a exposição Trajetória Viva fala, especialmente, sobre visibilidade afetiva, feita por e para a comunidade T. É necessário saber que travestis, transexuais e transgêneros estão vivos, produzindo pensamento, cultura e arte. 

Segundo Bárbara, a importância da exposição está em justamente ser realizada no mês da visibilidade trans. “Eu acho que esse trabalho é uma maneira de quebrar o pensamento hegemônico de que não fazemos nada. A gente ocupa este lugar da arte e aquele velho argumento de que não tem gente para fazer cai por terra”, afirma. Para a curadora, o mês da visibilidade trans não é só para ficar na cartilha sobre a mesa de centro de saúde. É preciso chegar em outros espaços. “O centro de saúde é importante? Sim. Mas a arte é ainda mais e eu acredito nisso”, ressalta Bárbara.

O coletivo

A Academia Transliterária formada por 13 artistas vem atuando em Belo Horizonte com o propósito de difundir uma cultura ainda invisível e pouco representada, além de investigar a produção de arte da população de travestis, transexuais e transgêneros periféricos. Com trabalhos realizados em vários locais da cidade e em outros estados, o coletivo é um exemplo sobre como as identidades dissidentes à cis-heteronorma produzem pensamento, arte e cultura. Recentemente, o coletivo publicou sua primeira coletânea textual, em um movimento inédito na cidade de Belo Horizonte e também foi um dos realizadores do projeto Atenção!, contemplado no Fundo Municipal de Cultura, em 2019.

Foto:Pedro Vaz

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