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Readequada para o formato virtual, última edição do Sarau Libertário traz podcasts com entrevistas de artistas mineiros

Entre os seis convidados, estão o Grupo Galpão, o cantor e compositor Octavio Cardozzo e a escritora Bruna Kalil Othero; podcasts já estão publicado na web

No dia 21 de março de 2020, estava marcada a edição que encerraria uma temporada de 11 edições do Sarau Libertário, realizadas em aparelhos culturais da Região da Pampulha desde 2019. “O que virá nos anos 20?” era o tema amargamente propício do evento, que aconteceria na Casa Kubitscheck e teve que ser cancelado às pressas em função da Covid 19: afinal, naquela semana a pandemia ganhou novas proporções e Belo Horizonte decretou lock down. O Sarau Libertário foi suspenso por tempo indeterminado, até que os organizadores resolveram pedir a alguns convidados desta última edição que gravassem podcasts para falar sobre temas relacionados à criação artística em tempos de isolamento social.

Foram gravados, então, seis podcasts, que já estão disponíveis no canal do Sarau Libertário no Spotify. São eles: EP 01: “Grupo Galpão e perspectivas do teatro pós-pandemia”; EP 02: “Laura Cohen e o trabalho do escritor em isolamento social”; EP 03: “Octavio Cardozzo, a música e a explosão das lives”; EP 04: “Interioranas e o fazer artístico no contexto pandêmico”; EP 05: “Bruna Kalil Othero e os novos caminhos para a colaboração artística”; e EP 06: “Enversos, a geração Z na música e a adaptação ao isolamento social”. As entrevistas foram feitas por Bruna Kalil Othero, Octavio Cardozzo e Letícia Cagnoni.

Segundo Bruna Kalil Othero, que é uma das produtoras do Sarau Libertário, o processo de ressignificação da proposta foi desafiador – mas valeu a pena. “Tivemos que repensar toda a estrutura do Sarau. Tentamos fazer perguntas comuns, mas também algumas mais específicas. E buscamos trazer a conversa para a atualidade, para entender quais foram os desafios do isolamento, como foi produzir em 2020”, afirma. “Não é o ideal, não é o encontro, mas é o que podemos fazer hoje. E o resultado ficou bem legal. Acho que nós, artistas, temos que nos reinventar e saber jogar com as ferramentas disponíveis”.

Neste sentido, Lydia del Pichia conta que o Galpão tem buscado formas de entender como criar e se manter ativo neste novo momento, mesmo diante do baque representado pelas privações da pandemia. “Estávamos a 15 dias de uma estreia, um novo espetáculo totalmente baseado na relação do coletivo e do espaço cênico. Foi um grande susto, mas rapidamente, como todos, percebemos que para nos manter vivos artisticamente precisaríamos nos adaptar e descobrir maneiras de lidar com essa plataforma virtual”, explica. “É claro que não é, nem de longe, a mesma coisa. A presença é insubstituível. Mas estamos aprendendo muitíssimo”.

A artista revela que muitas criações do Galpão surgiram durante o período pandêmico, afinal “a fabriquinha de ideias não para e nem pode parar”. “Passamos por formatos diferentes, experimentando possibilidades. O filme documentário ‘Éramos em Bando’, o espetáculo ao virtual vivo ‘Histórias de Confinamento’ e, neste momento, estamos lançando a websérie ‘A gente pode tudo pelo menos por enquanto’”, lista. “Além de disponibilizar vídeos dos espetáculos do grupo, a série traz entrevistas com parceiros artísticos, casos de viagens contados pelos atores, leitura de poemas e oficinas online. Tudo disponibilizado de forma gratuita nas nossas redes”.

O Sarau Libertário é um projeto realizado gratuitamente com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte.

Sobre o Sarau Libertário

Desde abril de 2019, o Sarau Libertário tem realizado edições mensais em quatro diferentes aparelhos culturais da Região da Pampulha. Participaram da temporada nomes como Luiz Ruffato, Julia Branco, Teuda Bara, Helio Flanders, Kdu dos Anjos e Bia Nogueira, entre outros. Mesclando teatro, música, literatura e artes visuais, o evento surgiu em 2016, movido pelo desejo de criar um espaço novo e plural para artistas independentes de Belo Horizonte.

Até hoje, foram realizadas 11 edições, que contaram com a participação de 35 artistas. A lista tem ainda nomes da música, como Di Souza e Deh Mussulini; da literatura, como Lucia Castello Branco, Nívea Sabino e João Maria Kaisen; e do teatro, como as atrizes Lira Ribas e Mariana Arruda. “Começamos em 2016, com quatro ótimas edições. O tema do primeiro foi ‘Primeiras Palavras’ e o segundo ‘Cantar o Amor’. Já o terceiro foi ‘O Silêncio e o Grito’ e, o quarto, ‘Metamorfoses’”, relembra Kalil Othero.

“Em 2017, estreamos com um novo formato do Sarau, com o tema ‘Beagá em Cena’. No mês de junho, o tema foi ‘Gênero e Diversidade’ e, em setembro, ‘Poéticas da Mulher’. Para fechar, eu e o Octávio Cardozzo, que também produz o Sarau, montamos uma edição especial, chamada ‘Amor Amargo’”, completa. Em 2018, foi a vez de debater o tema "Passados & Futuros", com Ana Elisa Ribeiro, Sidarta Riani e o Bremmer Guimarães. “Também fizemos uma linda e potente edição sobre ‘Poéticas Negras’, com o professor Marcos Alexandre e a cantora Josi Lopes”, finaliza.

Foto:Elisa Mendes

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