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Juventude Bronzeada e Roda de Timbau lançam “Meu Love é Glitter” e reforçam potência autoral do Carnaval

Fruto da parceria entre os blocos, música já está disponível nas plataformas digitais e promete embalar a folia de rua de BH em 2019

Se engana quem pensa que o Carnaval não tem espaço para a música autoral. A prova mais recente de que grandes composições podem surgir da folia é a música ‘“Meu Love é Glitter”, fruto da parceria entre os blocos Juventude Bronzeada e Roda de Timbau. Composta por Pedro Thiago “Petê” (instrumentista e regente da Roda de Timbau) em parceria com a cantora Leopoldina Azevedo (Juventude Bronzeada), a faixa foi lançada na última terça-feira (22), nas plataformas digitais.

Escute a música no YouTube >> https://bit.ly/2FXFvkb

Criada durante o bloco Pega Que Sara, em 2018, “Meu Love é Glitter” joga luz sobre a potência composicional dos blocos, valorizando do trabalho autoral no Carnaval de rua de Belo Horizonte. “Muitas iniciativas já afirmaram nossa vocação para hits locais, mas o Carnaval ainda é massivamente cover”, reflete Petê. “A música fortalece a cena autoral na festa e expressa o nosso jeito de fazer Carnaval e de ver a cidade, a política e as relações”, completa.

Petê ressalta que a letra enfoca desdobramentos dos encontros que o Carnaval promove. “A música apresenta a narrativa poetizada de um dia de folião. Quando a letra diz ‘no túnel do metrô a gente desce de bando’, reflete a imagem do bloco passando pelo túnel que liga a Estação Central à Rua Sapucaí”, explica o regente, que conheceu Leopoldina na festa. “Já o refrão, ‘o meu amor está sorrindo purpurina’, vem de uma cena de um casal se beijando e depois comentando que as bocas estavam cheias de purpurina”, sublinha.

Produzido por Rodrigo “Boi” Magalhães, da Juventude Bronzeada, o single emanou um processo de colaboração musical, preservando peculiaridades dos dois blocos, como o ritmo “Delírio”, característico da Roda de Timbau. “A ideia de juntar os blocos partiu do Boi, cujo bloco que lançou um disco autoral em 2017, o ‘Tropical Lacrador’, com músicas de compositores locais”, relembra Petê, que assina a faixa “Sem Você Para Que Um Grande Amor?”, também em parceria com Leopoldina. “Acredito que valorizar o trabalho autoral no Carnaval desenvolve culturalmente a festa e nos torna ainda mais protagonistas desta construção”, finaliza.

Sobre os blocos

Criada em 2013, a Juventude Bronzeada é homônima ao trio musical formado pelos músicos Thales Silva, Rodrigo “Boi” Magalhães e Fernando “Feijão” Monteiro, cuja fundação, também em 2013, antecede o surgimento do bloco de rua. Ambas as formações foram criadas com o intuito de celebrar a história da música baiana, sobretudo o período compreendido entre as décadas de 80 e 90, quando grupos como Banda Eva, Bamdamel, Olodum e Timbalada se consagraram como eternos sucessos do axé.

Em 2017, a Juventude lançou o álbum “Tropical Lacrador”, que traz oito faixas compostas por músicos de Belo Horizonte e executadas no desfile do bloco no mesmo ano. As composições foram selecionadas e arranjadas de forma coletiva, por um grupo que mesclava músicos profissionais e pessoas musicalizadas a partir dos ensaios abertos promovidos pelo bloco.

A Roda de Timbau foi formada em 2014, apostando na potência da percussão brasileira e buscando a mistura de ritmos brasileiros e de outras latinidades. O bloco tem como marca a bateria envolvente, que expressa uma atitude rock’n’roll, com fusões explosivas entre o axé e um repertório dançante nacional. A lista, que inclui artistas como Ivete Sangalo, Magary Lord e Saulo Fernandes, também flerta com carimbós, lambadas e o ritmo predominante da América Latina, o reggaeton.

Foto: Miguel Aun

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