Notícias

Espetáculo “Trunfo”, do Grupo Circense projeto Vertígem (Belém - PA), se apresenta na sede do C.A.S.A - Centro de Arte Suspense Armatrux

Contemplado pelo Prêmio FUNARTE CAREQUINHA DE ESTÍMULO AO CIRCO 2015, o espetáculo “TRUNFO”, do Projeto VERTIGEM, realiza a primeira circulação nacional, durante o mês de fevereiro, promovendo intercâmbio e vivência com outros grupos, além das apresentações, seguidas de bate-papo com o público, em Goiânia/GO, Nova Lima/MG, Salvador/BA e Campinas/SP. A circulação é inteiramente gratuita e o grupo ainda chegará à Chapada Diamantina, no Vale do Capão/BA, onde participa do Festival Internacional Diamantino de Circo. Em Nova Lima (MG), o Grupo se apresenta na sede do C.A.S.A (Centro de Arte Suspensa e Armatrux) - Rua Himalaia, 69 - Vale do Sol -, nos dias 7 e 8 de fevereiro (terça e quarta-feira), às 20h. O espetáculo será seguido de bate-papo. Entrada Gratuita. Classificação: Livre. Gênero: Circo-Teatro. Duração: 40 minutos. 

Em seu terceiro espetáculo, através das técnicas circenses de acrobacias aéreas, de solo e malabares, mescladas ao teatro, dança, música e artes visuais, o grupo Projeto Vertigem, de Belém do Pará, conduz seu respeitável público pelo picadeiro, com um velho companheiro de viajem, o Tarô. Concebido entre fevereiro e setembro de 2015, em Belém, o espetáculo já passou por vários espaços da cidade, mas será a primeira vez que segue para outros estados brasileiros.

Ambivalente, a encenação conduz a plateia a outro lugar, outro tempo, outro ser. É uma experiência para se deixar levar e arriscar-se na plenitude do vazio, particular e sem coincidência ou acaso. Os universos mágicos do circo e do jogo milenar das cartas de Tarô são acessados por Marina Trindade, Katherine Valente e Luan Weyl, que contam com a ajuda do público, convidado a tirar a grande sorte no baralho. 

A cada nova seqüência de cartas tiradas por alguém escolhido na plateia, novas combinações de cenas vão surgindo. É um desafio aos atores e equipe técnica, pois a cada nova edição de movimentos, nova luz, outra trilha e sonoplastia são necessárias para corresponderem à encenação. Um jogo de sorte e destino. 

As 13 cartas, utilizadas para as cenas, foram recriadas por Victória Rapsodia, responsável pela visualidade do grupo. Ganharam um tamanho ampliado e foram chamadas de Trunfo. Para conhecer melhor o jogo, foram realizados cafés-tarôs, reunindo várias pessoas convidadas que contribuíram neste processo, o que se tornou um exercício constante de se ouvir e trocar.

“Abrimos um jogo de Tarô em cena e isso é sério! Fizemos estudos, porque buscamos esses arquétipos para mostrar de forma lúdica em cena, as mensagens e visões de mundo que o Tarô pode nos dar, mas não há compromisso com interpretações. Não somos tarólogos, o que fazemos é deixar as coisas no ar, os símbolos são mostrados”, diz Marina Trindade, fundadora do grupo.

É o público que, instigado, se encarrega de compreender o jogo que é posto a cada apresentação. E quem tira uma carta (ou trunfo), acaba criando uma relação direta com a cena do espetáculo. 

O jogo teatral e o hibridismo na cena do circo

“Trunfo” experimenta linguagens, entre elas a do teatro dentro do formato circense. Paulo Ricardo Nascimento, fundador do grupo In Bust Teatro com Bonecos, dirige o grupo desde 2012, quando estreou o primeiro espetáculo "Te vira! Tu não és de circo?", também contemplado com o Prêmio Funarte/Petrobrás Carequinha de Estímulo ao Circo 2011 e depois em 2013, o espetáculo “mARESia”, contemplado com bolsa do Instituto de Artes do Pará. 

A experiência dele ao longo de três décadas com teatro de formas animadas e como ator trouxe ao Trunfo contribuições importantes para a construção de sua linguagem. “Eu trago o teatro para dentro da cena. Trabalhamos os movimentos e propostas nos números circenses, para ressignificá-los, dentro de alguma coisa que a gente quer dizer, como dramaturgia”, ressalta Paulo Ricardo Nascimento, diretor do grupo. 

Além do jogo teatral, a experiência diversa que cada um dos atores traz para o grupo torna o híbrido, uma particularidade da montagem. “Cada um de nós tem experiências bem diferentes. Eu trago minha vivência da dança, desde criança, e do circo, desde 2009. Luan traz experiência riquíssima da arte de rua e das artes marciais e a Kathe, que é formada no curso técnico em ator e que trabalha bastante com teatro de rua, há três anos encontrou uma paixão pelo circo e mergulhou de cabeça. Todas essas vivências se encontram nessa arte de desafiar o corpo”, diz Marina Trindade.

O ator Luan Medeiros Weyl vem, há quatro anos, experimentando diversas linguagens artísticas. Para ele, Trunfo é uma oportunidade para colocar em prática tudo que já experimentou tendo o corpo e encenação em foco.“Essa circulação é como a realização de um sonho para mim, que venho trabalhando teatro, circo e corpo de forma geral, sem me especializar em uma área. E neste sentido, Trunfo é perfeito. Cada carta tirada no jogo se manifesta de forma diferente (acrobacia de solo, tecido aéreo, trapézio, malabarismo, palhaçada...)”, continua o ator que também estuda o jogo de tarô há mais de 10 anos. “Cada vez levo-o mais a sério. Para mim, fazer o Trunfo é como jogar Tarô para as pessoas, de uma forma mais lúdica”, resume.

Katherine Valente integra o grupo desde as apresentações do espetáculo em 2015. Para ela o jogo teatral em Trunfo encontrou um terreno mais concreto dentro da proposta circense da encenação.“Nesta nova fase, estamos com entrosamento. A linguagem do circo somada com o jogo do teatro é perfeita. Aliás, são duas artes que nunca deveriam ter sido dissociadas. As duas artes juntas e interligadas acrescentam uma a outra, ressignificando o que se quer pra cena”, reflete a atriz.

Em busca de aprendizado e troca de experiências

O Vertigem é um grupo de Belém do Pará, formado por pessoas jovens e até mesmo iniciando uma carreira artística, amadurecendo sua poética e que encontra nesta circulação, a oportunidade de apresentar seu espetáculo e se fazer visto, assim como será um processo formativo e de aperfeiçoamento.

“Além da experiência nas apresentações, do encontro com o público, as maiores de nossas expectativas são as trocas que faremos, pois escrevemos o projeto pensando muito nisso, em conhecer grupos circenses, artistas, lugares. Apesar da viagem, que no final das contas será corrida, várias pequenas coisas nos darão boa oportunidade nesse sentido, como participar do festival diamantino de circo. É um alimento pra nós enquanto artistas e também uma relação de afeto pelo fazer, nesses espaços e dessas pessoas que iremos visitar”, diz Marina.

Paulo Ricardo enfatiza que essa circulação é também resultado de amadurecimento de grupo. “O intercâmbio mais do que uma vontade é necessidade, porque se quer dizer alguma coisa, mas talvez seja necessário trocar com quem esteja fazendo parecido, conversar com pessoas que estejam nessa mesma linha, realizando e ao mesmo tempo investigando o que se faz”, comenta o diretor do grupo.

Fruto de uma construção criativa, Trunfo foi montado, dentro de um processo rico e plural, envolvendo outros artistas, intervindo e resultando em um trabalho singular, tendo múltiplas mensagens e marcas. Para Tainah Fagundes, produtora do grupo, são essas assinaturas que enriquecessem o espetáculo, que é vivo e transborda colaboração. 

“A circulação e a troca de experiências vêm somar com toda a trajetória do Trunfo. E ainda vamos passar por mais um lugar incrível e uma oportunidade mágica que é a turma participar de um Festival no Capão”, finaliza a produtora.

Foto: Débora Flor

Selecionamos os melhores fornecedores de BH e região metropolitana para você realizar o seu evento.