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Exposição inédita apresenta pinturas, gravuras e esculturas de Burle Marx no Museu de Congonhas

As obras poderão ser vistas até março e apresentam a faceta pouco conhecida de artista plástico do paisagista

O Museu de Congonhas (Alameda Cidade de Matosinhos de Portugal, 77, Basílica – Congonhas/MG) recebe até março de 2018 a exposição “Burle Marx – Entre as cúpulas brancas dos Passos”. A mostra inédita poderá ser vista de terça a domingo, das 9 às 17 horas. Os ingressos custam a R$ 10 (inteira). Na quarta, das 13 às 21 horas, a entrada é gratuita. Mais informações, e agendamento de visita guiada para grupos, pelo telefone (31) 3732-2526.

A exposição “Burle Marx – Entre as cúpulas brancas dos Passos”, realização conjunta do Centro Cultural Sítio Roberto Burle Marx do IPHAN, em parceria com o Museu de Congonhas, traz uma inédita leitura curatorial da obra do artista, em diálogo com o espaço externo, onde está localizado um de seus mais belos jardins em Minas Gerais.

Estão expostas no Museu de Congonhas, gravuras, pinturas e esculturas realizadas pelo artista plástico e pertencentes ao Sítio Burle Marx, instigando o espectador a compreender o pensamento deixado pelo paisagista nos Jardins do Santuário de Bom Jesus de Matosinhos. A intenção é a de revelar como Burle Marx, a partir de aspectos figurativos presentes no início da trajetória visual, foi desconstruindo a forma, até criar um pensamento estético capaz de o inspirar em seus projetos paisagísticos.

A exposição “Burle Marx: Entre as cúpulas brancas dos Passos” inaugura a parceria entre o Sítio Burle Marx e o Museu de Congonhas. Ao longo de 2017, as duas instituições desenvolveram uma série de interlocuções com vários desdobramentos importantes. Entre eles, um diagnóstico da situação atual dos Jardins do Santuário de Bom Jesus de Matosinhos, a partir do projeto original. A proposta é que se possa consolidar uma série de ações de revitalização e recuperação deste importante patrimônio do povo brasileiro.

Burle Marx e os Jardins do Santuário de Bom Jesus de Matosinhos

Pouca gente sabe, mas foi Roberto Burle Marx (1909-1994), um dos mais influentes paisagistas do século 20, o responsável por criar, em 1973, os Jardins do Santuário de Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas. O espaço, ao ar livre, “Patrimônio Cultural Mundial”, a partir desta intervenção, ganhou notoriedade permitindo que o visitante pudesse visualizar, sem barreiras e ao fundo, o patrimônio histórico edificado, criando um espaço único de convívio e contemplação.

O pensamento estético do artista tem sido alvo de variadas reflexões. “O jardim de Burle Marx não se subordina à natureza, à arquitetura, ao lugar, à tradição, mas sua identidade existe em equilíbrio com eles; utilizando os alia e transforma. Parece, portanto, apropriado entender a sua obra como uma "tatuagem" uma operação delicada que leva em consideração as características do lugar e é ao mesmo tempo contundente; com um grafismo, se define uma paisagem diferente daquela na qual este é inserido”, afirma a paisagista Ana Rosa de Oliveira, no texto “A construção formal do jardim em Roberto Burle Marx”.

A proposta de reformulação e embelezamento dos Jardins do Santuário de Bom Jesus de Matosinhos, remonta à presença dos Padres Redentoristas em Congonhas, em meados do século passado, então responsáveis pela gestão do local. Hoje o Santuário é administrado pela Arquidiocese de Mariana. Antes da intervenção de Burle Marx, o lugar possuía um visual carregado dificultando a apreciação do sítio histórico.

No projeto de reformulação, o paisagista utilizou plantas brasileiras da região, como o Cipó de São João, a grama batatais, os ipês amarelos, as palmeiras e o alecrim de Campinas. O projeto do jardim, em formato de linhas sinuosas e modernas, passou a sinalizar o caminho da Cruz, compondo um espaço único de convívio e contemplação em diálogo com a paisagem do entorno.

Foto: Eliane Gouvea

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