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Espanca! comemora 10 anos com uma série de ações ao longo de 2014

As comemorações de 10 anos do Espanca! tiveram início em janeiro, com a participação no “6º K-iau em Cena” - Festival Nacional de Teatro de Araçuaí/MG. O grupo se apresentou no dia 27 de janeiro, com o espetáculo “Por Elise”.

 

Dando sequência às atividades, entre os dias 13 e 16 de fevereiro, o grupo estará em cartaz em Belo Horizonte com o espetáculo “O Líquido Tátil”, no Centro Cultural Banco do Brasil - CCCB BH.  A temporada integra a programação do projeto Verão Arte Contemporânea 2014 – VAC.

 

Em Março, entre os dias 20 e 30, será a vez de Belo Horizonte receber o “ACTO 3: encontro de teatro”, que novamente reunirá na cidade as três companhias teatrais de regiões brasileiras distintas: ESPANCA!, de Belo Horizonte, CIA BRASILEIRA DE TEATRO, de Curitiba e GRUPO XIX DE TEATRO, de São Paulo. Essa edição tem como inovação convidar uma quarta companhia de teatro, agregando outro estado: GRUPO MAGILUTH, de Recife, Pernambuco. Juntas, essas companhias irão realizar atividades formativas voltadas para o público, com apresentação de peças de seus repertórios, trabalhos em processo, leituras dramáticas e seminário expositivo sobre seus trabalhos com mediação da professora, pesquisadora, diretora e dramaturga Eleonora Fabião.

 

Em Abril, o grupo Espanca! apresenta o espetáculo “Amores Sordos”, a versão em espanhol de “Amores Surdos”, na Colômbia, durante o Festival Iberoamericano de Teatro de Bogotá. 

 

Além disso, o Teatro Espanca! mantém uma extensa programação durante todo o ano.  Entre as ações, estão programadas atividades dos projetos “Janela de Dramaturgia”, “Paisagens Poéticas”, exposições e temporadas de espetáculos. Durante os dias 14, 15 e 16 de fevereiro, Cia do Chá (BH) fará a pré-estreia do espetáculo “S/ TÍTULO, óleo sobre tela”. A montagem surgiu a partir de um texto inédito escrito pela atriz e dramaturga Sara Pinheiro (co-realizadora do Janela de Dramaturgia), e dirigido por Gustavo Bones (Espanca!) e Mariana Maioline (Coletivo Paisagens poéticas). De 17 a 23, o Teatro recebe temporada de “Fábrica de Nuvens”, montagem com direção e dramaturgia de Daniel Toledo (BH). O espetáculo propõe uma reflexão sobre a sociedade contemporânea e as relações de trabalho.

 

Abrindo a programação do mês de março (01/03), durante o carnaval, o teatro recebe o Bloco da Praia da Estação. Nos dias 14, 15 e 16/03 haverá temporada do espetáculo “A Noite devora seus filhos”, com o coletivo “Paisagens Poéticas”. A Montagem é uma adaptação do texto escrito, em 1999, pelo diretor e dramaturgo argentino Daniel Veronese. O trabalho é um desdobramento do experimento criado inicialmente para o Festival de Cenas Curtas e tem concepção de Alexandre de Sena, Mariana Maioline, Gustavo Bones, Gláucia Vandeveld e Renata Cabral.

 

Sobre o Espanca!

Sediado em Belo Horizonte, o Espanca! foi fundado em 2004 e, desde então, vem concebendo projetos e trabalhos ancorados na busca por uma arte contemporânea que reavalie ética e conceitualmente sua linguagem. Com os espetáculos “Por Elise”, “Amores Surdos”, “Congresso Internacional do Medo” e “Marcha Para Zenturo”, “O Líquido Tátil” e a cena curta “Onde está o Amarildo?”, o grupo criou, em parceria com artistas de linguagens distintas, um repertório de trabalhos originais com peças escritas por Grace Passo, Daniel Veronese, Marcelo Castro e Gustavo Bones. Dentre os prêmios e indicações já recebidas pelo grupo, estão o Prêmio Shell SP, SESC SATED MG, SINPARC MG, Qualidade Brasil e APCA. Desde 2010, o grupo mantém um teatro no hipercentro da capital mineira, um espaço aberto a apresentações de espetáculos e eventos de arte contemporânea, atraindo uma programação rica e acessível a todos os públicos.

 

Um pouco mais dos espetáculos e projetos Grupo e Teatro Espanca!

 

Espetáculo “O Líquido Tátil” - Construído em parceria com o diretor e dramaturgo Daniel Veronese, o trabalho é resultado de um intenso processo de intercâmbio do grupo com o argentino. O trabalho com o diretor teve início em dezembro de 2011, em Belo Horizonte, com a realização do Encontro Tátil – um mergulho na obra de Daniel Veronese, reunindo leituras e debates diversos a partir da obra do argentino. A partir deste primeiro contato, integrantes do grupo e o diretor iniciaram uma troca de referências e também de linguagens teatrais, que culminou com a ida dos integrantes até Buenos Aires para um processo de imersão criativa com o diretor.

 

O Líquido Tátil, escrito por Veronese  em 1997, é uma releitura de “A gaivota”, de Tchékhov. Esta foi a primeira citação do autor russo nos trabalhos de Veronese. A sugestão para a montagem deste texto partiu do próprio diretor. A trama gira em torno de uma família e seus diálogos sobre as artes, o ato teatral e os desejos violentos que perseguem o homem. 

 

ACTO 3: Encontro de Teatro

 

O ACTO 3 irá promover uma mostra de projetos em processo, com leituras dramáticas, apresentação de cenas e discussões abertas, com a participação de quatro companhias teatrais de regiões diferentes do país: Espanca! (MG), Grupo XIX de Teatro (SP), Companhia Brasileira (PR) e Grupo Magiluth (PE). A mediação desse Encontro será realizada por Eleonora Fabião, diretora de teatro, performer e teórica da performance; professora Adjunta e Coordenadora do Curso de Direção Teatral da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde leciona desde 1997. Fabião lecionou recentemente no Performance Studies Department/New York University, no Institute of Theater Studies/Freie Universität Berlin e também no Acting Program/Norwegian Theater Academy.

 

O encontro também conta com apresentações de espetáculos inéditos em Belo Horizonte, nos quais cada companhia fará duas apresentações de uma peça que integra seu repertório: “Isso te Interesa?”, da Cia Brasileira;  “Nada Aconteceu, Tudo Acontece, Tudo Esta Acontecendo”, do Grupo XIX de Teatro; “Viuva porém Honesta”, do Grupo Magiluth, além de  “Marcha para Zenturo”, montagem do Espanca! em parceria com o Grupo XIX(única montagem não inédita em BH).

 

Espetáculo “Amores Surdos” - Uma família composta por um pai ausente, uma mãe zelosa e seus filhos. Mesmo quando acordados, eles não se ouvem, não se enxergam, não se percebem: reflexo de um cotidiano alienado pela rotina. Mais que a dificuldade de relação entre pessoas de uma mesma família, “Amores Surdos” fala da capacidade do homem de estar dormindo mesmo quando acordado e constrói uma metáfora da passagem para a vida adulta e a perda da inocência. 

 

Cia do Chá – A nova criação da Cia. do Chá de Teatro, “S/Título, óleo sobre tela”, conta a história de quatro representantes políticos, que devem se reunir para a decisão sobre o impasse do quadro oficial da independência. Há rumores de que o quadro, que ocupa há mais de um século o Palácio do Governo, é falso. O que fazer com o quadro? A partir desse mote, desdobram-se questões sobre veracidade histórica, o documental em contraponto à memória, e relações de poder entre grupos sociais e indivíduos. “S/ TÍTULO, óleo sobre tela” discute, principalmente, o tema da representatividade: cultural, artística, social e política. O texto inédito foi escrito pela atriz e dramaturga Sara Pinheiro (co-realizadora do Janela de Dramaturgia), e dirigido por Gustavo Bones (integrante do grupo Espanca!) e Mariana Maioline (Coletivo Paisagens poéticas).

 

Espetáculo “Fábrica de Nuvens” - Nesta crônica sobre as faltas e os excessos dos dias, apresenta-se a rotina de quatro funcionários de uma bem-intencionada ONG internacional chamada Fábrica de Nuvens. Em meio a condições, nem sempre favoráveis, eles realizam conferências que visam o recrutamento de voluntários para a principal ação do projeto: o envio de grandes embarcações tripuladas para os dois pólos do planeta. Um inesperado acontecimento, contudo, acaba mudando os rumos da palestra, fazendo com que os personagens revelem singularidades, desejos e relações com o próprio trabalho. A partir de então, eles rompem a barreira funcional que inicialmente os separava do público e acabam atribuindo novos sentidos ao encontro com a plateia e à própria ideia de partir em direção aos pólos. No que se refere ao campo temático, o espetáculo oferece uma perspectiva crítica e bem-humorada acerca das hipocrisias que rondam a vigente preocupação “global” sobre a idéia de sustentabilidade, além de chamar atenção para o estado presente da existência humana, muitas vezes desprovida de sentido e aprisionada em relações meramente funcionais.

 

No que toca a estética do espetáculo, destaca-se o profundo diálogo estabelecido com o campo das artes visuais, a partir de uma proposta cenográfica e dramatúrgica que incorpora três videoinstalações realizadas pelo mineiro Leandro Aragão – “Ambulante”, “On Air” e “TV Greenhouse” (inédita). Criados a partir de técnicas de gambiologia, esses trabalhos contaminam toda a concepção cenográfica do espetáculo, baseada em recursos e equipamentos relacionados ao improviso e a baixas tecnologias.

 

“A Noite Devora seus Filhos” - Criação do coletivo Paisagens Poéticas (Belo Horizonte, MG) sobre o texto inédito, escrito pelo diretor e dramaturgo argentino Daniel Veronese. Nele, uma mulher-personagem-narradora conta diversas histórias de pessoas que cruzaram seu caminho até chegar à sua própria história. Suas lembranças sintetizam uma forma de ver o mundo em que, mesmo diante de tempos difíceis, é preciso resistir à brutalidade, preservar as emoções e cultivar as palavras, ainda que elas se percam na noite. As histórias contadas por essa Mulher envolvendo personagens de sua memória, são repletas de detalhes e sutilezas que acabam revelando, na contradição entre delicadeza e brutalidade, o estupro da personagem quando criança. O espectador recebe pistas de que essa Mulher cresceu – e ainda vive – em meio aos tensos conflitos de uma cidade imaginária, onde os tempos não são normais. Uma guerra? Uma ditadura? Nossa cidade real, violenta e caótica? O texto é uma clara defesa dos direitos à memória e à voz; coloca tensões entre o medo do outro e a necessidade de diálogo, a violência e o afeto; narrando indivíduos que vivem entre a crueldade e a beleza.

 

Esta é a primeira montagem do texto escrito pelo dramaturgo e diretor argentino Daniel Veronese, em 1999. Baseando seu trabalho na atuação e na busca pela síntese dos efeitos da cena, Veronese é hoje uma referência da produção contemporânea nos circuitos teatrais do mundo, autor de uma ampla obra publicada e dirigida. O texto foi traduzido e adaptado por Gustavo Bones (integrante do grupo espanca!), que assina a direção ao lado de Mariana Maioline. Ele retrata uma organização social caótica, composta por indivíduos perdidos entre a crueldade e a beleza. As histórias possuem personagens e situações estranhas e fantásticas, mas ao mesmo tempo reais e palpáveis. Definido pelo autor como um texto “anti-teatral”, propõe um exercício sobre a narrativa, ao mostrar uma única personagem (uma espécie de contadora de histórias) que aposta na palavra e no discurso para revelar uma maneira de resistir sensivelmente à brutalidade do mundo.

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