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DOCUMENTÁRIO APRESENTA REALIDADE DOS ÁRBITROS DE FUTEBOL AMADOR EM BH

“Na marca da cal” conta histórias inspiradoras de pessoas com o sonho de apitar jogos profissionais

O relações públicas e mestre em comunicação social Fábio César Marcelino tinha o hábito jogar futebol de várzea, quando resolveu transformar paixão e lazer em profissão. Intrigado com as situações vividas pelos árbitros de futebol dos campos de terra batida de Belo Horizonte e região metropolitana, teve a ideia de produzir um documentário sobre a realidade desses profissionais.

Aprovado em 3º lugar pela Lei Municipal de Incentivo à Cultura da Prefeitura de Belo Horizonte, categoria audiovisual, “Na marca da cal” é uma produção sobre as relações e motivações dos árbitros da Federação Mineira de Futebol com o futebol amador. O lançamento será em sessão comentada no dia 15 de fevereiro (sábado), às 16h, no Museu da Imagem e do Som / MIS Cine Santa Tereza, em Belo Horizonte, com entrada franca.

Os 22 minutos de filme apresentam os maiores desafios e as inspirações para seguir essa carreira repleta de obstáculos. Cerca de 375 árbitros, homens e mulheres do quadro da Federação Mineira de Futebol apitando jogos nos campos da capital e região, sonham atuar em partidas profissionais e vivem situações de pressão, ausência de estrutura e violência física e psicológica que, muitas vezes, estimulam o abandono da carreira.

O documentarista e sua equipe percorreram vários campos em bairros como Cachoeirinha, Jardim Inconfidência, Venda Nova e Santa Lúcia, acompanhando o cotidiano dos jogos e treinamentos para aprofundamento em histórias sobre o processo de formação do árbitro da Federação Mineira de Futebol. A obra ainda envolve o universo feminino nos campos e os casos de agressão e superação vividos pelos 26 entrevistados.

Marcelino conta que alguns árbitros não são de Belo Horizonte e necessitam viajar semanalmente para trabalhar, enquanto que outros mudam-se para a capital, sacrificando a família pela paixão esportiva e sustento. ”A proposta é apresentar um pouco mais do cotidiano do árbitro do futebol de várzea, esporte genuinamente periférico e voltado para o social e lazer comunitário. Registramos diversas situações de persistência e resiliência que permitem entender melhor a realidade deles e onde chegaram”, afirma.

Fernanda Nandrea, 28 anos, por exemplo, é árbitra assistente da Federação Mineira que, anteriormente, apitava futebol amador, sendo promovida à categoria profissional, compondo o quadro de árbitros da Federação Internacional de Futebol (FIFA), em 2019.

O título do documentário “Na marca da cal” foi inspirado em uma situação tensa e decisiva em que os árbitros no futebol de várzea marcam o campo com cal na hora do pênalti. “É uma relação de autoridade para tomada de decisão que agrada alguns e desagrada outros”, observa o autor.

Futebol de várzea

Minas Gerais é o 2º estado com mais jogos de futebol de várzea, conforme pesquisa do próprio autor, feita para sua tese de mestrado, atrás apenas para São Paulo. Belo Horizonte tem mais de quatro mil times de futebol amador e 120 campos espalhados pela cidade e região metropolitana. De acordo com dados da FMF, são 500 times registrados e 375 árbitros formam o quadro de arbitragem, sendo 40 mulheres. Porém, segundo números não oficiais, Belo Horizonte apresenta uma quantidade bem maior de clubes de futebol amador e 120 campos espalhados pela cidade e região metropolitana.

Foto:Divulgação

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